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O capitalismo e a falsa sensação do consumo sustentável

Por:   •  13/7/2016  •  Resenha  •  496 Palavras (2 Páginas)  •  236 Visualizações

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O capitalismo e a falsa sensação do consumo sustentável

Sustentabilidade urbana e as certificações ambientais na construção civil (Revista Sociedade e Natureza, 2013) é um artigo do mestrando em geografia Paulo Cesar Zangalli Jr e traz os rumos da construção civil inserido na discussão entre o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente, frequente neste século XXI.

O artigo é iniciado com importantes conceitos que serão utilizados no decorrer da leitura, como de cidade compacta e cidade difusa, e também a discordância entre pesquisadores sobre o fato de haver ou não a possibilidade de preservação ambiental mesclada com o desenvolvimento econômico – no qual o autor já mostra ter ideias favoráveis ao lado dos pesquisadores céticos.

Esse ceticismo mostrado pelo autor é reforçado pela sua colocação de não haver uma noção clara sobre o conceito de sustentabilidade e de, quando há alguma definição para a palavra, normalmente não ampara a preservação ambiental, mas sim aqueles que lucram com o modelo capitalista vigente. Assim, ele discorre sobre a teoria de Acselrad (1999) sobre os três pilares da sustentabilidade urbana: a representação tecno-material da cidade, como espaço de qualidade de vida e a cidade como espaço de legitimação das políticas urbanas, mostrando ponto a ponto a importância de, além da preservação do meio ambiente, haver também planejamento urbano eficiente e justiça social.

Percebe-se claramente a influência marxista no autor ao ler sobre a produção do espaço urbano e como ela impacta na lógica capitalista, pois ele mostra como toda a área urbana é refém do capital, desde sua alocação até seus valores simbólicos. Como exemplo de valores simbólicos interessantes que ocorrem no dia a dia das pessoas o autor cita o aumento da insegurança, que serve de pressuposto para a construção de condomínios fechados, locais onde há um espaço público, mas ele está rodeado de muros, e do consumo sustentável, que muitas pessoas buscam não como um ideal, mas apenas pela “consciência tranquila” por estar fazendo algo de bom para o planeta.

Ele também tece críticas ao formato que as certificações ambientais são feitos, muito por conta da divergência entre os conceitos definidos de sustentabilidade que levam mais em consideração o aspecto econômico do que o ambiental propriamente dito. Outro problema apontado novamente é a falta de debate sobre equidade social por órgãos fornecedores desses certificados ambientais e mostra a importância do marketing para as empresas imobiliárias, visto que o certificado ambiental afirma que a obra é sustentável e o cliente vai criar o padrão de consumo consciente, mesmo sem saber quais são os conjuntos técnicos que estão por traz da obra.

Na finalização do artigo, o autor volta a mostrar a descrença de que o desenvolvimento econômico possa vir aliado à sustentabilidade em todo o sentido da palavra, levando em conta não apenas a preservação do meio ambiente, como também a igualdade social. Porém, mesmo com a boa apresentação das ideias e conceitos do autor, o texto deixa muito vaga a possibilidade ou não desse modelo sustentável prevalecer.

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