SUBSÍDIOS PARA A REFORMULAÇÃO DA EXTENSÃO RURAL NO CONTEXTO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL DA AMAZÔNIA
Ensaios: SUBSÍDIOS PARA A REFORMULAÇÃO DA EXTENSÃO RURAL NO CONTEXTO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL DA AMAZÔNIA. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Lorranasc • 28/5/2013 • 1.624 Palavras (7 Páginas) • 992 Visualizações
I - INTRODUÇÃO
As conclusões relatadas neste documento são fruto de discussões realizadas em três
diferentes grupos de trabalho, reunindo profissionais de variadas origens e profissões,
sobre os papeis a serem desempenhados pelos serviços de extensão rural no Plano de
Desenvolvimento Regional da Amazônia. Partem, portanto, das necessidades concretas
identificadas através de uma visão multidisciplinar e prospectiva da realidade regional,
tendo como referências básicas os desafios impostos ao País e à Região por um ambiente
econômico, social e político em rápida transformação.
Por ser uma síntese, o relatório não pretende refletir a riqueza e a complexidade dos
debates efetivados no interior dos grupos. Tem como objetivo central fornecer subsídios
práticos e factíveis às decisões estratégicas sobre o tema que devem ser tomadas, em
futuro próximo, pelas autoridades e instituições responsáveis pela promoção do
desenvolvimento regional.
A premissa consensual de todas as recomendações é a de que os conhecimentos
efetivamente aplicados aos sistemas produtivos constituem o elemento fundamental para
se assegurar a competitividade dos agentes econômicos face a uma economia cada vez
mais aberta e integrada aos mercados mundiais; e que desta competitividade depende o
alcance dos benefícios sociais associados ao desenvolvimento, como a geração de renda e
de empregos, a eliminação da pobreza e a diminuição progressiva das desigualdades
sociais e regionais. Por este motivo, dificilmente se poderá esperar sucesso de políticas
públicas de desenvolvimento que não incluam medidas explícitas e efetivas para se
aumentar a eficácia e abrangência dos "sistemas de conhecimento" existentes, como a
educação, a pesquisa e, particularmente neste momento, a extensão rural.
II - ANTECEDENTES E TENDÊNCIAS
• A Extensão Rural brasileira teve o seu início formal em 1948, no Estado de
Minas Gerais. Na Amazônia, estes serviços foram iniciados em 1965, com a
fundação da ACAR-Pará. A partir destas datas, no País e na Região, foram
constituídos serviços semelhantes em todas as Unidades da Federação, que
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vieram a constituir o Sistema Brasileiro de Assistência Técnica e Extensão Rural
(SIBRATER), coordenado nacionalmente pela Associação Brasileira de Crédito
e Assistência Rural (ABCAR) e, posteriormente, pela Empresa Brasileira de
Assistência Técnica e Extensão Rural (EMBRATER).
• Em virtude principalmente da credibilidade profissional dos extensionistas junto
aos produtores, comunidades e autoridades locais, de um sistema permanente de
capacitação e atualização técnica, da agilidade administrativa das instituições e
de uma extraordinária capilaridade dos serviços, este Sistema veio a representar,
em poucos anos, a maior, mais bem preparada e descentralizada rede técnica de
apoio ao desenvolvimento rural e do agronegócio brasileiro.
• Durante praticamente toda a sua existência, e por exatamente estes motivos, os
serviços de extensão rural forneceram a mais completa e interiorizada base
executiva e de apoio operacional para virtualmente todas as políticas públicas de
desenvolvimento orientadas para o meio rural, fossem elas federais, estaduais ou
municipais.
• As primeiras crises institucionais do Sistema tiveram início em 1990, com a
chamada "Operação Desmonte" do Governo Federal, e agravaram-se com a
extinção da EMBRATER, em 1991. Estas medidas, além de interromper o
esforço, então em curso, de aperfeiçoamento e renovação dos serviços, levaram a
uma súbita e dramática retração do apoio técnico, administrativo, financeiro e
político da esfera federal à extensão rural.
• Tais medidas afetaram adversamente a todos os Estados brasileiros. No entanto,
perversamente, seus efeitos foram mais traumáticos sobre os de menor renda, os
de menores arrecadações próprias e os que mais necessitavam de apoio. Estes
eram os que recebiam proporcionalmente mais aportes técnicos e recursos da
EMBRATER. Dentre todas as Regiões, a Amazônica foi a mais prejudicada.
• Nestas circunstâncias, diversos Estados promoveram reformas administrativas
nessas instituições. No entanto, estas em geral foram feitas com o propósito de
reduzir os dispêndios públicos e não para aumentar a qualidade dos serviços ou a
sua efetividade em termos de custos. Os resultados, também de forma geral,
foram a redução da capacidade de atendimento das instituições, prejudicando não
só a assistência direta aos produtores e comunidades rurais mas também o seu
acesso a outros projetos governamentais, a exemplo do crédito rural.
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