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O Último vestígio da democracia?

Por:   •  29/10/2018  •  Resenha  •  595 Palavras (3 Páginas)  •  102 Visualizações

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O último vestígio da democracia?

Schumpeter procurou desenvolver um modelo de democracia “realista”, onde sua tarefa era exprimir o relato da forma como a democracia funciona. O autor queria produzir uma teoria que fosse fiel à realidade. A teoria da democracia de Schumpeter se concentrou em uma faixa altamente delimitada de questões e defendeu um conjunto muito particular de princípios sobre a forma adequada de governo “popular”.

Por democracia, Schumpeter queria se referir a um método político, ou seja, uma estrutura institucional para chegar a decisões políticas investindo certos indivíduos com o poder de decidir sobre todas as questões como consequência de sua dedicação bem sucedida à obtenção do voto popular. A vida democrática seria uma luta entre líderes políticos rivais, organizados em partidos, pelo mandato para governar. A democracia implicava no fato de que o destino do cidadão democrático era o direito de escolher e autorizar periodicamente governos para agirem em seu benefício, para atingir vários fins como a promoção da justiça social.

A essência da democracia seria a capacidade dos cidadãos de substituir um governo por outro e, portanto, de protegerem a si mesmos do risco de que as pessoas encarregadas da tomada de decisões políticas se transformassem em uma força inamovível. A democracia é uma estrutura institucional para gerar e legitimar a liderança: “o governo pelo povo”. Significa apenas que o povo tem a oportunidade de aceitar ou recusar os homens que o governam.

O autor também fala que a democracia é um governo do político. A política é, inevitavelmente, uma carreira. Há uma distinção de interesses pessoais e grupais na política como profissão, os porquês dos políticos deixam de atender os interesses de suas classes ou dos grupos os quais estão inseridos. A democracia pode ser guiada pelo bem comum, ou seja, um conjunto de interesses será atendido acima de todos os outros: aqueles que estiverem realmente no comando e seria concedido um voto ocasional para adultos maduros, e o autor ainda caracterizou o eleitorado como propenso a fortes impulsos emocionais e suscetíveis a forças externas.

A maioria das pessoas não tem senso de realidade, não conhecem sucintamente o que está acontecendo quando se fala de política, assim, o cidadão argumenta e analisa a política de forma infantil. Com isso, a democracia para o autor, pode suportar apenas um envolvimento político mínimo, que seria suficiente para legitimar o direito das elites políticas em condições de competir para governar.

Democracia, capitalismo e socialismo.

Schumpeter enfatizou o incessante movimento e a natureza dinâmica do capitalismo industrial, havia uma tendência no sentido de uma dominação de corporações ainda maiores na produção e distribuição de bens, o autor também acreditava que o desenvolvimento do capitalismo industrial iria, eventualmente, destruir as fundações da sociedade capitalista.

O autor era um socialista relutante, o socialismo tinha de ser compreendido como resultado de uma série de tendências sociais, o socialismo traria uma solução para a maximização da produção nacional de forma eficiente no contexto de uma economia dominada por grandes empresas. O elemento definitivo do socialismo era o planejamento de recursos: um padrão institucional que permitia a uma autoridade central colocar o sistema de produção. Com isso, na medida em que a democracia seja definida em termos de um sistema para o estabelecimento de lideranças (partidos, parlamentos), ela poderia provar ser o instrumento mais apropriado e conveniente para lidar com a agenda política das ordens capitalista ou socialista.

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