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Pesquisa Em Serviço Social

Artigo: Pesquisa Em Serviço Social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  25/3/2015  •  3.059 Palavras (13 Páginas)  •  231 Visualizações

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1. APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA

O Serviço Social busca, através de práticas intervencionistas, amenizar problemas nas mais variadas classes sociais e proporcionar mudanças na vida da população menos favorecida. A fim de se atingir tais objetivos é necessário utilizar práticas adequadas, de forma a se entender o problema estudado, analisando os desafios e possíveis medidas a serem tomadas, para então agir de forma adequada.

A fim de se conhecer o objeto de estudo vê-se necessário a utilização da pesquisa. Segundo Demo (2000) pesquisar é dialogar, transformando o estudo em uma troca de conhecimento, que por sua vez possibilita uma transformação no processo político de conquista, de criação, de construção, que depende da qualidade dos métodos utilizados pelos pesquisadores no contexto social. Segundo o autor, para descobrir é preciso questionar e nesse ponto a pesquisa se faz importante como um divisor de águas, separando o que apenas se acreditava do que realmente ocorre.

Segundo Cardoso (1998) a pesquisa apresenta importância na formação do profissional em Assistência Social como um instrumento na superação do pragmatismo , tão marcante nas práticas de assistência social. A pesquisa auxilia na construção de um novo tipo de sociedade, baseada no conhecimento, dando uma formação profissional baseada no científico, com condições para que o profissional tenha capacidade de explicar e lidar com os problemas sociais. Dessa forma, através da pesquisa cientifica, o Assistente Social pode se aproximar da realidade vivida pela comunidade em estudo.

A mudança na formação do profissional deve buscar acabar com as atitudes pragmáticas em que o Serviço Social se baseava. Até o inicio de 1930, o fazer social estava ligado com praticas comuns á burguesia que, através do serviço social, acabou por inserir uma nova prática de dominação no proletariado. Segundo Martinelli (1997) esse pensamento começou a se modificar quando, entre as décadas de 30 e 40, o Serviço Social brasileiro passou a receber influência de práticas norte-americanas, que tinham como mecanismo norteador, a ciência e o seu pensamento neutro. A partir de então os estudos deixaram de se basear na estrutura global para analisar os comportamentos individuais, utilizando para isso, entrevistas e observações (SILVA E SILVA, 1995).

A importância da pesquisa para o Serviço Social é evidenciada no decorrer da trajetória da profissão, com a construção de um embasamento teórico que lhe conferiu legitimidade dentro das Ciências Sociais, ganhando importância e reconhecimento frente ás agencias de fomento (FERREIRA ET AL., 2014). Assim, o Serviço Social acaba por se assumir como uma nova ciência na área de Ciências Socias, apresentando métodos próprios e eficazes, justificados pelas inúmeras análises feitas ao objeto de pesquisa. Vale ressaltar que tal embasamento teórico também apresenta sua importância no momento de inserção do Serviço Social nas políticas públicas, pois é o arcabouço teórico que irá justificar a necessidade de investimento em determinada área, possibilitando que o governo ofereça recursos e trace metas a fim de melhorar as condições da mesma.

A aplicação de pesquisas no campo do Serviço Social pode parecer algo simples e que não representa nenhuma contribuição para o campo do Serviço Social, porém a dificuldade não está na pesquisa em si, mas sim em estabelecer uma relação entre o sujeito estudado e o ambiente vivido, além de se analisar dados e interpreta-los da maneira correta. Cabe ao profissional observar o ambiente em análise e estabelecer uma ligação entre este e o sujeito investigado, pois sem essa conexão a pesquisa seria relevante e não apresentaria um significado (MINAYO, 2004). Deve-se levar em consideração os dados estatísticos que, para uma boa interpretação, devem ser analisados de forma crítica. Segundo Pereira (2005):

A principal contribuição da pesquisa para o Serviço Social seria propiciar a construção de tipologias de diagnósticos e tratamento mediante a conversão do conhecimento das Ciências Sociais em princípios para o exercício da pratica profissional. Portanto, no ponto de vista, o Serviço Social, diferentemente das ciências, não estaria voltado para a “acurada descrição e interpretação do mundo social”, mas para o “controle desse mundo”, mediante o manejo de técnicas, informadas por outras disciplinas, tal como procedem a seu ver, as tecnologias e as engenharias

(PEREIRA, 2005, p.18)

Assim, o uso da pesquisa no Serviço Social é justificado através da necessidade de haver veracidade nas informações analisadas, não apenas se baseando em achismos ou generalidades. Cada sujeito estudado é diferente e apresenta necessidades particulares, não existindo portanto, modelos prontos. È necessário aplicar entrevistas, questionários e praticar a observação a fim de se entender a realidade de cada objeto para então buscar uma arcabouço teórico que possa embasar a formulação de uma prática de ação. A forma de pesquisa é tão importante quanto o método a ser utilizado na busca pela mudança, pois é a partir dela que parte o entendimento necessário para grande parte do projeto.

2. PROBLEMATIZAÇÃO

A história da utilização de drogas e substancias psicotrópicas é tão antiga quanto a historia da humanidade. Em várias sociedades e culturas o uso de drogas está associado a ritos religiosos ou á medicina natural (FERREIRA FILHO, 2003). Entretanto, com a disseminação de tais substâncias, o uso de drogas se tornou um dos principais problemas na saúde pública atual, desafiando os profissionais de saúde e de assistência social a compreenderem o perfil dos usuários e as formas de lidar e abordar o problema (GUIMARÃES et al., 2008). Dentre as drogas existentes no Brasil, as de uso mais comum são a maconha, crack e cocaína, sendo utilizadas pelas mais diversas classes sociais, sem distinção de sexo ou idade.

O usuário de drogas se camufla na sociedade, buscando passar despercebido devido a ilegalidade do uso e a criminalidade do ato (HARVEKOS, 1990). Dessa forma não é possível prever com facilidade a quantidade de usuários presentes em uma comunidade, sendo mais fácil encontrá-los em clinicas de recuperação, casas de detenção e hospitais públicos. No caso do uso de substâncias psicotrópicas por crianças e adolescentes, a situação se torna mais delicada pois, além dos fatores já citados, a lei acaba servindo como um terceiro mecanismo de camuflagem, impedindo um estudo adequado quanto a quantidade e condição social de tais crianças.

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