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O Ofício De Etnólogo

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Por:   •  20/9/2014  •  Resenha  •  495 Palavras (2 Páginas)  •  229 Visualizações

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Roberto da Mata, tenta nos dizer no texto “O ofício de Etnólogo” “Anthropological Blues” que é necessário refletir sobre os aspectos do trabalho do campo (a etnografia) no seu sentido intersubjetivo, no seu sentido sentimental.

De forma menos cientifica, não pensando na ciência tradicional. No inicio do texto ele compara a etnologia com os ritos de passagem, quer dizer, aquele que vai fazer o trabalho de campo vai ter que passar por etapas.

Para ele, existem três etapas fundamentais necessárias em uma pesquisa. A primeira fase é a parte teórica.

O sujeito discute sobre os grupos, sem ter o menor tipo de contato, qualquer menção aos aspectos da realidade daquelas pessoas, ficando somente na teoria. A segunda fase é aquela que o antropólogo está se preparando para ir pra campo, tendo o primeiro “contato” com a questão da alteridade do seu sentido concreto. Por exemplo: onde dormir, o que comer etc.

A terceira fase é quando o antropólogo não encontra mais com a parte teórica, com índios de papel ou com diagramas simétricos, mas sim com pessoas. Ele fala que não quer fazer um manual de como agir em um trabalho de campo.

Ele quer falar da a rotina do trabalho de campo como algo criativo, como algo interessante e substancial para análise antropológica.

Chega uma hora no texto que ele quer contar os mal entendidos, as dificuldades de engolir a comida, as diarréias que ele teve momentos “folclóricos” que parecem superficiais, que não tem valor científico, mas que na verdade tem um valor muito importante. Fala da “ponte” que o etnólogo tem que fazer no momento da descoberta. Logo em seguida, ele cita o exemplo do colar, em que os índios iam à cabana dele para trocar as miçangas que ele havia levado por uns colares muito mal feitos. Mas depois que as miçangas acabaram ele achou que nenhum índio ia lá “encher o saco”. Só que quando isso aconteceu, um indiozinho foi lá deu um colar para ele e foi embora, sem pedir nada em troca. Com isso ele percebeu que havia outras relações de significado naquela troca que ele não compreendia através da cultura dele. Foi um momento de deslocamento da própria cultura. A conclusão que ele tira nesse caso das “miçangas” é que o antropólogo nunca está só numa outra cultura.

Ele projeta a cultura dele pros outros, a percepção dele está apta para ver a cultura dele. E quando se vê a cultura do outro a tendência é ser etnocêntrico.

E é nesse momento que temos que tentar não nos deixar levar totalmente pela nossa cultura, é o momento de tentar fazer um experimento, uma aproximação.

Roberto da Mata retoma a idéia de que a antropologia não é uma ciência natural, ou seja, a gente pode se confrontar com as subjetividades. Conclui dizendo de que é preciso

refletir sobre a percepção dos outros também. E diz que a partir do momento que entendemos a percepção do outro a gente entende melhor a nossa percepção.

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