O Saneamento Basico
Casos: O Saneamento Basico. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 26/3/2014 • 907 Palavras (4 Páginas) • 414 Visualizações
O saneamento básico ainda é precário em muitas zonas de Luanda. Há bairros que nasceram sem qualquer plano urbanístico e por isso faltam esgotos, ruas asfaltadas e valas de drenagem, para facilitar o escoamento de á¬guas pluviais. A falta de arruamentos impede a recolha de resíduos sólidos e por isso os seus habitantes estão sujeitos a doenças graves.O saneamento básico é fundamental para a saúde dos munícipes. Os bairros Cassenda, Mártires de Kifangondo e Nelito Soares apresentam nova cara. As obras de requalificação urbana permitiram criar uma nova rede de esgotos, asfalto nas ruas e a construção de passeios.
Fernando Felipe, morador no bairro Comandante Dangereux, Belas, vive há mais de cinco anos com a esperança de um dia o seu bairro ter asfalto, passeios, uma rede de esgotos e sistema de abastecimento de água potável.
“Quando isso acontecer, vamos ter os nossos filhos saudáveis”, disse Fernando Filipe. O planeamento do território e as urbanizações dotam os bairros de arruamentos e serviços básicos: “depois a chuva deixa de fazer lagoas e é possível a recolha dos resíduos sólidos”.
Fernando trabalha numa alfaiataria há vários anos, situada num pequeno espaço que os moradores do bairro transformaram em mercado.
Tal como o bairro Comandante Dangereux, vários outros da cidade de Luanda precisam de saneamento básico. “Consumimos água de tanques dos vizinhos ao preço de 100 kwanzas por cada 30 litros, o que nos tem causado problemas de saúde, por falta de qualidade”, disse.
O bairro cresceu sem qualquer controlo e agora os moradores enfrentam problemas ligados à drenagem das águas pluviais. Há lixeiras nas ruas que são fonte de mosquitos e moscas. Como não existem valas de drenagem, quando chove há grandes inundações.
Isaura João, moradora no bairro, está preocupada com algumas ruas que têm crateras, abertas pelas chuvas. “As autoridades devem ver a questão da drenagem, para facilitar a recolha de lixo e acabar com a água estagna”, disse.
Belmira Imaculada, moradora no bairro há quatro anos, explicou que a falta de saneamento básico é um dos problemas que afecta as comunidades. E reclama contentores para as pessoas depositarem o lixo. e mais patrulhamento policial
Requalificação das ruas
O engenheiro António Madaleno disse ao Jornal de Angola que só depois da requalificação dos bairros é possível construir a rede de saneamento básico nos bairros de Luanda. Mas esse é uma obra muito cara e só é possível arrancar com ela quando existirem verbas, mão-de-obra qualificada e projectos.
O docente da Faculdade de Engenharia da Universidade Agostinho Neto acrescentou que antes de tudo é necessário um levantamento para permitir a produção de uma matriz para a realização da qualificação.
Nos bairros Dangereux, Fubú, Zango, Camama, Neves Bendinha, Tala Hady ou Capalanga só é possível a requalificação após o levantamento pelo facto de já existirem ruas e casas. Os bairros construídos sem arruamentos devem passar por uma requalificação mais profunda, como várias zonas do Sambizanga, Cazenga, Rocha Pinto, bairro Malangino e outros tantos que surgiram nos últimos 30 anos. Mendes Isaac, morador na Rua 12 de Julho, no município do Sambizanga, disse que a circulação pelas principais ruas do bairro é dificultada por causa dos buracos.
“Este bairro tem muitos becos e as poucas ruas não oferecem condições para a circulação de viaturas”, disse.
As viaturas ligeiras circulam com dificuldades nas ruas do Sambizanga. A rede de esgotos na principal via, que liga a Ngola Kiluanje ao campo do Progresso do Zambizanga, está obstruída. No interior do bairro não existem valas de drenagem e o lixo é atirado para as estreitas ruas e becos, onde a recolha é deficiente.
Mendes Isaac referiu que os buracos nas ruas foram provocados pelas chuvas, por falta de uma vala de escoamento das águas. No Rangel continuam com água estagnada e já não chove há muito tempo. A circulação de carros ligeiros é difícil. Flávia Domingos, moradora no Rangel, explicou que há alguns anos houve obras nas ruas mas não foi construído o sistema de esgotos. “O asfalto degradou e hoje estamos a viver uma situação difícil”, explicou. Algumas ruas têm redes de esgotos mas estão entupidas porque os moradores com preguiça de irem até a um contentor deitam o lixo nas sarjetas.
Recuperação dos bairros
António Madaleno disse que é possível recuperar o saneamento básico nos bairros, com a inclusão das redes de águas pluviais e residuais, passeios e espaços para depósito de lixo.
“Para fazer a recolha de lixo, estas ruas devem ter acesso fácil, para permitir a circulação dos carros”, sustentou. O engenheiro dá exemplos claros com as ruas dos bairros Cassenda e Mártires do Kifangondo, onde a requalificação só foi possível depois de resolver a situação da drenagem das águas da chuva.
O docente da Faculdade de Engenharia referiu que para evitar a degradação de esgotos é fundamental que a reabilitação abranja uma zona completa. A título de e¬xemplo, António Madaleno disse que a estrada do Palanca foi reabilitada, mas não abrangeu a Rua Machado Saldanha, que está a estragar-se aos poucos. “Para resolver este problema, as valas de drenagem devem ter manutenções periódicas”, indicou, para afirmar que quando não se reabilita uma área completa, o sistema deixa de funcionar por causa da areia e lixo que vem das zonas não requalificadas.
“A requalificação das ruas destes bairros facilita em grande medida a circulação e reduz os engarrafamentos nas principais vias”, salientou.
Ao afirmar que o cidadão deve participar na conservação da rede de esgotos, ruas e passeios, António Madaleno acrescentou que, após a requalificação dos bairros do Cassenda e Mártires, é preciso um trabalho muito forte de educação cívica
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