O contexto histórico da produção sociológica clássica Comte, Marx, Durkheim e Weber
Projeto de pesquisa: O contexto histórico da produção sociológica clássica Comte, Marx, Durkheim e Weber. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 27/5/2014 • Projeto de pesquisa • 1.304 Palavras (6 Páginas) • 648 Visualizações
Universidade Federal de Ouro Preto
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
Departamento de História
HIS 175 – Sociologia
Prof. Arnaldo José Zangelmi
Aluna: Carina Crislai Teixeira de Matos Matrícula: 09.1.3479
Trabalho Final
Contexto Histórico da Produção Sociológica Clássica
Comte, Marx, Durkheim e Weber.
Introdução
No presente trabalho será demonstrado o contexto histórico do surgimento da Sociologia; os principais eventos que tiveram influencia sobre este nascimento, seus principais autores e tratará também de um paralelo entre as diferentes visões sobre o objeto de estudo desta ciência.
O que é Sociologia?
Para poder começar é necessário que se defina o objeto de estudo desta recente ciência.
“Sociologia é a ciência que estuda a sociedade humana e a interação entre os homens. Interessa-se pelo modo como são criadas, mantidas e transformadas as organizações e as instituições que dão forma à estrutura social, pelo efeito que têm sobre o comportamento individual e social, e pelas transformações provocadas pela interação social. Seu terreno de investigação é bastante amplo, podendo abranger desde motivos pelos quais as pessoas selecionam seus pares até as relações de poder ou as razões das desigualdades sociais. É, portanto, o ramo do conhecimento que faz das relações humanas seu objeto, aplicando de modo sistemático a razão e a observação e integrando explicações teóricas e métodos quantitativos e qualitativos de verificação empírica.”¹
¹ http://www4.escola24h.com.br/cf/salaaula/sociologia2/socio_histo.cfm acessado em 03/12/2009
Contexto Histórico do surgimento
O nascimento da sociologia se dá num contexto de inúmeras transformações. As principais delas – a Revolução Industrial e a Revolução Francesa – segundo Giddens, trouxeram “mudanças radicais” e abalaram o modo de vida humano que se perpetuou por milhares de anos.
A Revolução Francesa trouxe consigo novas idéias, nova forma de organização na política e na vida social tradicional, principalmente trouxe mudanças de valores: liberdade e igualdade. “Este fato foi inicio de um movimento que se espalho pelo globo tornando-se algo inerente a modernidade”. (Giddens, Sociologia, p.7)
A Revolução Industrial trouxe inovações tecnológicas que provocou tanto mudanças econômicas como sociais. O aparecimento das indústrias promoveu uma corrente migratória em grande escala, os camponeses que antes viviam da terra passaram a buscar trabalho nestas indústrias o que ocasionou uma expansão dos centros urbanos e uma nova forma de relacionamento social.
A total transformação do modo de vida tradicional influenciou os pensadores a buscar uma nova forma de concepção tanto da vida natural quanto da vida social. Questões novas surgiam a todo instante e elas necessitavam de respostas.
Alguns pensadores se destacaram na busca por estas respostas. Auguste Comte, Karl Marx, Emile Durkheim e Max Weber foram os que mais se destacaram nesta busca para tentar compreender o que se passava e quais as conseqüências destes fatos na vida dos indivíduos e nas relações desenvolvidas entre eles.
Auguste Comte
Auguste Comte nasceu na França no ano de 1798 portanto ainda eram muitas as turbulências causadas pela Revolução Francesa; ele vivenciou de perto as mudanças que ali ocorriam e buscou explicar os fenômenos sociais à maneira das ciências naturais que explicavam o mundo físico. Comte foi o criador do termo sociologia como forma de distinguir seu ponto de vista dos rivais. Ele também foi o precursor do Positivismo pois acreditava que a sociologia era positiva, inspirado nas ciências naturais e na metodologia usada por estas.
“A abordagem positivista da Sociologia acredita na produção de conhecimento acerca da sociedade com base em provas empíricas retiradas da observação, da comparação e da experimentação.” (Giddens, Sociologia, p 8)
Comte no final de sua vida estava preocupado com as desigualdades causadas pela industrialização e coesão social causada por esta, sendo assim ele pensou numa solução, mas a longo prazo, que consistia na confecção de um consenso moral que regularia ou uniria a sociedade apesar dos padrões de desigualdades que surgiam. Antes de sua morte (1857) ele fomentou a fundação de uma religião da humanidade que abordaria o dogma e a fé favor de fundamentos científicos.
Karl Marx
Karl Marx nasceu em 1818 no extinto reino da Prussia e pode observar de perto as desigualdades causadas pela Revolução Industrial pois por um longo período morou na Inglaterra como também na França podendo assim analisar os dois momentos mais importantes do século XIX com maior proximidade.
Marx analisa as desigualdades como conseqüência do modelo econômico que cada vez mais ganhava forças, principalmente após as revoluções: o Capitalismo. Ele busca demonstrar como a economia tem fortes influencias sobre a vida social e como este sistema em especifico gera a divisão de classes observada principalmente após a Revolução Industrial.
A partir destas constatações Marx delineou um novo sistema que suplantaria o Capitalismo: o Comunismo.
“O autor delineou uma progressão por etapas históricas e , com inicio nas sociedades comunistas dos caçadores – recoletores, passando pelos sistemas esclavagistas antigos e pelos sistemas feudais baseados na distinção entre senhores das terras e servos. A emergência de comerciantes e artesãos marcou o inicio de uma classe comercial ou capitalista que acabou por substituir a nobreza fundiária. De acordo com esta perspectiva da história, Marx defendeu que tal como os capitalistas se haviam unido para derrubar a ordem feudal, também os capitalistas seriam suplantados e uma nova ordem instalada.
Marx acreditava na inevitabilidade de uma revolução da classe trabalhadora que derrubaria o sistema capitalista e abriria portas a uma nova sociedade onde não existissem classes – sem grandes divisões entre ricos e pobres.”(Giddens, Sociologia p12/13)
Émile Durkheim
Émile Durkheim nasceu na França em 1858 e sua obra teve impacto muito mais duradouro do que seu compatriota Comte; Durkheim se baseou em seu predecessor (Comte) mas não acreditou na realização do pensamento dele com sucesso – dar a Sociologia uma caráter cientifico.
Sua obra tem como principio básico estudar a sociologia da mesma maneira que as ciências naturais para isso ele torna os fatos sociais como coisas para assim poder analisar tais fatos com o mesmo rigor das outras ciências. Foram três os principais focos de seu trabalho: a importância da Sociologia enquanto ciência empírica; a emergência do individuo e a formação de uma ordem social; e as origens e caráter da autoridade moral na sociedade.
Para ele não o individuo é moldado pela sociedade e não a sociedade pelo individuo.
“Para o autor, a principal preocupação intelectual da Sociologia reside no estudo dos fatos sociais. Em vez de aplicar métodos sociológicos ao estudo de indivíduos, os sociólogos deveriam antes analisar fatos sociais – aspectos da vida social que determina a nossa ação enquanto indivíduos, tais como o estado da economia ou a influencia da religião. (...) De acordo com o autor fatos sociais, são formas de agir, pensar ou sentir que são externas aos indivíduos, tendo uma realidade própria exterior à vida e percepções das pessoas individualmente.”
Max Weber
Max Weber nasceu na Alemanha em 1864 onde passou a maior parte de sua vida acadêmica. Foi influenciado por Marx, mas faz muitas criticas a alguns dos principais pontos de vista de Marx.
Ao contrário de Marx, Weber acreditava que os fatores econômicos não eram os únicos que causavam as mudanças sociais, para ele as idéias e os valores tinham o mesmo impacto e importância sobre tais mudanças.
Para este pensador, ao contrario dos primeiros pensadores sociológicos, a sociologia devia concentra-se na ação social e não nas estruturas.
“Argumentava que as idéias e as motivações humanas estavam por detrás da mudança – as idéias, valores e crenças tinham o poder de originar transformações. Segundo o autor, os indivíduos têm a capacidade de agir livremente e configurar o futuro. Ao contrário de Durkheim e Marx, Weber não acreditava que as estruturas existiam externamente aos indivíduos ou que eram independentes destes.” (Giddens, Sociologia p 13)
Conclusão
Varias teorias que dividem o mesmo contexto histórico demonstrando a aptidão que o período demonstrou para varias perspectivas e quão grande e vasto eram as mudanças que ocasionaram e ocasionam inúmeros debates.
A importância destes trabalhos é sentida até hoje como uma forma de tentarmos entender o nosso próprio momento e o que virá adiante.
Bibliografia
QUINTANEIRO, Tânia; Et al (2002). Um Toque de Clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2ª Edição. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2007.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4ª Edição. Editora ARTMED, 2008.
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