Relaçoes Sociais
Ensaios: Relaçoes Sociais. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: renata.pcosta • 16/5/2014 • 937 Palavras (4 Páginas) • 204 Visualizações
Sete anos após o primeiro código de ética, no ano de 1954, é aprovado o 1º currículo mínimo para o curso de Serviço Social, depois de muita luta da profissão, juntamente com a Associação Brasileira dos Assistentes Sociais (ABAS) e a Associação Brasileira de Ensino de Serviço Social (ABESS) tendo grande repercussão para o Serviço Social brasileiro. No ano de 1967 ocorre o seminário de Araxá para discutir a revisão crítica, em nível teórico-metodológico, no sentido de fomentar uma ação articulada com as lutas dos segmentos populares (AGUIAR, 1995).
Já a década de 1960 representou um período de mudanças, inclusive na reformulação do código de 1947 para o de 1965, aprovado um ano após o golpe militar, sofrendo reflexos da ditadura. As mudanças no documento direcionam a importância de zelar pela família, visando à harmonia, o equilíbrio e a paz social (AGUIAR, 1995). Assim, carregado de caracteres da ideologia da autocracia burguesa (PAULO NETTO, 1991), o Código de 1965 consolida sua missão: conservar toda estrutura ideológica, a partir do contexto da autocracia burguesa, como forma ídeo-política do conservadorismo burguês.
Perpassando o período da ditadura, o movimento de reconceituação foi "um fenômeno tipicamente latino-americano na década de 1965, dominado pela contradição ao tradicionalismo profissional, implicou um questionamento global da profissão" (IAMAMOTO, 2007, p. 205-206).
Na década de 1970 dando continuidade a luta da categoria acontece o seminário de Teresópolis que discutiu a metodologia utilizada pelo Serviço Social, na perspectiva de uma atuação critica e contra o positivismo. Em 1975, revisado o código de 1965 aparecem os direitos do profissional, mas com a mesma visão Neotomista da igreja católica e com a postura ética do profissional em relação a seus colegas de profissão.
Cabe destacar aqui que o movimento de ruptura experimentou nos anos 1960/1970 seu tímido, mas importante início, só se concretizando com a erosão do sistema governamental vigente, ou seja, o início da queda do governo militar. Paulo Netto (2005, p. 17) descreve de forma clara e evidente a erosão do governo militar na segunda metade da década de 1970,
[...] quando a ditadura começa a experimentar a sua erosão, que se fazem sentir no Brasil as ressonâncias das tendências que, na Reconceituação, apontavam para uma crítica radical ao tradicionalismo e essas ressonâncias reverberam tanto mais quanto avançam as forças democráticas na cena política nacional, com claríssimas implicações no interior da categoria profissional.
Esta ressonância no meio profissional só é realmente fortalecida e legitimada com o enfraquecimento da ditadura militar, porém seu processo histórico ainda aponta o intento de romper com o tradicional desde o início dos anos de chumbo da ditadura, aflorando de forma mais aberta no final da metade dos anos 1970.
Efetivamente, os seminários, colóquios e congressos realizados pelas entidades de classe do Serviço Social (CFAS, CRAS, ABESS e ENESSO), foram pontos importantes do debate profissional, quando a categoria adensou-se na discussão do seu agir profissional, articulado com a CENEAS, questionando seu espaço sócio-ocupacional na divisão social e técnica do trabalho, inclusive discutindo seu piso salarial. No III CBAS, fica claro que a intenção de ruptura consolida-se no âmbito profissional, pois neste Congresso conhecido como o "Congresso da Virada", a categoria repudia veementemente a posição conservadora da Coordenação do evento, (CFAS apud GUIMARÃES, 1997, p. 41) enfatiza a avaliação do evento:
1. a preparação da III CBAS, que não garantiu a consulta aos assistentes sociais, através de discussões amplas e democráticas;
2. a
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