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O Suícidio - Émille Durkheim

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Por:   •  7/12/2012  •  1.214 Palavras (5 Páginas)  •  1.768 Visualizações

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Em estudo publicado recentemente indica que a crise econômica dos Estados Unidos e na Europa tem sido acompanhada do aumento na taxa de suicídios, conforme a reportagem abaixo:

"O índice de suicídios nos Estados Unidos subiu acentuadamente durante os primeiros anos da atual recessão, constatou uma nova análise divulgada agora.

No relatório publicado domingo no site da revista médica "Lancet", os pesquisadores constataram que o índice de suicídios no período 2008-2010 aumentou quatro vezes mais rápido que nos oito anos anteriores á recessão.

O índice de suicídios cresceu a uma média de 0,12 morte por 100 mil pessoas entre 1997 e 2007. Em 2008, ele começou a subir em 0,51 morte por 100 mil pessoas a cada ano. Sem a elevação no índice de suicídios, teriam ocorrido 1.500 mortes por suicídio a menos durante o período, nos Estados Unidos, de acordo como estudo." (Folha de S. Paulo, 06/11/2012, disponível emhttp://www1.folha.uol.com.br/mundo/1180835-indice-de-suicidio-nos-eua-subiu-na-recessao.shtml)

Naturalmente os nossos desejos são ilimitados, sendo essa ilimitação fonte de frustração, a qual leva ao suicídio. A sociedade modera o apetite ilimitado dos indivíduos. Em seu livro “O Suicídio”, Émile Durkheim caracteriza o suicídio como “todo o caso de morte que resulta, direta ou indiretamente, de um ato, positivo ou negativo, executado pela própria vítima, e que ela sabia que resultado obteria”. O autor explica que o ato de suicidar-se, não resulta de fatores individuais (loucura, raça, hereditariedade, clima, temperatura, sazonalidade e a imitação) ou de eventos particulares, mais sim como um fato que tem sua natureza eminentemente social (credos religiosos, família, sociedade política, grupos profissionais, etc.). O autor afirma ainda que, para que haja o entendimento do suicídio como fenômeno coletivo, é preciso tomar como objeto de estudo a taxa social de suicídio, baseando-se em estatísticas.

“Cada grupo social tem uma disposição coletiva ao suicídio, e desta derivam as inclinações individuais. Ela deriva de “correntes de egoísmo, de altruísmo ou anomia”. Em geral, essas três correntes compensam-se mutuamente e mantêm os indivíduos estáveis. A ultrapassagem por parte de qualquer delas de seu grau normal de intensidade pode expor alguns membros a formas de suicídio que dependem da configuração particular desse desequilíbrio”.

Dessa forma o trecho da reportagem supracitado refere-se ao tipo de suicídio anômico, pois este tem seu conceito estabelecido pelo anomia (desregramento) da sociedade, ou seja, ela não é mais capaz de estabelecer limites objetivos. Durkheim cita como exemplo, a situação em que este tipo de suicídio se acentua em razão das crises econômicas, pois os indivíduos atingidos passam para uma situação inferior a até então ocupada, impondo-lhes uma série de restrições. O autor argumenta que nessa que nessa situação os indivíduos devem buscar uma nova educação moral, mas não sendo este um processo imediato, tais indivíduos não se adequam às novas condições. A anomia de uma crise econômica atinge em maior escalas os que possuem maior poder aquisitivo, ou seja, os mais ricos, pois são eles, que perdendo status social, terão que se adaptar, enquanto os pobres já tem seus desejos controlados pela pobreza e já estão educados de tal forma. Porém, se em um dado momento existir um período de “bonança”, ou seja, se um indivíduo elevar rapidamente seu status social, pode haver aumento na taxa de suicídios. Ao observar os dois exemplos que foram citados, fica ainda mais clara a anomia como fonte colaboradora no aumento do coeficiente de suicídio, pois não importa se houve crise ou bonança, mas sim a mudança nas regras sociais e as dificuldades de consolida-las. Existe também a anomia doméstica, que tem como exemplo os divórcios, Durkheim cita que a taxa de suicídio aumenta nos divorciados em comparação com os viúvos e solteiros de mesma idade. Isso se caracteriza pela quebra abrupta das regras que regem os meios domésticos. O suicídio anômico é particularmente preocupante nas sociedades modernas, pois ele está estreitamente ligado a um grande desenvolvimento, principalmente nos campos da indústria e comércio, onde este suicídio é mais frequente.

Na definição do suicídio egoísta, Durkheim parte de três preposições: o suicídio varia na razão inversa da integração da sociedade religiosa, o suicídio varia na razão inversa da integração da sociedade doméstica e o suicídio varia na razão inversa da integração da sociedade política. Considerando a primeira suposição e analisando as taxas de suicídio entre diferentes

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