Modernismo Na Economia
Artigo: Modernismo Na Economia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: nathrodelli • 2/10/2014 • 1.489 Palavras (6 Páginas) • 763 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
Neste trabalho será abordada a Era da História ou Moderna (como é mais
conhecida) segundo a visão de Focault. Será mostrado como se chegou à ideia
de modernismo na economia e o que de fato isto representa dentre os diferentes
pensamentos predominantes. Também serão analisados as principais
características desta fase – através dos olhos de Focault – e como o autor
entende as mudanças em relação ao ser humano e às ciências, tanto sociais
como econômicas.
Em seguida será apresentado conceito de modernismo a partir da visão
de Deirdre McCloskey, que é professora de economia, história, Inglês, e
comunicação na Universidade de Illinois em Chicago. McCloskey é
extremamente reconhecida como economista, por ser dotada de uma boa
retórica. São apresentadas também, as regras que McCloskey afirma que regem
o modernismo, e suas principais críticas em relação à utilização deste método
pelos economistas e cientistas (filósofos) em geral.34
2 MODERNISMO
2.1 Visão Histórica
Segundo o pensamento de Focault, existem vários épistémès, que dizem
respeito a uma certa visão de mundo, e determinam as maneiras de falar, pensar
e agir. Ou seja, em cada momento histórico verifica-se um tipo de pensamento
predominante. Focault divide em três períodos históricos a era arqueológica,
sendo o último deles a Era da História ou Moderna, que inicia no final do século
XVIII e estende-se até hoje.
A arqueologia serve para descobrir a configuração que há por trás de cada
discurso de cada épistémè. Daí percebe-se a diferença entre o saber clássico e
o saber moderno. Na modernidade é que surgem as ciências empíricas que, por
sua vez, começam a ter como objeto o trabalho, a vida e a linguagem. Estudar
os seres vivos não é o mesmo de analisar a vida. Por isso, o saber sobre o
homem, efetivamente, só surge na modernidade. A partir da Era da História,
como o próprio nome já revela, o ser passa a ter uma história ao longo do tempo;
o próprio passar do tempo é importante, uma vez que o saber depende disto.
É na modernidade que surgem discursos como as ciências humanas,
porque é exatamente nesta época que o homem passa a ser importante na
esfera do saber. Conforme afirmado no artigo de Iara Vigo de Lima: “Primeiro, o
homem passa a fazer parte das coisas empíricas, uma vez que atividades por
ele desempenhadas tornam-se objeto das ciências empíricas – vida, trabalho e
linguagem. A segunda função do homem é aquela de se converter em
fundamento filosófico, pois a possibilidade de qualquer saber só se dá pelo
homem.” Logo, o conhecimento torna-se empírico a partir da estrutura visível dos
seres.
A partir de então, o visível e o invisível caminham juntos, não se trata mais
apenas de algo intangível, pois o objeto é algo concreto, o conhecimento é
sintético. Por isso, a biologia passa a exercer um papel importante, os órgãos
são estudados e comparados, há uma aproximação e tudo, há o estudo da vida.5
Já em relação à economia, a partir da Era Moderna, o estudo passa a ser
em torno do trabalho como uma atividade de produção, e não mais somente das
riquezas. A análise das riquezas se dá por meio da troca, como se observa em
Smith. Somente a partir de Ricardo é que a análise da produção substitui a troca;
o valor vem do trabalho e torna-se produto. A empiria moderna vê a riqueza como
algo a mais do que uma simples representação. Esta visão parte da ideia de
escassez, pois se não existisse a escassez, não haveria motivos para se produzir
– logo, não existiria trabalho. Focault afirma que na modernidade estudam-se os
objetos (como vida e trabalho, por exemplo), e que estudando tais objetos é o
mesmo que estudar o homem.
Por sua vez, a economia caminha junto com a história, uma vez que há a
análise dos diferentes modos de produção ao longo do tempo, devido à escassez
e à necessidade de produção, aproximando a economia da antropologia.
“Observa-se uma correlação entre o homem como objeto e sujeito do
conhecimento. Esta dupla posição do homem no estabelecimento da ciência
moderna constitui o a priori histórico que explica o aparecimento das ciências
humanas” (LIMA, 2001).
Segundo Focault, no modernismo o homem é tanto sujeito quanto objeto
do conhecimento, pois agora o homem conhece a si mesmo, e não apenas
pensa. Nota-se também a dependência do conhecimento em relação aos fatores
econômicos, sociais e históricos, levando em consideração a origem
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