RESUMO RAÍZES DO BRASIL
Por: Rafael Moura • 15/9/2017 • Trabalho acadêmico • 2.363 Palavras (10 Páginas) • 434 Visualizações
RESUMO DA OBRA “RAÍZES DO BRASIL” DE SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA
TURMA: SERVIÇO SOCIAL 2016.1
SALA: “A 104”
Trabalho apresentado à universidade paulista para obtenção de nota parcial na disciplina de antropologia e cultura brasileira, ministrada pelo prof. Rafael Cohen, no 1º semestre de serviço social.
SANTARÉM/PA
ABRIL/2016
UNIVERSIDADE PAULISTA
SERVIÇO SOCIAL
EQUIPE TÉCNICA: ANDIARA PATRÍCIA COSTA FARIAS
ÂNGELA SELMARA DE SOUSA MOTA
CLEIZIMAR REGINA AIRES DA SILVA
FÁTIMA VINHOTE VIEIRA
GERSON CRISTIANO RODRIGUES
JACINEIDE PARANATINGA SILVA
JEIBSON CHISLEY FARIAS LIRA
JOELSON PORTELA OLIVEIRA
MARIA FERNANDA CASTRO PERES
TAILON GILVANE SANTOS DOS REIS
COORDENADORA DO PROJETO: PROF. RAFAEL COHEN
SANTARÉM/PA
ABRIL/2016
1. INTRODUÇÃO
Analisar e compreender a história da origem da cultura brasileira e suas relações com as formas de produção extraídas do meio são de extrema relevância. Sendo assim, o presente trabalho tem como principal fundamento fazer uma análise do pensamento antropológico de Sérgio Buarque de Holanda, através do resumo da sua obra “Raízes do Brasil”.
O tema tem sua importância baseada na perspectiva do assistente social ter conhecimento acerca das situações futuras relacionadas às pessoas, para que através de seu trabalho possa ajuda-las da melhor forma possível. Além disso, pesquisar, examinar e levantar dados sobre eventualidades e fatos abrangendo a sociedade e suas confluências é uma das funções imperativas inerentes às universidades.
Essencialmente, o trabalho discorre sobre as análises históricas feitas pelo Sérgio Buarque de Holanda, o qual argumenta o nascimento da cultura popular brasileira, relacionando-a intrinsecamente com o povo da península ibérica.
2. RESUMO
2.1-A CULTURA DA PERSONALIDADE
A característica de principal destaque dos ibéricos em relação aos outros povos da Europa é a “Cultura da Personalidade”. De forma simples, ela pode ser traduzida como a valorização do próprio ser, cada indivíduo tem peculiaridades e elas são mais importantes que todo o resto. A autonomia do homem em relação ao mundo, às outras pessoas, ao tempo e espaço são os principais aspectos inferidos à cultura desses povos.
E um produto bastante evidente dessa exacerbada cultura da personalidade é a “tibieza das formas de organização” e a fraqueza também de toda e qualquer forma de associação que necessite de trabalho coletivo. O fato é que todos querem ser barões, todos querem comandar e sentir o poder, entretanto, em decorrência disso é impossível que haja um acordo duradouro entre eles, a não ser que exista uma força externa mais respeitável e temida.
Para ele, a falta de coesão social existente na sociedade não é um fenômeno moderno, portanto, erram aqueles que buscam uma solução para esse problema através da evocação de tradições e de costumes passados.
Para ele, o que importa é apenas fazer algo que os torne reconhecíveis e únicos. Sendo assim, o esforço humilde, anônimo e desinteressado é precário entre essa gente. Afinal, em uma situação onde um indivíduo tem oportunidade para realizar algo que beneficie as pessoas de um determinado local, mas que ninguém notará a ação benevolente dele, ele prefere simplesmente não realizar a ação. Por isso não é de se estranhar a falta de solidariedade entre as pessoas, exceto em situações onde já se tem vinculo emocional com alguém.
De alguma forma, toda essa desordem na coesão social precisa ser reparada. E para eles, a melhor forma possível de se organizar é justamente a de um poder maior. A outra virtude, igual ou talvez maior que a da cultura da personalidade, considerada por eles, é a da obediência, entretanto é uma obediência cega. Portanto, “a vontade de mandar e a disposição para cumprir ordens são-lhes igualmente peculiares”, de acordo com Sérgio Buarque.
Com isso, o Brasil tem como produto uma cultura alheia, oriunda da península ibérica. E o restante foram matérias que conseguiram ou não se adaptar a esse tipo vivência.
2.2 TRABALHO E AVENTURA
Para Sérgio, existem dois tipos de personalidades com ideais diferentes: um com principio aventureiro e outro com principio de trabalhador.
O Aventureiro busca lucro fácil em período rápido. Grandes recompensas, grandes desafios, grandes riscos. Ele tem uma mentalidade coletora, não produz, apenas coleta aquilo que não é dele, dessa forma se apropria de coisas que a natureza pode oferecer. Ele pensa mais nos objetivos do que como chegar neles. É de sua natureza negligenciar os meios, portanto é um irresponsável e inconsequente. Por ser assim, o aventureiro consegue aquilo que a maioria das pessoas não conseguirá, afinal ele se arrisca mais, sem parar para refletir nas consequências que aquilo pode lhe causar.
Por outro lado, existe o trabalhador. Ele enxerga primeiramente a dificuldade que vai ter que enfrentar para poder vencer, em seguida pensa no que vai ganhar vencendo essa dificuldade. Ele é realista, calcula mais que o aventureiro. É metódico, racional. Pensa mais nos meios de ação do que nos fins. Ele naturalmente chega menos longe, pois têm medo de se arriscar, mas mesmo assim o que ele consegue é mais duradouro do que as coisas que o aventureiro obtém. Sendo assim, diferentemente do aventureiro, o trabalhador produz, ao invés de se apropriar das coisas. O incerto jamais combinará com ele, por isso busca recompensas seguras, exatas, porque são longas.
Levando em consideração essa abordagem psicológica de dois personagens distintos, quem colonizou o Brasil foi o aventureiro. O Perfil dos aventureiros desbravadores era de jovens, pessoas que não tinham muitas posses, alguns tiveram problemas com a moral católica, problemas judiciais, entre outros. Embora seja fato o espírito egoísta presente neles, a necessidade de aventura foi crucial para que eles enfrentassem as dificuldades encontradas nas terras colonizadas.
Outra característica dos portugueses, cuja particularidade poderá ser notada posteriormente na cultura brasileira, é a maleabilidade, ou “plasticidade social” frente às adversidades encontradas pela vida, isso é refletido através da falta de apego às tradições. Expondo dessa forma a capacidade adaptativa, afinal os bandeirantes souberam se apropriar brilhantemente dos conhecimentos dos índios, inclusive sobre quais animais são venenosos, como caçar, como se proteger, como se comunicar com índios, entre outras coisas mais. De fato, eles não se impuseram contra a realidade, apenas deixaram que ela os forjasse, evidenciando ainda mais essa plasticidade.
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