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O pensamento marxista

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Por:   •  31/12/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.750 Palavras (15 Páginas)  •  372 Visualizações

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2 O pensamento marxista

2.1 A sociedade capitalista

Segundo Marx, o capitalismo apareceu por completo por volta do século XVIII, quando ocorreu a Revolução Industrial. O objetivo dessa revolução era a procura de capital, isso fazia com que a burguesia (que era a classe social dominante) detivesse o poder. Nessa procura, o sistema económico não apresenta nenhum obstáculo politico, moral ou ético para desapossar os trabalhadores dos seus direitos.

Marx sustenta que no processo de produção capitalista, o homem tornou-se numa simples peça da organização produtiva. Para Marx, o homem já não é o proprietário das suas ferramentas de trabalho, ele não determina o ritmo de produção e nem sequer controla o processo de produção, isto é, a repartição do trabalho. Basicamente, o homem já não tem controlo em nada. Isso levou, a que o homem não se identificasse no produto que fez, e assim perde a sua identidade enquanto sujeito.

O facto da alienação do produto levar a alienação do homem fez com que, as relações interpessoais passam a ser avaliadas pelas mercadorias e pelo dinheiro, e mais que isso, os proletários obtêm um caráter de mercadoria por causa da força de trabalho ser vendida no mercado. Com isso tudo, o trabalhador passa a ser um ser privado da sua essência humana.

No entanto, ao contrário de uma visão fatalista da história, Marx usa o materialismo dialético para dar a conhecer como ocorreria a rutura da ordem capitalista. Nesse momento, o trabalhador poderia tomar consciência dessa situação de opressão e daí, movimentar-se como classe social para promover a sua libertação, por meio de uma revolução. Logo, seria da própria situação de exploração que iria nascer a força da classe operária.

Além da alienação a nível económica, também houve a alienação a nível religiosa que foi influenciada por Ludwig Andreas Feuerbach (filosofo alemão), Marx diz que é preciso aniquilar a religião para que o homem se recupere a si próprio, visto que para ele o único Deus do homem é o próprio homem. A alienação religiosa fez com que o ser humano deixe de lutar pelo melhoramento da sua condição social, crendo estar em deus a justificação para a desigualdade do mundo capitalista.

Deste modo, Deus é quem decide quem é pobre ou rico, acabando com o sentido da luta contra a desigualdade.

Para Marx, a principal missão de qualquer pessoa é de converter o mundo de maneira a acabar com a alienação social e política, isto é, atuar para eliminar a sujeição da classe operária pelo Estado burguês, isso faz com que ele considere essa tarefa a principal para o movimento socialista para alcançar o comunismo.

A sociedade capitalista iria criar os requisitos para a sua autodestruição e a aparição da sociedade comunista, que se distingue pela anulação da propriedade privada; pela igualdade, com a abolição das classes; pela justiça, isto é, que a sociedade iria reclamar um esforço proporcionado a cada individuo das suas forças e ela irá retribuir de acordo com as suas necessidades.

2.2 A ditadura do proletariado

A ditadura do proletariado é uma ideologia que esta baseada no Karl Marx que supõe a conquista do poder pelos operários como única maneira de converter a exploração capitalista. O progresso do capitalismo provocou um conjunto de princípios que propunham romper com a suposta exploração do sistema. Desde a Revolução Industrial, a estrutura do trabalho modificou-se. Os trabalhadores deixaram de ter o controlo dos meios de produção e dos produtos finais, passaram só a vender a força de trabalho à burguesia. Assim, originou-se um modelo de trabalho que se fundamentou na burguesia e no proletariado.

Desejosos por lucros, os burgueses, donos dos meios de produção e dos produtos, estabeleceram um peso de trabalho inconveniente sobre os trabalhadores.

Visto que as relações de trabalho não tinham regras que dessem conta da relação entre proletariado e burguesia, esta tirou proveito dos trabalhadores. Com cargas horarias de trabalho excessivas, um salário baixo e uma indistinção entre o trabalho de crianças e adultos, o capitalismo tornou-se intenso no meio das sociedades criadas pela burguesia. Como resposta a esta situação, os trabalhadores iniciaram movimentos de revolta que originaram ideias politicas.

Karl Marx estabeleceu os fundamentos de uma nova ideologia responsável por influenciar em larga escala os desejos dos trabalhadores. O marxismo colocou numa situação de perigo a relação da burguesia com o proletariado e espalhou a ideia de que os operários eram os únicos aptos, de reverter o quadro exploratório.

Marx fazia propaganda do comunismo, acreditava que no decorrer do sistema capitalista, o proletariado iria desenvolver uma consciência de classe que estivesse apto a unir os trabalhadores em grandes quantidades.

A luta de classes, sendo a base do capitalismo, viria a ser revelada aos trabalhadores.

O sistema capitalista para poder subsistir depende da luta de classes, no que diz respeito a burguesia e ao proletariado, eles só existem em função um do outro.

Entretanto a burguesia era privilegiada por possuir o controlo dos meios de produção e ter o privilégio de explorar a força de trabalho, o que levava a que tivessem benefícios privados.

Com isso, Marx referia que a burguesia apoderava-se injustamente da diferença e contribuía para estender a distância social e económica entre operários e patrões. Foi assim, que surgiu a noção de Ditadura do Proletariado.

Conforme este conceito, o desenvolvimento da consciência de classe e a exploração do capitalismo cediam aos operários a possibilidade de se a classe social única com a aptidão de reverter a situação.

Por esse motivo, o proletariado deveria apoderar-se do poder da burguesia por meio de uma revolta e estabelecer um regime do proletariado, governado com pulso firme, para reduzir as diferenças sociais e facultar o bem-estar coletivo.

Uma das primeiras tentativas de execução da Ditadura do Proletariado aconteceu em 1871 na França que foi a Comuna de Paris. Mas após o acontecimento, Marx avisa que não chega só conquistar o poder da máquina estatal também é necessário pôr fim ao estado, já que este só existe porque a sociedade está dividida em classes. Somente nisso se baseia a ditadura do proletariado, no acontecimento revolucionário de expropriar os meios de produção e romper a consequente resistência burguesa. Mas a medida que se erige o socialismo, a ditadura do proletariado suscita o aumento de democracia torna-se pela primeira vez na democracia das massas.

Marx, acreditava que o governo mesmo que seja bastante democrático tinha sempre um aspeto de ditadura, isto porque, vivia num quadro de um Estado e isso fazia com que estivesse garantido a conquista da classe dominante. E segundo Friedrich Engels (revolucionário alemão) a utilização da força pelo proletariado para expropriar os meios de produção seria um modelo breve de Estado e consequentemente uma ditadura.

3 Marxismo e o Estado

3.1 O Estado

Marx vê no Estado um instrumento na qual existe uma classe que controla e explora outra classe. Seria fundamental o Estado para proteger a propriedade e seguir qualquer política em que a burguesia estaria interessada, assim o Estado seria considerado como sendo uma espécie de assembleia executiva da burguesia. Marx e Engels no manifesto comunista (obra de Karl Marx e Friedrich Engels que demonstrava as principais ideias do comunismo) esclarecem que o poder político é simplesmente o poder formado por uma classe para pressionar a outra. Assim verifica-se que a teoria de Estado é derivada daquilo que Marx teorizava como classes sociais, onde existia uma luta entre as mais diversas classes é o que carateriza a história da sociedade que é formada por grupos de interesse organizado.

As classes que têm carater egoísta, não fazem caso dos interesses nacionais, e muito menos as classes opostas.

Marx refere que as classes sociais não são só um grupo que partilha um estatuto social. Para ele havia quem possuísse o capital produtivo que era a classe exploradora, e havia os empregados que não tinham propriedade, estes eram o proletariado.

Assim, podemos verificar que Marx deu uma certa definição a classe que relacionou com a propriedade produtiva, isto é, que possuíssem capital ou não. Isto porque, se estivessem associadas com a posição social, as classes de renda distintas não compartilhariam os mesmos interesses.

3.2 O socialismo marxista

O socialismo marxista é uma ideologia que se fundamenta nas normas propostas por Marx. Foi no século XIX que o socialismo teve origem, em que o pensamento teve origem num momento em que o liberalismo era considerado como sendo a ideologia principal o que marcou as conquistas capitalistas da Revolução Industrial. Este enquadramento reforçou o poder da burguesia na sociedade contemporânea, que permitiu caraterizar um momento da história em que a produção industrial ganhou bastante e isto originou uma grande explosão ao nível do trabalho a favor do rendimento. Apesar de existir uma forte crítica ao liberalismo com a chegada do socialismo, os primeiros pensadores socialistas acreditavam que a burguesia reconheceria a exploração infligida aos trabalhadores e que isto levaria à que houvesse uma alteração no sistema vigente.

Sendo que, a burguesia iria partilhar a sua fortuna e o seu poder, e a sociedade iria conseguir alcançar uma maneira de vida comunista. Isto é quase impossível sendo que a burguesia não iria abrir mão do que lhe pertence em favor de uma sociedade comunista. Com isso, esta ideologia ficou conhecida como socialismo utópico. Ao contrário desta corrente ideológica, Marx expôs reflexões mais razoáveis para a sociedade poder conseguir ter um modo de vida comunista. Com a exposição de processos e requisitos mais apropriados, estes pensamentos tornaram-se bastantes influentes, principalmente, no século XX.

Podemos dizer que o socialismo marxista também tem uma ambição que é tentar alcançar o comunismo, porém por caminhos diferentes e mais prováveis do que o socialismo utópico.

Marx formulou que a sociedade necessita passar por etapas até conseguir os requisitos essenciais para o comunismo. Assim sendo, a sociedade capitalista iria precisar desenvolver-se para que fosse permitido ao proletariado controlar os meios de produção numa sociedade socialista e, após isso, iriam existir condições necessárias para o comunismo. Essa corrente também designada de Marxismo, entende o homem como um ser social e histórico, e tem a sua base em conceitos materialistas e dialéticos da Historia. A vida social é interpretada através do modo de produção e a luta de classe em que ocorre.

A sociedade, segundo o socialismo marxista, é descrita como sendo bastante materialista, isto é, dando muita importância as relações económica que as atrevessem. Marx considerava que esta base económica seria o fator principal dos aspetos políticos, culturais e religiosos. Devido a esse valor concedido às questões económicas, a sociedade foi assinalada por uma dialética que opõe dois grupos que são a burguesia e o proletariado. A razão pelo qual o sistema capitalista funciona deve-se a facto de que a burguesia é quem possui os meios de produção e como o proletariado não possui nada a não ser a sua força de trabalho, ele vende-a. O facto de a burguesia explorar o mais possível os trabalhadores para conseguir lucros e do salario do proletariado ser muitas vezes reduzido da origem a chamada luta de classes.

O socialismo marxista acredita que a tensão existente na mais-valia (que designa a diferença entre o montante final da mercadoria produzida e a soma do valor dos meios de produção e do valor do trabalho, que seria considerado a base do sistema capitalista) iria promover uma união da classe proletária que esta, a procura de uma sociedade mais justa, iria ter o controlo dos meios de produção e aí iria passar esse controlo ao Estado, que estaria encarregado de representar a colectividade. Este seria o contexto de uma Revolução Socialista. Com o passar do tempo, o Estado já não iria ser necessário, se tivermos em consideração que não existiria uma classe dominante na sociedade, e isso levaria a que aparecesse a sociedade comunista. Para Marx, esta sociedade seria a fase final na sociedade humana, isto é, deixariam de existir classes e Estado, as decisões sobre questões económicas seriam tomadas de forma democráticas.

4 Marx do ponto de vista nacional e internacional

A tradição socialista que tinha um modo de produção capitalista, tinha como ideia de que a nação estava associada a um valor que era capaz de ultrapassar as divisões da nação burguesa. Marx tentou perceber qual era o sentido relativo da constituição da sensação de nação durante a imposição e consolidação do Estado moderno.

Os socialistas afirmavam que o Estado nacional ainda estava preso a algumas contestações do modo de produção capitalista, com esta situação foi estabelecido o fundamento do Estados modernos. Com o aparecimento do capitalismo, voltou-se a definir o poder político e o aparecimento de um meio para poder diferenciar o poder público do privado.

Marx nega essa divisão na medida em que essa tenta esconder a sua correlação com as áreas pública e privada.

Se formos concordar com a ideia de soberano isto levaria a que tivéssemos que aceitar as relações de alienação que se encontram na base do capitalismo. Assim, podemos afirmar que Marx acreditava que o Estado era o resultado dos desejos da nobreza e da burguesia que só queiram infligir as suas regras. Isto faz com que se aceitarmos a imagem da nação, então a burguesia poderá autentificar a sua autoridade. São essas as razões que permitem afirmar que Marx não demonstra qualquer inquietação no que diz respeito as relações entre os Estados. Os marxistas diziam que as relações de submissão e poder seriam escondidas quando aparecesse uma igualdade definitiva das nações.

Segundo aquilo que Marx afirma acerca da sua teoria, é nós possível concluir que as teorias da RI não têm em conta os motivos que estabeleceriam o sistema internacional e as suas alterações.

Alguns teóricos, não se preocupam com as contradições fundamentais do modo de produção capitalista, alias, eles têm em consideração os problemas que não seriam estruturais, apenas se trataria de obstáculos.

Em contraste a essa conceção, o estudo de tipo estrutural permite nos entender as RI ao tentarmos percebe-las de maneira a destacar as suas particularidades.

Em 1994, Rosenberg insinuou que o sistema internacional e as suas alterações só podiam ser percebidos se entendêssemos de outra maneira o sistema de Estados.

Como se sabe, Marx não realizou uma análise sobre o conceito de nação, mas também não pôs de parte o assunto.

De acordo com o modelo de revolução apoiado por Marx e Engels, as forças produtivas iriam expandir-se para poder incluir o mundo civilizado e nesse acontecimento iriam unir-se as várias lutas de classes, que já existiam tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. Com esta situação, seria previsível que no futuro os socialistas não estivessem propensos a dar autenticidade a instituições de natureza nacional.

O autor Mármora refere que devia a ausência de um princípio de Estado-nação causa a falta de uma teoria marxista de relações políticas internacionais. Isto justifica se pelo facto do internacionalismo marxista não ter um significado positivo das relações entre as nações no decorrer da passagem para o socialismo, mas possui sim, uma contradição dessas teorias e da sua necessidade.

Assim sendo, o assunto das ligações entre Estados não é fundamental. Resumindo, as bases das RI são principalmente dirigidas por relações sociais de prioridade.

Mesmo que o marxismo não pondere sobre as RI, ao considera-las como relações entre os diferentes Estados, ele actua para desfazer os fundamentos que que guiam e mantem a sociedade capitalista. Essa crítica da sociedade é essencial para os marxistas e tem de ser inserida no debate das RI. Podemos assim verificar que, a doutrina do marxismo é capaz nos ajudar a perceber os períodos económicos e políticos, para podermos tornar claro os motivos históricos que esclarecem a hegemonia no sistema internacional.

O uso do marxismo tem como objetivo conseguir desfazer a ideia de estado. Rosenberg refere que para podermos perceber qual o contributo que Karl Marx teve nas RI, temos que entender o sistema de Estados como sendo uma totalidade social. E acaba dizendo que a relação politica entre o sistema dos Estados e a totalidade social tem origem nas relações sociais de produção.

Marx afirma que para existir uma crítica do sistema capitalista é necessário que haja uma revelação dos segredos do capital e do seu amontoamento. Não podemos dizer se realmente existe uma teoria de relações internacionais marxista mas pode afirmar-se que o marxismo em vez de clarificar as RI, torna a numa teoria que descobre os motivos das estruturas dominantes dando origem as relações de poder entre os vários Estados.

5 Marxismo nas Relações Internacionais e a sua contribuição

Como se referiu no capítulo anterior, Marx não realizou um estudo aprofundado acerca do conceito de nação e também não encontramos em Marx uma observação no que diz respeito a RI. A segunda situação pode ser causada pela visão que tem Marx da nação, esta estando, para ele, ligada a noção de hegemonia burguesa. Se isto estiver certo, então entender a natureza e as relações entre as nações exige que haja uma compreensão das origens da hegemonia burguesa. Marx nunca criou uma teoria de um sistema de Estados soberanos, pode afirmar-se isto pelo facto de não existir um diálogo entre o debate marxista e o progresso da disciplina das RI. Para além disso, Marx conseguiu descobrir qual era a essência da soberania, exemplificando o facto de ser funcional em relação a noção de independência do Estado face à sociedade.

Rosenberg acreditava que a ideia de relações internacionais, que foi uma noção estabelecida por Marx e que servia para podermos perceber qual era o conceito de mercadoria na época moderna, podia ser vista como uma componente de adoração. Assim Rosenberg conseguiu determinar a existência de uma certa aproximação entre a noção de anarquia aplicada por Marx e a noção de anarquia usada nas RI, isto permite percebermos que o conceito de anarquia esconde as relações materiais realizadas entre as partes.

Autores, como Robert Cox, estão mais propensos a usarem conceitos idealizados no século XX, principalmente os de Gramsci. É daí que surge a teoria crítica. Cox, que estava inserido nessa teoria crítica, transfere a noção de hegemonia de Gramsci para as RI. Deste modo, Cox demonstra que o conceito de hegemonia apareceu para esclarecer não só a luta entre os Estados e as relações de domínio, como também para explicar os outros aspetos das relações de poder que se consolidaram sobre bases profundas.

Para Cox e Sinclair, a noção de hegemonia global é a solução para esclarecer as relações internacionais, isto é, hegemonia global pode ser uma ordem social, económica e política, mas verificamos que tem que ser as três, não pode simplesmente ser só uma delas.

5.1 A sociedade internacional

Apesar de Marx e Engels não terem desenvolvido uma teoria das relações internacionais, eles deixaram uma perceção dessas relações. É nos possível verificar que não existe uma teoria marxista das relações internacionais, mas estes autores idealizaram uma teoria geral da sociedade internacional.

Eles veem a sociedade internacional como uma sociedade na qual os principais atores são as classes sociais e não os Estados, estando as relações internacionais imersas na luta de classes.

Eles referem no Manifesto Comunista (1864):

“… na mesma medida em que seja abolida a exploração de uma pessoa por outra, será abolida a exploração de uma nação por outra. Enquanto desaparecerá o antagonismo de classes dentro das nações, desparecerá a hostilidade de uma nação para outra…”

No pensamento marxista, a evolução do capitalismo teve como resultado tanto a internacionalização da burguesia como a do proletariado, donde apareceu a noção de internacionalismo proletário, isto é, da solidariedade internacional do trabalho.

Em relação ao fenómeno colonial, próprio do seu tempo, é analisada como sendo uma consequência da acumulação que teve origem do capital. Na sua busca de novas matérias-primas, a burguesia lançou-se na conquista colonial.

5.2 O poder

O assunto do poder em Marx é um dos mais discutidos do seu racíocinio a partir expetativa atual. Haverá realmente uma teoria do poder em Marx?

Podemos considerar que o poder não é uma coisa ou a qualidade de um objeto em si que é conquistado, ele só existe em relação ao que está fora dele , isto é, acontecimentos históricos, condições sociais, algumas estruturas, etc.

O poder não é inerente, algo externo o torna possível, necessário e o cria. Porém, o poder se encontra relacionado com algo, ele é o relacionamento. Aí surge uma duvidá, se o poder é um relacionais então quais os objetos que estao relacionados? Não entre os homens e as coisa, embora o dominio de aqueles sobre estas, sobre a natureza, estabeleça algumas relações de poder entre os homens. O poder pode ser considerado como sendo uma relação particular entre as pessoas, em que os objetivos dela desempenham uma posição irregular. Tratam-se de relacionamentos, em que uns dominam e subordinam, e outros são dominados e subordinados. Nas relações de poder, o poder de uns, não é o poder dos outros, deste ponto de vista, notamos que existe uma desigualdade de poder em que a dominação e a sujeição se sobrepôem. No aspeto da dominação, são impostas, a vontade, as crenças e os interesses de uns aos outros. E isto, independentemente do facto de a sujeição ser aceita ou negado, de ser respeitada ou não à nivel interno ou externo, e ou que a desobdiencia de grau externo assume uma forma de luta ou resistencia.

Marx na sua teoria dizia que havia uma quantidade limitada de poder na sociedade, e que so podeia ser usado por uma pessoa ou um grupo de cada vez. Também referia que estes “grupos” eram classes de operarios e governantes. Sob o capitalismo, a classe que dominava, detinha todo o poder e usava-o para poder explorar o proletariado . Este, é um dos aspetos fundamentais do marxismo.

Marx acreditava que a estrutura da sociedade era estabelecida pela natureza da sua economia, isto é, se a economia fosse capitalista, entao a sociedade iria actuar sob os valores capitalista.

Isso acontece porque o capitalismo designado de classe dominante, é o proprietario dos meios de produção, o que quer dizer, que tem o poder de controlar os seus operários, e isso leva a que vários países tenham a totalidade do poder reunido nas mãos da classe que domina.

Ralph Miliband ( filoso político maxista) referiu que o poder político também pertencia à aqueles que tinham o controlo da economia.

Os marxistas acreditavam que a classe que dominava, utilizava o poder para socializar o proletariado com o objetivo que acreditasse nalguma coisa contra a sua vontade, isto é, a burguesia usava e abusava do poder no sentido de fazer com que o proletariado aceitasse a ideologia de classe dominante. Esta situação é conhcecida como “falsa consciencia”, isto quer dizer que, os operarios iriam dar conta que tinham aceite a ideologia da classe dominante como sendo tambem a deles. Com isto, os valores e a moral da burguesia iria ser aceite de maneira universal na sociedade, permitindo assim, assegurar que a burguesia continuaria a ter o poder

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