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O ASPECTO DISCIPLINAR DA CIÊNCIA DA RELIGIÃO – O QUE É CIÊNCIA DA RELIGIÃO

Por:   •  4/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.386 Palavras (6 Páginas)  •  243 Visualizações

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Centro de Educação, Filosofia e Teologia.

TRABALHO COMPARATIVO DOS LIVROS: O ASPECTO DISCIPLINAR DA CIÊNCIA DA RELIGIÃO – O QUE É CIÊNCIA DA RELIGIÃO?

José Nailton da S Bernardo

MAT. 31480578

SÃO PAULO

2014


UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

Centro de Educação, Filosofia e Teologia.

TRABALHO COMPARATIVO DOS LIVROS: O ASPECTO DISCIPLINAR DA CIÊNCIA DA RELIGIÃO – O QUE É CIÊNCIA DA RELIGIÃO?

 

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SÃO PAULO

2014

Ciência da religião é a área de investigação sistemática que tem, como base, uma estrutura multidisciplinar formada a partir do enfoque ao fenômeno religioso por várias ciências, como a sociologia, a filosofia, a antropologia, a história, a psicologia e a teologia. Ela é a disciplina empírica que investiga sistematicamente religião em todas as suas manifestações. Um elemento chave é o compromisso de seus representantes com o ideal da neutralidade frente aos objetos de estudo. Não se questiona a “verdade” ou a “qualidade” de uma religião. Do ponto de vista metodológico, religiões são “sistemas de sentido formalmente idênticos”. É especificamente este princípio metateórico que distingue a ciência da religião da teologia. (Site. Wikipédia, enciclopédia livre).

As obras “O que é Ciência da Religião?” e “O Aspecto Disciplinar da Ciência da Religião”, notamos que cada autor expõe seus pensamentos e argumentos buscando propor ressalvas e diferenças claras entre as duas ciências, mas mostrarão que até certo ponto elas podem se dialogarem.  Greschat em seu ponto de vista crê que há distinção entre teólogos e cientistas da religião, os cientistas da religião por sua vez são especialistas em religião, os quais não prestam serviços institucionais, optam por uma pesquisa de uma determinada religião e não avaliam a crença da religião em estudo com base na sua própria como os teólogos e são os fiéis que responderão se a pesquisa do cientista da religião está corretamente compreendida pelo mesmo. Greschat afirma ainda em sua perspectiva que, “Ciência da Religião” é associada com a nomenclatura clássica da Teologia. “Os teólogos são especialistas religiosos. Os cientistas da religião são especialistas em religião”.  (GRESCHAT, 2005 - pg 25). Para ficar mais claro o autor traz as seguintes distinções entre teólogos e cientistas da religião. Enquanto os teólogos investigam a religião à qual pertencem, os cientistas da religião geralmente se ocupam de outra que não a sua própria. A tarefa do teólogo é proteger e enriquecer sua tradição religiosa. É sua religião que está no centro do seu interesse. Os cientistas da religião não prestam um serviço institucional como os teólogos. São autônomos quanto ao seu trabalho. Os cientistas da religião optam pela pesquisa de uma determinada religião. Os teólogos se ocupam de uma religião alheia quando existe a necessidade de uma comparação com a sua própria. Quando os teólogos estudam uma religião alheia, partem da própria fé. Tomam a própria religião como referência. Os cientistas da religião têm a liberdade de pesquisar uma crença alheia sem preconceito. Os fiéis de uma determinada crença é que vão informar se entendemos adequadamente uma fé alheia. Para os teólogos, é a própria fé, e não a de outras pessoas, a norma decisiva. O citado autor apresenta ainda sete passos que os cientistas da religião devem usar para chegar ao fim desejado: a identificação dos problemas, A escolha das perguntas, (GRESCHAT, 2005 – pg. 34,35), a busca do material para a solução dos problemas, os materiais levantados na pesquisa para a solução de um problema específico, encontrar uma solução para o problema chegando a um resultado (GRESCHAT, 2005 – pg. 37,39) e a divulgação dos resultados de forma acessível aos leitores. (GRESCHAT, 2005 – pg. 41).

Do ponto de vista de Usarski, Ciência e religião são convergentes e divergentes entre si. (FRANK USARSKI, agosto de 2005, pág. 07). A divergência ocorre, principalmente, na área de que os cientistas empíricos não trabalham com conceitos metafísicos, somente empíricos. Porém, a convergência ocorre na “crença absoluta” que os mesmos e os estudantes têm com o que eles leem e estudam, tendo confiança, estando dentro de uma comunidade e seguindo uma tradição. A ciência nasceu dentro da religião, e mesmo tendo se separado depois, a comunidade científica tenta provar coisas que podem existir ou não na “realidade”, assim pode-se dizer que em vez de inibir o desenvolvimento da ciência, a religião o estimula. A religião pode ser considerada, em parte, culpada pela dificuldade que a sociedade tem de aceitar novas ideias propostas pela ciência. As pessoas têm dificuldade de aceitar algumas propostas da ciência por essas serem contraditórias com suas crenças, mas ao mesmo tempo existem outras que acreditam mais na ciência, no empírico, do que no sobrenatural/metafísico. Mas uma não influencia na outra, a religião não pode deter o progresso científico e vice-versa. As pessoas têm direito de discordar e criticar as outras visões. Teologia e Ciência, cada área trará sua contribuição dentro do que aquele se propõe a fazer. As duas trabalharão para cada vez mais se entender o fenômeno da religião. O teólogo obterá, através do fruto de sua pesquisa nuances da religião que o cientista da religião não conseguirá pela Ciência da Religião. Em contra partida o cientista da religião não pode ser ignorado pela Teologia, pois seu trabalho também trará benefícios para o seu campo de estudo. Entender essas duas áreas de conhecimento e o que elas podem somar no estudo do fenômeno da religião, é até certo ponto, de fácil entendimento e é claramente perceptível. Saber determinar onde é o campo de atuação de uma em relação à outra em sua postura, em seus limites, em seu alcance, enfim, como se relacionará com seu objeto de estudo. Por outro lado, eles admitem sim que haja um elo entre elas, a Teologia e a Ciência da Religião podem se relacionar, mas para isso é de extrema necessidade que se coloquem os métodos de abordagem que cada uma adotará, dentro de sua proposta enquanto ciência. Analisar o fenômeno da Ciência da Religião não é tarefa simples, não é sem razão que a religião ocupa um importante lugar no estudo sócio antropológico. São assuntos que invade transformações sociais, relações de poder, de classe, de gênero, de raça/etnia; é adentrar num complexo sistema de trocas simbólicas, de jogos de interesse, na dinâmica da oferta e da procura; é deparar-se com um sistema sócio-cultural que permanentemente redesenha as sociedades. Frank Usarski tenta explicar e responder o que seria Ciência da Religião, pois é uma área que, mesmo abordando questões de caráter filosófico, trabalha com um método ligado as investigações sociais, entendendo essa ciência como multidisciplinar. Ele sinaliza e enfatiza a autonomia da ciências da religião. Uma independência em relação à teologia e em um sentido filosófico. (FRANK USARSKI, agosto de 2005, pág. 17). Greschat afirma que os cientistas da religião “trabalham com a sistematização de informações e a comparação entre as religiões”. Nem sempre se sabe qual é o sentido religioso que o pesquisador possui, porém, isso é menos relevante já que ele precisa comparar duas ou mais crenças em estudo entre si e não propriamente as suas. As religiões devem ser consideradas como um organismo que possui várias partes, e são manifestas como fenômenos na sociedade. (GRESCHAT, 2005, pág. 166).

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