Raízes do racismo contemporâneo
Artigo: Raízes do racismo contemporâneo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ANDRESSALAYANE • 26/11/2014 • Artigo • 663 Palavras (3 Páginas) • 297 Visualizações
O racismo pode ser definido não como uma tentativa de descrição das diversas etnias humanas - o que é o objetivo da Antropologia Física e da Sociobiologia -, mas como uma ideologia que busca explicar o comportamento humano pela sua origem racial. Do ponto de vista político, o racismo visa, apoiando-se em fundamentos pseudocientíficos, promover a crença da superioridade de uma raça sobre as demais.
O ódio e o temor em relação ao outro - o etnicamente diferente - sempre foram, infelizmente, um componente da consciência humana. Mas, na ausência de uma perspectiva dita "científica", o racismo, ao longo dos séculos, foi uma ideologia informe e sem grande impacto político.
Somente no século XIX o racismo, fortalecido pelo mito do arianismo, adquiriu uma poderosa dimensão político-social. De fato, irrompia a noção mítica de uma raça "nobre", privilegiada e deslocada para a Europa, onde teria fecundado uma "criatura superior". No século XX o racismo tornou-se, especialmente após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) um fenômeno essencialmente político.
Raízes do racismo contemporâneo:
• O estudo científico das raças - que serviu como fundamento de uma visão pseudocientífica do comportamento humano explicado pela etnia;
• A exaltação do nacionalismo - ideologia que romantiza e deforma o ideal de nação - potencializada pela Primeira Guerra Mundial e suas consequências, notadamente os revanchismos que marcaram os tratados entre vencedores e vencidos após o conflito, visto que o peso "humilhante" dos tratados, tidos como impagáveis pelos vencidos, teriam estimulado tal exaltação;
• O misticismo irracionalista - que contaminou a visão política das massas populares após 1918. Com efeito, ao contrário da ilusão liberal-iluminista de que os povos -enquanto partícipes da política -levariam à vitória a democracia, ocorreu, isto sim, a militarização da ação política, acompanhada pelo fanatismo nacionalista que gerou soluções totalitárias como o fascismo e o comunismo soviético.
O nacionalismo e o imperialismo (a expansão neocolonialista do século XIX e da primeira metade do XX) contribuíram para a difusão dos ideais racistas. O Ocidente precisava justificar, em termos de superioridade racial, o controle de áreas coloniais na Ásia e na África: o homem branco, "graças a sua superioridade cultural e racial", tinha como "fardo" a "missão civilizadora".
Os ocidentais teriam de pagar o preço de suas excelências e virtudes raciais, levando "cultura e civilização" aos negros, amarelos e mestiços, "povos vulgares e sensuais", pouco dotados de racionalidade, das áreas periféricas do planeta.
Vem daí um pouco a visão de que nos trópicos poderia residir o "paraíso perdido", em função da ingenuidade dos nativos, das atitudes de não constrangimento pela nudez, das suas relações aparentemente infantis, pois fundamentadas na confiança.
A distância do colonizador europeu em relação às regras jurídicas de seus países de origem fez do contato com as novas terras conquistadas e sua gente, especialmente no início
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