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Responsabilidade Social E Empresarial Na Prática

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Por:   •  25/7/2013  •  6.366 Palavras (26 Páginas)  •  625 Visualizações

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RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL NA PRÁTICA: UM OLHAR SOBRE OS PROJETOS SOCIAIS DAS SEGURADORAS NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

*Cintia Elisabete Corrêa Barbosa

**Leonor Ramos Chaves

RESUMO: O presente artigo faz uma reflexão histórica sobre o surgimento da Responsabilidade Social Empresarial como um pilar básico do Desenvolvimento Sustentável no contexto capitalista e sua prática tendo como foco de análise as práticas de Responsabilidade Social das seguradoras do Estado do Rio de Janeiro.

Palavras-chave: Responsabilidade Social, Desenvolvimento Sustentável, Seguradoras, projetos sociais.

INTRODUÇÃO

É de suma importância a prática da Responsabilidade Social Empresarial para a melhoria da sociedade, uma vez que o Estado não oferece recursos para suprir todas as necessidades da população. Essa prática advém do novo conceito de desenvolvimento: o desenvolvimento sustentável, do qual falaremos mais amplamente a frente neste trabalho. O presente artigo tem por objetivo fazer uma reflexão sobre a Responsabilidade Social Empresarial e sua prática nas seguradoras do Estado do Rio de Janeiro.

Conforme estudo de DUARTE; TORRES (2005) mudanças no cenário sócio-político-econômico, tais como: avanços tecnológicos e de gestão, quebra do modelo fordista-keynesiano de trabalho, exclusão social , desemprego, questões relacionadas ao meio ambiente, consumo dentre outros fatores, contribuíram para a ascensão do tema.

“A crise econômica e o crescimento do desemprego que atingiram a Europa na década de 80 contribuíram para que a empresa começasse a ser valorizada pela sua capacidade de salvaguardar o emprego – valor essencial da socialização na sociedade contemporânea. O papel da empresa vai além do econômico: ademais de provedora de emprego, é também agente de estabilização social (KIRSCHNER, 1998, p. 20-21).”

O conceito de Responsabilidade Social retrata a forma de negócio da organização “de tal maneira que as tornem parceiras e corresponsáveis pelo desenvolvimento social” (ETHOS, 2002). A empresa socialmente responsável consegue ouvir e atender as diferentes partes envolvidas no negócio (stakeholders ): acionistas, funcionários, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio ambiente, de forma a conseguir incorporá-los no planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de todos. Por ser tratada como uma forma de gestão estratégica a Responsabilidade Social vai além da obrigatoriedade legal e do marketing social (DUARTE; TORRES, 2005).

Entretanto, se entendermos o marketing social em seu conceito mais contemporâneo em constante mutação, isto é, como uma prática de reflexão social sobre seus comportamentos e a criação de estratégias para mudá-los, alinhando-os ao conceito mais amplo de cidadania e união solidária da sociedade em parceria com as políticas públicas e com os mecanismos da sociedade civil para criá-las. Podemos, portanto, afirmar que esta é uma poderosa ferramenta em um contexto empresarial em que as práticas de Responsabilidade Social são levadas em consideração como um dos mecanismos mais importantes no desenvolvimento e melhoria contínua do negócio.

OS TRÊS SETORES SOCIAIS OU ESQUEMA TRINÁRIO

Não podemos falar sobre Responsabilidade Social sem antes destacarmos o conceito de Mundo Tripolar. Conforme ALMEIDA:

“A meta do desenvolvimento sustentável requer capacidade de pensar e operar tendo em conta as três dimensões em conjunto [econômica, social e ambiental sem predominância de uma sobre as outras. Isso significa pensar e atuar com base na transversalidade. (ALMEIDA, 2007:56)”

Esses pilares são representados por três dimensões fundamentais na sociedade: empresas, governos e sociedade civil. De acordo com o Dicionário Aurélio, temos os seguintes conceitos para os três pilares da sustentabilidade: entende-se empresa por “sociedade ou companhia que explora qualquer ramo de indústria ou comércio”. Para governo o melhor conceito aplicado seria “poder ou coletividade que dirige um Estado”. Já sociedade civil recebe o seguinte conceito “reunião de pessoas unidas pela origem ou por leis”. Somados esses conceitos embasam a sustentabilidade (DICIONÁRIO AURÉLIO ONLINE, 2012).

Para ALMEIDA:

“A sustentabilidade mexe com as estruturas de poder. Além de exigir o equilíbrio de objetivos econômicos, ambientais e sociais, operar na sustentabilidade implica atuar num mundo tripolar, e que o poder tende a se repartir, de maneira cada vez mais equilibrada, entre governos, empresas e organizações da sociedade civil. (ALMEIDA, 2007:19)”

Tudo começou com as transformações sofridas no modelo de desenvolvimento econômico apresentado no pós-guerra (DUARTE; TORRES, 2005).

Com a criação da produção em série através do modelo fordista-keynesiano os índices de acumulação reduziram e com eles houve também a queda do poder aquisitivo e o desemprego. Esse cenário resultou na superprodução, ou seja, o que era produzido não era absorvido pelo mercado, logo, o Estado veio a intervir assumindo novas responsabilidades visando incentivar o consumo e traçando formas de garantir o emprego, porém este modelo também sucumbiu (DUARTE; TORRES, 2005).

A solução foi a criação de uma nova alternativa estratégica, um novo modelo produtivo, que tinha por objetivo fazer com que a acumulação acompanhasse a demanda do mercado de forma flexível assim como as práticas de trabalho (tipo de contratação, carga horária e salários). Este modelo ficou conhecido como “processo de produção toyotista ” (DUARTE; TORRES, 2005).

De acordo com HARVEY:

“A acumulação flexível, como vou chamá-la, é marcada por um confronto direto a rigidez do fordismo. Ela se apoia na flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e padrões de consumo. Caracteriza-se pelo surgimento de setores de produção inteiramente novos, novas maneiras de fornecimento de serviços financeiros, novos mercados e, sobretudo, taxas altamente intensificadas de inovação comercial, tecnológica e organizacional. (HARVEY, 1992:140)”

Novas tecnologias e novas formas de gestão geraram e ainda geram, nos dias atuais, conseqüências sociais, econômicas e psicológicas na divisão internacional do

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