Recursos Humanos, Um Desafio Para O Terceiro Setor
Pesquisas Acadêmicas: Recursos Humanos, Um Desafio Para O Terceiro Setor. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: nayanep • 29/11/2013 • 688 Palavras (3 Páginas) • 610 Visualizações
Recursos Humanos, um desafio para o terceiro setor
Mais do que a sistematização dos serviços prestados à comunidade, um dos grandes desafios enfrentados pelo terceiro setor é a sua própria profissionalização. Apesar de todas as peculiaridades do setor em relação ao mercado formal de trabalho, um aspecto os aproxima: ambos necessitam, para seu melhor funcionamento, de um departamento responsável pelo processo de seleção e contratação de profissionais: o de recursos humanos.
A diferença é que poucas Organizações Não-Governamentais (ONGs) têm atualmente uma gestão organizacional que dê conta dos processos que envolvem a área de recursos humanos. O setor lida com uma diversidade maior de profissionais. No entanto, a dificuldade não está em selecionar o perfil adequado para a instituição mas, em garantir, por exemplo, uma definição de cargos e salários, direito às leis trabalhistas (CLT), oferecer planos de carreira, principalmente para estagiários.
O que define a maneira e como os conceitos de recursos humanos são aplicados é a natureza da organização. De qualquer forma, um consenso é geral entre as organizações: é pré-requisito básico estar envolvido com a causa para ser contratado.
Para Luiz Carlos Merege, coordenador do Centro de Estudos do 3° Setor, da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (CETS – FGVSP), recursos humanos no terceiro setor ainda é uma questão crítica, pois não existe plano de carreira, piso salarial nem avaliação. “Tudo ainda é muito novo no setor, portanto, caótico”, afirma Merege.
O CETS foi pioneiro no país na criação de cursos que busquem orientar a profissionalização das ONGs no país. Merege afirma que a questão organizacional administrativa na formação do terceiro setor foi muito negligenciada. “O foco principal sempre esteve na missão da organização”, disse.
A Fundação Gol de Letra, na região norte de São Paulo, por exemplo, atualmente está definindo uma política de RH em parceria com uma empresa especializada. Segundo Sóstenes Vieira de Oliveira, superintendente da organização, que atua na área de educação para crianças de baixa renda na cidade, todos os profissionais contratados, com carteira assinada ou autônomos, recebem antes uma capacitação para trabalhar com os jovens.
A Gol de Letra tem em seu quadro principalmente educadores. “Temos poucos estagiários na Gol de Letra. Mas estamos formando jovens da própria comunidade para trabalhar nos programas que realizamos”, explica Oliveira.
Dessa forma, a mão-de-obra necessária para os trabalhos da organização será suprida pelos próprios programas da ONG. Essa é uma prática comum entre as organizações do terceiro setor, que nem sempre encontram no mercado profissionais com as habilidades que a área demanda.
Algumas vezes o quadro organizacional muda quando a instituição tem uma origem estrangeira, como é o caso do Greenpeace, atuante na área ambiental. Por ser uma ONG internacional, alguns padrões são seguidos pelas filiais.
Mas, segundo Mario Kabilio, gerente de recursos humanos do Greenpeace em São Paulo, a ONG procura espelhar-se nas experiências de empresas da iniciativa privada e seguir a legislação brasileira. “Não temos um plano de carreira, mas um organograma fixo, baseado nas necessidades da organização e limitado por orçamentos
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