O Diario de Leitura
Por: Karine Vilas boas • 29/9/2023 • Resenha • 1.266 Palavras (6 Páginas) • 48 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS (UNIFAL)
CIÊNCIAS SOCIAIS
KARINE DA SILVA VILAS BOAS
DIÁRIO DE LEITURA
ALFENAS-MG
2023
Departamento de Ciências Sociais
Disciplina: Práticas em Educação I
Docente: Sara Esther Dias Zarucki Tabac
Discente: Karine da Silva Vilas Boas
DIÁRIO DE LEITURA - AVALIAÇÃO 1
A PRÁTICA EM EDUCAÇÃO I
Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Capítulo 2. A Concepção Bancária da Educação como Instrumento da opressão.
Na obra “Pedagogia do Oprimido” Paulo Freire traz o termo de “Educação Bancária" que é a prática pedagógica que não visa a formação crítica do indivíduo, mas acredita em uma visão tecnicista onde o professor é detentor de todo conhecimento, e que no alto de sua bondade transfere esse saber para o aluno.
Pela ótica bancária da educação não é levado em consideração as questões sociais dos alunos, ele é visto como uma folha em branco, onde só o professor é capaz de deixar registros. O que está longe de ser a realidade dos milhares de estudantes que têm suas vivências atravessadas por diversas questões sejam elas familiares, econômicas, sociais, pessoais como orientação sexual e problemas psicológicos, enfim, o aluno, antes de ser aluno, é um ser humano. Tão humano quanto qualquer professor.
Por sua vez, o professor na educação bancária tem sua funcionalidade resumida a disciplinar a entrada dos educandos ao mundo, condiciona o educador a fazer “depósitos” de conhecimentos sobre os alunos, inibindo a possibilidade de criar e atuar gerando sofrimento para ambas partes. Deve-se isso pois a educação bancária é estática, necrófila, fria, promovendo uma educação que oprime as pessoas, negando uma didática pautada na experiência dos alunos.
Em contraste, Freire sugere a “Educação Libertadora” que traz, desta vez, o educador como problematizador, isto é, estimular no educando um aprimoramento de sua visão crítica do mundo. Enquanto na educação bancária são feitos depósitos de conhecimento nos alunos, na libertadora é incitado o questionamento, se dá pelo diálogo, na busca pela liberdade através do saber. Aqui, educadores e educandos estão em busca cada vez mais de sua humanização. Sem desconsiderar as vivências uns dos outros, entender principalmente que os alunos têm suas questões, que não dá para ignorar, onde a prática educacional se dá através da materialidade desses alunos, de suas vivências. Aqui é quebrada a ideia de que tudo que se pode descobrir já é conhecido, reconhece o homem como ser histórico, dinâmico e ativo.
Refleti muito sobre como a elite tem interesse em manter esse sistema educacional que forma pessoas não-críticas, pois pessoas que têm consciência de sua realidade, tem capacidade para julgar o que é melhor para sua classe. Por fim, também pensei em como promover uma educação libertadora pode ser desafiadora para nós, enquanto professores em formação. Já que estamos inseridos em um sistema econômico e um sistema escolar que tem interesse em manter essa prática opressora.
"Currículo: teoria e história"
Michael Goodson
O texto “Currículo: Teoria e História” de Michael Goodson que na primeira fase da Nova Sociologia na Educação demonstrou interesse na história do currículo. Ao fazer a leitura conseguimos refletir sobre os diversos processos que o mesmo sofre. Um primeiro ponto abordado pelo próprio autor logo no começo do primeiro capítulo foi de que o currículo é um instrumento que está em constante transformação. Diz ele: "O currículo tal como o conhecemos atualmente não foi estabelecido, de uma vez por todas, em algum ponto privilegiado do passado.” (GOODSON, MICHAEL,1995).
Com isso o autor quer nos mostrar que o processo histórico do currículo não é meramente observar quais matérias estavam presentes em sua formação, mas também o porquê de estarem ou não. Dessa forma, até as matérias que fossem excluídas dessas orientações, também são de grande importância para nosso estudo. Pois isso diz respeito também a ordens vigentes da época e seus interesses.
Tomo como exemplo duas situações, sendo a primeira quando a dupla responsável por apresentar o texto em questão, trouxe tabelas que mostram que em diferentes estados são adotados currículos com diferentes orientações. Certos itinerários são mais abordados em estados do sudeste, como outras são mais ao centro-oeste como é o caso de questões relacionadas à agropecuária.
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