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Na Prática A Teoria é Outra?

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Por:   •  18/10/2014  •  1.318 Palavras (6 Páginas)  •  3.153 Visualizações

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O presente trabalho faz uma reflexão acerca da temática entre teoria e prática, utilizando como fundamentação as ideias e posicionamentos de autores que discutem a mesma temática em suas obras. Valeria Forti e Yolanda Guerra, com a obra: Na prática a teoria é outra? Serviço Social: temas, textos e contextos, e Cláudia Mônica dos Santos, com a obra: Na prática a teoria é outra: relação dialética entre teoria e prática.

De acordo com Forti e Guerra, o Serviço Social apresenta diversos dilemas atuais, e isto, traz uma consequente necessidade de competência profissional, para que haja uma ação efetiva e qualificada na realidade social. Essa competência profissional deve apresentar compreensão da economia (sistemas econômicos, principalmente o capitalismo), da cultura, da política, dos movimentos sociais, das instituições jurídico-políticas, das organizações sociais e da dinâmica das relações grupais e interpessoais.

A complexa realidade atual e as experiências profissionais subsequentes do Serviço Social não devem propor respostas tradicionalistas e imediatistas às demandas necessárias, mas devem formar profissionais capazes de atuar nessa realidade sendo dessa forma, eficaz e eficiente, podendo haver a construção de estratégias sociopolíticas e profissionais para responderem às reais demandas e requisitos da profissão.

Santos aborda essa temática trazendo à análise, num primeiro ângulo, a importância de se aliar a teoria à prática, relatando que, embora sejam distintas esta união é indispensável para a atuação profissional. E num segundo momento, aborda as formas de se buscar conhecimentos, pois a área de atuação dos profissionais do Serviço Social necessita de que estes estejam capacitados e que possam solucionar problemas presentes na sociedade.

De acordo com Forti e Guerra, para que o profissional do Serviço Social consiga atuar de forma eficaz e eficiente, se faz necessária uma sólida formação teórica (ético-política) e metodológica (capacitação qualificada). Portanto, além da teoria, também é necessária a prática eficiente, a fim de permitir a transformação na realidade social e a possibilitar ao sujeito reflexão sobre sua ação e revelações sobre a realidade, proporcionando assim, os conhecimentos necessários para essa transformação.

Santos expõe alguns enganos cometidos pela classe dos profissionais do Serviço Social, pois estes profissionais permanecem na ideia errônea, segundo a autora, de que “na prática a teoria é outra”. A fragmentação entre a teoria e a prática, em concordância com Forti e Guerra, se fundamenta na concepção que considera possível as Teorias Sociais como um conjunto de regras, modelos procedimentos e referências instrumentais precisas e aplicáveis na realidade. Essa ideia baseia-se no pensamento de elevação das atividades prático-utilitárias e o valor das normas e princípios que tenham como verdade o útil, o desenvolvimento individual.

Para o pragmatismo, “a verdade fica subordinada à utilidade” (VAZQUEZ, 2007), sendo essa concepção, uma excessiva valorização dos resultados voltados para o êxito individual.

A dicotomia entre a teoria e a prática encontra-se diretamente ligada ao capitalismo e sua alienação essencial – separação entre proprietários dos meios de produção – entre aqueles que pensam e os que executam, respectivamente, fundamentando a alienação laboral. De acordo com os autores, sem fundamentos substanciais, a teoria torna-se deficiente, fraca, e pode negar a si mesma.

Lukács (1998) afirma que “na medida em que o conhecimento não buscar desvelar substancialmente a realidade, sua atividade se reduz a sustentar a práxis no sentido imediato”. Deste modo, Santos afirma que a teoria não transforma a realidade, mas pode propiciar um conhecimento para transformar a realidade, portanto, a teoria é quem vai nos dar o conhecimento, saindo do senso comum e fortalecendo a consciência da práxis social. A questão da práxis como categoria central é abordada por Santos, que destaca: “(...) toda vida social é essencialmente prática”. “Todos os mistérios que conduzem ao misticismo encontram sua solução racional na práxis humana e na compreensão dessa práxis.” (Marx apud Santos, 2011, p.36). Na práxis, o ser humano utiliza seus conhecimentos, modifica o mundo e transforma a si mesmo. Em consonância com os autores citados, compreendemos que a prática é referência da teoria. Porém a prática não deve tornar-se automática, repetitiva, irrefletida, pois isso seria restrito ao âmbito do senso comum. Os profissionais devem apresentar conhecimento qualificado, fundamentado teoricamente, que viabilize uma intervenção crítica, criativa e propositiva. Portanto, a prática, por si só, não é capaz de proporcionar saber, principalmente no que diz respeito ao assistente social, que precisa entender que o particular é parte da totalidade.

Forti e Guerra e Santos, discursam que se o famoso jargão: “na prática a teoria é outra”, afirma que não há correspondência da teoria na prática, deve haver um questionamento do por que da necessidade de investir tanto no aprendizado teórico. E a resposta é que para haver relativa autonomia na execução das atividades do assistente social, é fundamental o conhecimento teórico e metodológico (inclusive ético-políticos), para o profissional situar

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