O Que Os Olhos não Veem O Coração Nao Sente
Pesquisas Acadêmicas: O Que Os Olhos não Veem O Coração Nao Sente. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: mavic90 • 14/11/2014 • 585 Palavras (3 Páginas) • 266 Visualizações
O QUE OS OLHOS NÃO VEEM, O CORAÇÃO SENTE.
O diretor Daniel Ribeiro surpreendeu e cativou todos que assistiram a seu filme. Através da sutileza, ele abordou a cegueira e a homossexualidade, temas que infelizmente ainda podem chocar ignorantes desses assuntos, mas com uma ótima resposta critica dos espectadores. Ele conseguiu isso, mostrando a inocência de um adolescente cego que ao longo do filme descobre ser homossexual.
Nada seria mais clichê do que mostrar a homossexualidade hoje nas telas, mas ao colocar uma pitada extra de drama, a cegueira, o diretor conseguiu cativar a todos com seus personagens.
Mas como Leonardo, um adolescente cego conseguiu se descobrir homossexual, se ele não consegue ver os rostos de seus amigos, como ele sabe o que lhe atrai? É nesse ponto que o filme mostra aos espectadores que o amor é mais profundo do que a superficialidade da visão, já dizia William Shakespeare que o amor é cego, mas não como ele o via, cego a ponto de não ver o que fazia, mas sim cego realmente, onde não vê nada e só sente.
Não ver um rosto, não ver nada, somente escuridão, então como é possível compreender o mundo, aceitar o que não se pode ver, a cegueira desafia a nossa ideia cética de “só acredito vendo”, o cego deve acreditar no que escuta, a imagem é real aos que a veem, mas as palavras podem ser inventadas.
O projeto Redemunho de João Castilho traz imagens de pessoas do sertão que vivem dentro de um espaço desértico. As fotografias mostram corpos que somem na luz ou no escuro, ele mesmo aponta que sem rosto, logo, sem identidade, a pessoa não possui uma história. E como interpretar isso na visão de um cego, se ele nunca vê os rostos de ninguém, como pode ele criar uma ligação sem nunca ter visto uma expressão? Esse projeto fotográfico é sentimentalmente tocante, quem as vê sente angustia por aquelas pessoas sem rosto, e o que o cego sente por quem o rodeia, angustia?
O filme mostra que não, Leonardo, que deveria e teria, segundo a sociedade, licença poética para ser totalmente revoltado e agressivo, já que ele era cego, não enxergava o mundo como todos, e ainda mais se descobrindo ser homossexual, responde a sociedade com sutileza, amor e ternura que ele é do jeito que é e está muito feliz assim. Durante o filme o assunto cegueira é pouco abordado, pois ainda é considerado um tabu pela sociedade, mas é principalmente abordado pelos seus pais, sua mãe é superprotetora e isso é a única coisa que o irrita, pois ele sabe que consegue viver como todos, mas por ser cego vê essa vida livre ser proibida.
Na verdade, Leonardo, ou Leo, como ele é chamado carinhosamente por todos, se sente capaz de fazer muitas coisas sozinho, mas isso não é verdade, ao discorrer do filme percebemos que ele precisa de assistência, até para ver se quem ele conhece está por perto (como na vez que ele está no acampamento e ele pergunta para o Gabriel se a Giovanna está por lá), logo vemos que por mais independente que ele seja, ele nunca será totalmente independente, e sempre necessitará de auxilio.
No filme, o amor também foi ensinado a ele, na adolescência ainda se descobrindo, e por ser cego, ficaria mais difícil ele saber de quem gostar, ele não tem um amplo leque de pessoas que faz parte do seu mundo, como seria qualquer adolescente, antes de Gabriel chegar, ele só tinha
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