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O Proletário Nas Visões De Marx E Da Igreja

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Por:   •  3/10/2013  •  1.117 Palavras (5 Páginas)  •  515 Visualizações

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O proletário nas visões de Marx e da Igreja

Este é um pequeno artigo pedido pelo Professor José Eduardo Parlato F. Vaz, de Direito do Trabalho, estabelecendo uma relação referente ao trabalho, entre o Manifesto do Partido Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels, publicado em Londres em fevereiro de 1848, e a Carta Encíclica “Rerum Novarum”, escrita pelo Papa Leão XIII, em maio de 1891.

Para chegarmos até estas duas obras se faz necessário dizer que o trabalho é uma palavra que vem do latim, tripalium – instrumento de tortura feito de três paus -, que geralmente na história foi utilizado literalmente para torturar e triturar o trabalhador.

Na Antiguidade o trabalho era considerado uma atividade menor, desprezível, dando-se maior valor ao trabalho intelectual, que era desenvolvido pelos homens que podiam se dedicar ao trabalho intelectual. Aristóteles já dizia:

“A utilidade do escravo é semelhante à do animal. Ambos prestam serviços corporais para atender às necessidades da vida. A natureza faz o corpo do escravo e do homem livre de forma diferente. O escravo tem corpo forte, adaptado naturalmente ao trabalho servil. Já o homem livre tem corpo ereto, inadequado ao trabalho braçal, porém apto à vida do cidadão.”

ARISTÓTELES. Política, cap. II, 12546b e cap. VIII, 1329a. In. COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas.São Paulo: Saraiva, 2006. p. 27.

Já na Idade Média o trabalho continuou a ser desprezado. Tomás de Aquino, teólogo e filósofo cristão dizia que o trabalho era um “bem árduo” e, que este sofrimento serviria com uma provação e fortalecimento do espírito, para que o homem pudesse chegar ao Reino de Deus. Vale lembrar que neste período (Idade Média), o lucro era tido como pecado, e a Igreja era a grande Senhora Feudal, que explorava a força de trabalho do servo.

Na Idade Moderna, com a ascensão da burguesia, a Igreja passou a ser contestada e neste período surge com Martinho Lutero o protestantismo, que logo depois, com as ideias calvinistas (João Calvino), coloca o lucro como uma dádiva divina, o que acaba atraindo vários burgueses para seu interior, valorizando assim o trabalho e a busca pela riqueza, como vai sugerir Max Weber em sua obra A ética protestante e o espírito do capitalismo.

E ai entramos no debate da Idade Contemporânea, onde temos as obras ao qual sugere o título deste artigo. Em O manifesto do Partido Comunista, Marx e Engels tentam demonstrar que a propriedade deve ser um bem comum, pois só existe o capital graças ao esforço conjunto do proletário e da burguesia. Mas a burguesia egoísta visa apenas a acumulação do capital através da expropriação da força de trabalho do individuo, colocando que não deveria existir a propriedade (neste sentido falando sobre a propriedade industrial, pois ainda vivíamos no capitalismo industrial, o capitalismo financeiro começa a surgir somente após 1880, com o financiamento das indústrias por parte dos bancos). Que o Estado deveria intervir e que o bens produzidos deveriam ser de todos, pois a produção de capital é um conjunto e não apenas de 1/10 da população. Neste período em que Marx e Engels desenvolvem esta obra estavam acontecendo várias manifestações na Europa, por conta da exploração da força de trabalho.

Em 1891. em oposição ao pensamento socialista e comunista o Papa Leão XVIII publica a Carta Encíclica “Rerum Novarum”, defendendo a propriedade privada, argumentando que Deus fez a diferença entre os homens, e que a distribuição da propriedade poderia levar a sociedade a um colapso. Diz ele que os Deus criou os homens de forma diferente, e que o trabalhador tinha que cumprir seu papel trabalhando e cumprindo seu contrato, assim como o patrão deveria cumprir sua parte pagando um salário que desse o mínimo de condições para a sobrevivência do operário e de sua família, além de promover um dia de trabalho justo dando o descanso necessário ao trabalhador.

Marx e Engels, dizem que história de todas as sociedades, tem sido uma constante luta de classes entre opressores e oprimidos, em constante oposição, já a Igreja acreditava que poderia haver convivência pacifica, mas que o Estado tinha que colocar regras claras para evitar greves e abusos por parte da burguesia.

Marx e Engels vão dizer que “Dos servos da Idade Média nasceram os burgueses livres das primeiras cidades; desta população municipal, saíram os primeiros elementos da burguesia. [...].

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