Racionalização Do Trabalho
Artigo: Racionalização Do Trabalho. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: arisossai • 6/4/2014 • 4.710 Palavras (19 Páginas) • 836 Visualizações
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Departamento de Economia, Administração e Sociologia
Apostila 01
A Racionalização do Trabalho
Prof. Dr. Alex Coltro
Piracicaba/2006
Introdução
Em seus primórdios, a conceituação sobre Administração sofreu influências diversas que vão desde a era histórica primitiva, os filósofos, os economistas liberais, os primeiros empreendedores capitalistas, a organização religiosa, a organização militar e, principalmente, a Revolução Industrial, que tornou as organizações mais complexas, maiores e desorganizadas. O avanço tecnológico e a necessidade de atualização por parte das organizações trouxeram novos problemas que ameaçavam a sua eficiência e a sua competência.
A Abordagem Clássica ou Tradicional da Administração compõe-se da Escola de Administração Científica desenvolvida inicialmente por Frederick Winslow Taylor (1856-1915) depois tendo agregado as idéias de Henry Ford (1863-1947); e da Escola do Processo Administrativo ou Teoria Clássica de Henri Fayol (1841-1925). Mesmo antes de Taylor as idéias de Adam Smith (1723-1790) e de Charles Babbage (1792-1871) sobre a divisão do trabalho, especialização e de suas vantagens para o sistema capitalista foram bastante importantes.
A Administração Científica de Taylor (1987), que até hoje tem alguns de seus postulados em uso nas organizações modernas, tem cinco princípios básicos: os gerentes deveriam assumir toda a responsabilidade pela organização do trabalho, ao invés dos trabalhadores; a determinação da forma mais eficiente de realizar uma tarefa devia ser feita através de métodos científicos; os cargos devem ser providos por pessoas previamente selecionadas; o trabalho seria executado eficientemente quando os trabalhadores fossem treinados; e a fiscalização do trabalho assegurava o cumprimento dos procedimentos e a efetivação dos resultados.
O taylorismo consiste ainda na dissociação do processo de trabalho das especialidades dos trabalhadores, ou seja, o processo de trabalho deve ser independente do ofício, da tradição e do conhecimento dos trabalhadores, mas inteiramente dependente das políticas gerenciais. Taylor compreendeu e aplicou o princípio de Babbage ao separar a concepção da execução (cerébro e mãos), monopolizando o conhecimento para controlar cada fase de execução do trabalho. Ele acreditava que havia uma melhor maneira de realizar uma tarefa, e a produtividade poderia ser aumentada com os operários desempenhando tarefas rotineiras e não exigindo que eles tomassem decisões.
O enfoque taylorista rejeitava qualquer contribuição inteligente por parte do trabalhador, que poderia ser substituído sem maiores problemas para a organização. Segundo Taylor (1987) a Administração Científica constitui ciência em lugar de empirismo, harmonia em vez de discórdia, cooperação e não individualismo, rendimento máximo para se alcançar maior eficiência e prosperidade. Enquanto o Taylorismo preocupava-se com as tarefas, a Teoria Clássica preocupou-se com a organização como um todo. Fayol e os demais clássicos formularam uma estrutura organizacional ideal e pressupunham que se tal estrutura fosse atingida, o trabalho seria simples, impessoal e racional. Fayol (1990) define o ato de administrar no que ficou conhecido como POCCC (prever, organizar, comandar, coordenar e controlar). Ele utiliza ainda os seguintes princípios de Administração: divisão do trabalho (especialização para aumentar a eficiência); autoridade e responsabilidade (não se concebe autoridade sem responsabilidade); disciplina (obediência, assiduidade e respeito); unidade de comando (o agente deve receber ordens de um único chefe); unidade de direção (convergir os esforços para os mesmos objetivos); subordinação do interesse particular ao interesse geral; remuneração do pessoal (diversas formas: por dia, por tarefa, por peça, prêmios etc. Desde que fosse justa e garantisse a satisfação dos empregados e da organização).
Em Taylor a remuneração era baseada na produção (por peça produzida por exemplo) só que com planos de incentivo e prêmios, a partir da superação de tempos padrões na produção; centralização (para pequenas empresas é absoluta, mas para as grandes a descentralização deve ser admitida); hierarquia (série de chefias); ordem (um lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar); eqüidade (combinação da complacência com a justiça); estabilidade do pessoal (a rotatividade de pessoal tem impacto negativo para a organização); iniciativa (capacidade de visualizar um plano e assegurar o seu sucesso); e união do pessoal (esforços para estimular a harmonia).
Entre os diferentes métodos e instrumentos usados em cada trabalho, há sempre um método mais rápido e um instrumento mais adequado que os demais, estes métodos e instrumentos melhores podem ser encontrados e aperfeiçoados por meio de uma análise científica e um apurado estudo de tempos e movimentos. Esta tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares pelos métodos científicos em todos os ofícios recebeu o nome de Organização Racional do Trabalho.
Com a Administração Científica ocorre uma repartição de responsabilidades: administração fica com o planejamento e a supervisão, e o trabalhador fica com a execução do trabalho, pura e simplesmente. A organização racional do trabalho é a substituição de métodos empíricos e rudimentares por métodos científicos em todos os ofícios. Essa necessidade de organização foi verificada primeiramente por Taylor, que percebeu entre os diferentes métodos e instrumentos em cada trabalho, há sempre um método mais rápido e um instrumento mais adequado que os demais, os quais podem ser encontrados e aperfeiçoados por meio de uma análise científica, e um apurado estudo de tempos e movimentos, em vez de ficar a critério pessoal de cada operário. Assim, houve uma repartição de responsabilidades: a administração (gerência) fica com o planejamento e a supervisão, enquanto o trabalhador fica apenas com a execução do trabalho.
Os principais aspectos da organização racional do trabalho (ORT) são: análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos; estudo da fadiga humana; divisão do trabalho
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