PSICOPATA
Tese: PSICOPATA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: alex123455 • 2/4/2014 • Tese • 635 Palavras (3 Páginas) • 356 Visualizações
contexto de sua internação que, ao contrário, adquiriu o caráter persecutório
evidente na relação do sujeito com o espaço e a equipe de tratamento e nas
ameaças de novos atos. Coube interrogar os limites e as possibilidades desse tratamento
em sua relação com a condição de inimputabilidade.
Os termos jurídicos faziam parte do tesouro de significantes de Erasmo, pois
quando contava apenas seis meses o pai foi assassinado em uma briga, cujo assassino
foi inocentado em função da legítima defesa averiguada. Erasmo repete a opinião
da mãe; julga-o culpado. Inocente-culpado, como o apresenta e como, estanque,
passa a se apresentar. Sua mãe era freqüente no hospital; em seus apelos e nos
corredores da enfermaria. Quando da evasão favorecida por ela, foi-lhe oferecido
tratamento, que durou o tempo suficiente para o relato quanto à manipulação da
genitália do filho dos seis meses aos doze anos, sob “o testemunho de Jesus que
reconhecia nela as melhores intenções de uma mãe em satisfazer as necessidades
de homem que surgiam no filho tão novo, a tal ponto que parecia ter um buraco na
barriga”.
A dissertação foi desenvolvida visando, inicialmente, o esclarecimento da condição
de inimputabilidade e considerando o lugar da lei jurídica na organização da
sociedade paralelo à retomada da lei simbólica em seus fundamentos, para enfocar
a resposta do psicótico e seu ato louco.
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ARTIGOS
Conforme nosso Código Penal, é inimputável todo indivíduo que em virtude
de doença mental era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender
o caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com tal entendimento
(art. 26).
A noção de doença mental1 nas bases da inimputabilidade pressupõe que o processo
psicótico transtorna o indivíduo acarretando um defeito maciço que atinge a
globalidade da vida psíquica e é constatada por meio de perícia psiquiátrica, mas
relativa à decisão do juiz quanto a capacidade ou incapacidade de culpa, da imputabilidade
ou inimputabilidade.
Assim, se decidida pela imputabilidade, configurada a culpa e conseqüentemente
o crime, o réu vai a julgamento, que é a fixação de pena, onde estabelecer-se-á
a responsabilidade penal do acusado. É exatamente, portanto, da relação específica
entre o ato e a pena, referida à norma que a antecede, que teremos em um nível
simbólico a representação do sujeito, autor do crime.
Se, ao contrário, o juiz decide da inimputabilidade, estabelece-se medida de
segurança e o réu não é levado a responder pelo fato, pois não se configurou a
culpa e, conseqüentemente, nem o crime nem a sua autoria. A esse indivíduo aplica-
se Medida de Segurança, prevista no CP Brasileiro sob as formas de internação
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