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Resumo Do Livro - A Cidade Antiga

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Por:   •  24/11/2013  •  3.657 Palavras (15 Páginas)  •  1.457 Visualizações

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Resumo Do Livro - A Cidade Antiga, De Fustel De Coulanges

O autor começa a falar sobre o respeito da alma e da morte, mostrando que desde épocas remotas e mesmo antes da filosofia, os homens já possuíam ideias a respeito de sua natureza, alma e os mistérios da morte, bem como uma segunda existência para além da vida terrena, os diversos ritos fúnebres mostram como acreditavam nessa hipótese.

Desta crença surgiu a necessidade do sepultamento, pois se acreditava que uma alma sem sepultura se tornava perversa, o povo antigo acreditava que com o sepultamento se trazia a felicidade para o morto pra sempre. Havia também quem acreditava na existência de um lugar subterrâneo, onde a alma era separada do corpo e as penas e recompensas eram distribuídas conforme a conduta que tivera durante a vida. Essas crenças exerciam muita influência na vida do homem antigo.

O homem antigo criou ao longo dos anos determinadas regras, estabelecendo uma espécie de religião da morte com diversos dogmas e rituais, os mortos eram considerados umas criaturas sagradas e eram venerados com se fossem deuses, dessa forma o homem passou a ter ideia do sobrenatural e a acreditar em coisas transcendentais, elevando seu pensamento do humano ao divino.

Para os homens gregos e romanos era considerado divino, eles o cultuavam oferecendo tudo que julgassem ser de seu agrado, a cerimônia sagrada era considerada o modo em que o homem entrava em comunhão com deus, o culto ao fogo sagrado não foi exclusivo dos povos da Grécia e Itália, aparecendo também no oriente com a religião de Brama, estabelecida de acordo com as leis de Manu, que possuíam o dever de manter o fogo aceso dia e noite.

Os hindus bem como os gregos e romanos, julgavam os deuses como seres que necessitavam de honras e respeito, mas também de bebidas e alimentos. A prática da religião do fogo se originou dos árias, tribos que viviam na Ásia central numa época remota, e uma vez se separaram levando consigo esse culto em comum, que levaria posteriormente ao culto do fogo por povos de localidades distintas. Existe uma nítida relação entre o culto dos mortos e o do fogo sagrado, essa religião que tirava seus deuses do próprio homem se enfraqueceu, mas nunca ao ponto de desaparecer completamente.

O fato da religião do povo antigo não adorar somente um deus, e também os deuses não aceitarem a adoração de todos os homens, tornava-a estritamente doméstica. Cada família possuía um túmulo onde sepultava os mortos, ali celebravam cerimônias, e, em tempos remotos, o túmulo ficava dentro das casas na parte central, assim toda vez que um familiar entrava ou saia, fazia-lhe uma invocação. Desta maneira os antepassados continuavam a fazer parte da família, e o pai era tido como imortal e divino.

Na religião doméstica não existiam uniformes ou regras comuns, cada família agia independentemente, e o poder externo não tinha direito de interferir nos cultos, podia apenas certificar que o pai cumpria com seus deveres, desta maneira as religiões domésticas se manifestavam nas casas, as quais cada uma possuía seus deuses e protegiam sua família. Os ritos e orações eram passados de pai para filho e as mulheres só participavam dos cultos com seu marido ou pai.

A origem da família não está apenas na geração, o fato da irmã não se igualar ao irmão e o filho emancipado, ou a filha casada deixarem de fazer parte da família, evidenciam essa situação. Na família antiga não encontramos o afeto natural, algo muito mais forte unia seus membros, a religião do fogo sagrado e dos antepassados. “A família era assim um grupo de pessoas a quem a religião permitia invocar o mesmo lar e oferecer a refeição fúnebre aos mesmos antepassados”, dessa forma lhe conferia regras, tornando a família antiga diferente da formação comum dos sentimentos naturais do homem.

O casamento e a primeira instituição estabelecida pela religião doméstica, uma mulher quando pedida em casamento abandonaria o lar de seus pais e passaria a cultuar os deuses de seu marido, o marido colocaria uma estranha em seu âmbito familiar e dessa forma expondo os ritos de sua família.

O casamento era considerado uma cerimônia santa, e para se efetuar a tal celebração cada cultura imponha seu ritual que deveria ser seguido fielmente, o casamento era tão importante que não se admitia poligamia e o divórcio era praticamente impossível, devendo ser anulado por cerimônia religiosa assim como foi concebido.

A continuidade da família. Proibição do celibato. Divorcio em caso de esterilidade. Desigualdade entre filho e filha

O celibato colocava em risco a continuidade da família bem como o culto aos ancestrais, por essa razão era considerado uma crueldade. As crenças diziam que um homem não pertence a si mesmo e sim uma família, o que tornava obrigatório a ininterrupção dessa sequência, o casamento era uma obrigação, e seu objetivo era perpetuar o culto religioso, no casamento de mulher estéril era permitido o divórcio, no caso do homem estéril, um irmão ou parente deveria substituí-lo, no caso de viuvez era permitido se casar novamente, se não houvesse filhos do marido.

O nascimento de uma mulher não satisfazia o objeto do casamento, uma vez que a mulher quando fosse casar renunciaria ao culto do pai, pertencendo à religião do marido, o filho almejado era sempre um homem, que tinha como responsabilidade a perpetuação da religião e o culto ao fogo sagrado de sua família.

A mesma religião obrigando o homem ao casamento, determinando o divórcio em casos de esterilidade, substituindo o marido por algum parente nos casos de impotência ou de morte prematura, oferece ainda à família um derradeiro recurso, como meio de escapar à desgraça tão temida da sua extinção. Era permitida a adoção para as famílias que a natureza não lhes concedeu filhos, adotar um filho era dar continuidade a religião doméstica e a conservação do fogo sagrado.

A adoção era relativa à emancipação, para que um filho adotivo pudesse ser aceito em uma nova família, deveria ser liberado de sua religião original.

O parentesco só era reconhecido pelo direito de oferecer sacrifícios aos antepassados em comum, “o princípio do parentesco não estava no ato material do nascimento, mas no culto”, e como a mulher não transmitia o culto, só os homens podiam usufruir deste. O fato de se encontrar um parente com vínculo de sangue não era suficiente para se considerar um parente, tornava-se necessário o vínculo do culto, e mesmo os filhos emancipados

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