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Resenha Departamento de Ciências da Comunicação

Por:   •  13/12/2021  •  Resenha  •  1.642 Palavras (7 Páginas)  •  125 Visualizações

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Ministério da Educação[pic 1]

Universidade Federal de Santa Maria

Campus Frederico Westphalen

Departamento de Ciências da Comunicação

Curso: Relações Públicas – Bacharelado

Disciplina: Escrita Acadêmica

Período: 2021.2

 Professora:          Dr.ª Marluza da Rosa

Discente: Francieli Paholski

Resumo

No artigo “Marcadas pelo mercado: inserção profissional e carreira de mulheres transexuais e travestis” publicado em 2021, as autoras Karolyn Marilyn de Oliveira Santos que é psicóloga e a professora de psicologia Lígia Carolina Oliveira-Silva expõem em um estudo as  dificuldades que mulheres transexuais e travestis enfrentam na nossa sociedade, como o preconceito de gênero e a falta de suporte enfrentada por essas mulheres para construir um planejamento de carreira, planejamento este considerado de extrema importância no século XXI e para o bem estar das mesmas.

O Estudo foi realizado em forma de pesquisa e entrevista com 5 mulheres que são transexuais ou travestis.  Ao longo do texto as autoras relatam como realizaram a metodologia da pesquisa qualitativa de dados, que foi construída e dividia a partir de três blocos de perguntas, sendo o primeiro bloco de perguntas voltadas a transição de gênero e experiências pregressas, o bloco dois sobre a percepção de barreiras na carreira e no bloco três o planejamento de carreira.

Após as entrevistas é apresentado partir da análise de conteúdo das entrevistas a percepção de múltiplas barreiras em função do gênero que as mulheres trans e travestis enfrentam e que causam a não  inserção no mercado formal de trabalho e o desenvolvimento de suas carreiras, como por exemplo, o preconceito, a transfobia  que acontece nas ruas e nos ambientes de trabalho, a dificuldade financeira e a falta de oportunidade devido ao não apoio da família e também da falta de políticas públicas nessa questão. 

No decorrer dos estudos apontaram aspectos problemáticos como o uso do banheiro, do nome social, a condição de identidade que por vezes é patologizada, e a dificuldade para retificação de registros civis.

Conclui-se sobre a pesquisa que a maioria das mulheres trans e travestis apenas aceitam o emprego que é oportunizado por conta da evasão escolar ocasionado pelo preconceito sofrido, porém as que buscam se consolidar em carreiras que sonham, enfrentam dificuldades de se estabelecer, de se obter apoio e subsídios para continuar crescendo profissionalmente.

No fim, as autoras nos trazem uma importante reflexão sobre o estudo, que por ser realizado com apenas cinco mulheres trans e travestis, fica claro que é necessário que se continue pesquisando e registrando mais sobre o assunto que é tão pouco explorado, e podendo assim subsidiar programas de incentivo ou até mesmo políticas públicas de inclusão social direcionadas às pessoas trans e travestis, assim como a construção de treinamentos e programas de orientação de carreira que considerem os desafios e peculiaridades da vida pessoal e profissional dessa população.


















Francieli Paholski, estudante de Relações Públicas pela Universidade Federal de Santa Maria campus Frederico Westphalen

 Santos, Karolyn Marilyn de Oliveira e Oliveira-Silva, Lígia Carolina Marcadas pelo mercado: inserção profissional e carreira de mulheres transexuais e travestis*. Cadernos Pagu [online]. 2021, n. 62 [Acessado 5 Dezembro 2021] , e216221. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/18094449202100620021>. Epub 9 de Dezembro 2021. ISSN 1809-4449. https://doi.org/10.1590/18094449202100620021.

           No artigo “Marcadas pelo mercado: inserção profissional e carreira de mulheres transexuais e travestis” publicado em 2021, as autoras Karolyn Marilyn de Oliveira Santos que é psicóloga e a professora de psicologia Lígia Carolina Oliveira-Silva expõem em um estudo as dificuldades que mulheres transexuais e travestis enfrentam na nossa sociedade, como o preconceito de gênero e a falta de suporte enfrentada por essas mulheres para construir um planejamento de carreira.

O texto, é dividido em nove partes, introduz o tema com a importância de planejar a carreira no mundo do trabalho no século XXI, que se dá a partir das diferentes percepções dos indivíduos acerca do trabalho e com o descaso que é quando se trata de indivíduos variantes de gênero.

 O planejamento de carreira com os indivíduos variantes de gênero é descrito com escasso, já que pesquisas não são realizadas com a justificativa desta ser uma parcela pequena da população e de não haver a necessidade, a falta de consideração e de financiamento inicia se desde os aconselhadores de carreiras que são os que deveriam mais se importar sobre os casos.

A segunda parte, intitulada “A Carreira das Mulheres Transgêneros e Travestis”, mostra como os estereótipos e como enxergam o futuro profissional das mulheres tras e travestis, sempre reduzido à indústria do sexo ou da beleza, como prostitutas ou cabeleireiras. O texto também nos mostra uma observação muito importante, a recorrente evasão escolar ocasionada pelas hostilidades sofridas na vivência acadêmica, o que influencia diretamente, de forma negativa, as possibilidades de inserção no mercado formal de trabalho devido à baixa capacitação, somada ao preconceito pela sua identidade de gênero, preconceito este que é apresentado desde o não aceito ao uso de nome social até ao uso dos banheiros nas empresas.

Na terceira parte do “planejamento de carreira”, o fator relevante do planejamento de carreira é o apoio social, que se refere à rede de familiares e amigos que aconselham, auxiliam e encorajam em suas decisões, mas as pessoas trans e travestis também enfrentam o preconceito que ocorre dentro da família, o que acaba dificultando a procura de emprego, pois de acordo com Slebarska e colaboradores (2009), o apoio social tem se revelado um dos fatores mais importantes entre os preditores situacionais da busca de emprego.

A quarta parte do artigo nomeada “Método” é sobre qual foi o método escolhido pelas autoras para a composição do artigo, que foi a análise qualitativa de dados obtidos através de um roteiro de entrevista semiestruturado aplicado em três blocos, sendo o bloco um a transição de gênero e experiências pregressas, o bloco dois sobre a percepção de barreiras na carreira e  no três o planejamento de carreira. Foram escolhidas cinco entrevistadas que têm vidas profissionais diferentes das estereotipadas, três que se identificavam com o termo transexual e duas com o termo travesti, solteiras, na faixa etária de 20-35 anos, que passaram ou ainda passam pelo processo de transição. Dentre as entrevistadas, uma concluiu o ensino fundamental, duas cursavam o ensino superior e duas já o haviam concluído.

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