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Resenha: A Sociologia Como Forma De Combate

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Por:   •  28/10/2014  •  589 Palavras (3 Páginas)  •  2.040 Visualizações

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O documentário, produzido na França por Pierre Carles, apresenta o cotidiano de Pierre Bourdieu, sociólogo francês renomado de origem campesina e desenvolvedor de idéias que envolvem a questão da dominação. Em sua concepção, a teoria deveria existir como um instrumento para orientar a pesquisa e a compreensão do mundo, e para isso seria necessário que ela fosse experimentada no embate com o objeto de estudo. A teoria pode, contudo, ser empregada em conjunturas diferentes daquelas de sua aplicação original, ainda que com alterações e adaptações. Apenas desta forma uma teoria pode ser aperfeiçoada. De modo geral, autor definia seu trabalho como um estruturalismo construtivista ou construtivismo estruturalista, espelhando-se na noção de que há no mundo social estruturas objetivas que desenvolvem a ação e a representação dos indivíduos, salvo de que estas estruturas são formadas e reformadas socialmente a cada momento.

Ele buscou estudar e compreender todas as competências do social, de modo a reconstruir as formas fundamentais das práticas humanas, comparando setores até então desconexos e incoerentes, em busca das relações que os ligam. A sociologia tem de ser relacional, focando as interações sociais objetivas por meio da ruptura com o senso comum, para depois readquiri-la no momento seguinte da pesquisa, pois a sociologia espontânea dos materiais de estudo é indispensável para o entendimento de suas práticas.

As compreensões dos indivíduos são tão importantes quanto às condições objetivas, uma vez que ambas se formam mutuamente a todo o momento. Ainda que as condições objetivas mostrem as estruturas mentais, elas influenciam as primeiras, num método ininterrupto. Comprovamos isso quando ele afirma que as distribuições sociais e os esquemas mentais são homólogos. Bourdieu considera também para a necessidade de manter uma percepção para além do objeto específico de estudo, pois os meios explicativos estão de maneira geral nas estruturas mais extensas do social. Para Bourdieu, a sociedade vive constantemente em conflito, a qual a origem não é apenas econômica. A subjugação é simbólica, e está diretamente ligada aos outros campos, inclusive o econômico. O capital simbólico, ou seja, as outras formas de capital tidas como legítimas, faz com que as diferenças de posição sejam aceitas entre os agentes quando as naturalizam e extraem delas sua arbitrariedade.

O poder simbólico alcançado por meio da posse desse gênero de capital denota a aptidão de estabelecer divisões e gerar grupos que sejam aceitos pela sociedade. A violência simbólica, dessa forma, é o recebimento dos princípios de percepção, caracterização e hierarquização dos dominantes através dos dominados, maquiando e transformando a dominação em forma natural. Os dominados começam a agir paralelamente a estes princípios, ajudando-os e tornando-os mais resistentes na sua tentativa de se ajustar neles. Todavia, caso tentem desligar-se deles, podem tornar mais resistente sua condição de subordinado. Mesmo assim, os dominados são sempre aptos de exercer uma força de resistência, pois fazem parte do meio. O Estado é, a seu ver, o possuidor privilegiado do senso comum, compreensão social oficial que monopoliza a violência simbólica, formando-se como tal por meio de vários capitais no seu processo de construção.

É importante ressaltar a atuação política

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