Pensamento Estrategico
Exames: Pensamento Estrategico. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: jose453 • 2/10/2013 • 3.094 Palavras (13 Páginas) • 1.366 Visualizações
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Unidade I:
Unidade: Pensamento Estratégico
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Unidade: Pensamento Estratégico
Referências Bibliográficas A evolução da gestão estratégica Antes de iniciarmos a análise da evolução da gestão estratégica, é bom lembrarmos que, embora a estratégia só passe a fazer parte dos estudos de administração na segunda metade do século XX, a ação estratégica sempre esteve presente nas organizações, como bem observado por Ansoff (1990, p. 97): “a história empresarial está repleta de exemplos claros de usos deliberados e bem sucedidos de estratégia. A passagem deliberada e bem sucedida da Du Pont do ramo de explosivos para o de produtos químicos, na década de 1920, é um exemplo”. Apenas não era consciente a presença do conceito estratégico. Desde a incorporação do conceito de estratégia pelas teorias administrativas, o conceito passou por diversos estágios. Certo e Peter (2005) defendem que: o conceito de estratégia passou a ser definido a partir da pesquisa patrocinada pela Fundação Ford e a Carnigie Corporation – Relatório Gordon-Howell – que, como resultado da avaliação dos currículos dos cursos de administração das universidades norte-americanas, sugeriu a inclusão da disciplina de política de negócios. É importante lembrarmos que a atividade política está diretamente ligada ao conceito original de estratégia – “a arte do general”. Faz parte da atividade política não só as relações internas de um país, mas, também, as relações externas que são desenvolvidas entre governos e, dentre elas a guerra. De acordo com Weber (1979), apenas ao Estado é concedido o monopólio do uso da violência e, como sabemos, cabe aos políticos as definições das ações a serem desenvolvidas pelo Estado.
Assim, ao se incluir nos currículos dos cursos de administração a disciplina de política de negócios, passou-se a estudar, além das relações internas que ocorrem no mundo organizacional, as relações que acontecem fora da organização, ou seja, entre a organização e seus clientes, fornecedores, concorrentes e demais atores que se encontram e atuam fora ambiente organizacional. O livro de Ansoff, já mencionado, que é considerada
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a obra seminal para o estudo da estratégia nas organizações, foi desenvolvido para ser utilizado na disciplina de política de negócios. Em 1973 (ZACCARELLI, 2000), realizou-se na Universidade de Vanderbilt o Primeiro Seminário Internacional de Administração Estratégica. Fischimann (apud OLIVEIRA e NUNES, 2005, p. 4), [...] localiza a união entre o planejamento e a estratégia no início da década de 60, quando se inicia a abordagem da estratégia como uma forma de planejamento que proporcionasse respostas às mudanças ambientais, uma vez que até aquele momento o ambiente não era considerado no planejamento. Nessa concepção de estratégia, diretamente ligada à atividade de planejamento empresarial, Fischimann (1987) divide a atividade de planejamento em três fases: na primeira, que vai até o início dos anos 1950, o planejamento era representado pelos orçamentos financeiros; na segunda, que se inicia nos anos 1950 e dura até meados dos anos 1970, o planejamento passa a ser realizado para prazos mais longos, 3 a 5 anos, e correspondia às projeções das vendas, fluxo de caixa e investimentos; na terceira, que se inicia em meados dos anos 1970, o processo de planejamento passa a ser denominado de estratégico e incorpora a utilização de cenários ambientais. Os cenários eram desenvolvidos, normalmente, em três versões: uma versão pessimista; uma versão otimista; e uma versão que, mais ou menos, correspondia a uma continuidade das condições vigentes à época de sua elaboração, uma projeção da situação atual. Essa técnica exigia a análise e avaliação, não só das condições vigentes na organização, como também das condições verificadas fora da organização. Para o desenvolvimento do processo de planejamento, as organizações criaram estruturas exclusivamente para o desenvolvimento dessas análises e cenários. Essas estruturas forneciam aos altos executivos as informações necessárias ao processo de planejamento.
Em alguns casos, as organizações optavam por contratarem os serviços de empresas de consultorias especializadas para as avaliações e definição de cenários, e o posterior fornecimento dessas informações aos seus dirigentes. Assim, as empresas que passaram a adotar o planejamento estratégico
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seguiam por dois caminhos: uma área própria para o desenvolvimento dos estudos necessários ao processo; ou, a contratação de empresas especializadas no desenvolvimento desses estudos. Deve-se destacar que apenas as grandes empresas, as maiores empresas, adotaram o planejamento estratégico seja com estrutura própria, seja com estrutura terceirizada. No Brasil, o processo de planejamento estratégico passou a ser adotado pelas grandes empresas apenas nos anos 1980. A concepção de administração estratégica como sinônimo do processo de planejamento estratégico permanece ainda hoje. Confunde-se assim, a ferramenta (processo de planejamento estratégico) com o modelo de gestão (administração estratégica). A gestão estratégica é muito mais que o planejamento estratégico. A administração estratégica é uma forma de gerir as organizações, levando em consideração fatores que a administração tradicional não levava em conta. O processo de planejamento estratégico é a forma de planejar adotada pela administração estratégica. Para Taylor (1957), o modelo de administração estava relacionado ao aumento da produtividade através do estudo e clara definição das atividades, adequação entre o executante e a tarefa, treinamento do operário e a supervisão adequada do trabalho. A concepção da tarefa, a forma como deve ser executada, é função da administração. A preocupação da administração era o planejamento e execução dos processos produtivos. Para Fayol (1958), a administração é a formulação geral da atividade organizacional e está dividida em cinco grandes atividades: previsão, organização, direção, coordenação e controle. Elton Mayo (apud MAXIMIANO, 2007) tinha, como principal preocupação, as pessoas dentro da organização, e a compatibilização entre os grupos informais e a organização formal.
Podemos observar que a preocupação dos autores clássicos das teorias administrativas era com o ambiente interno da organização. A administração
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