Serviços sociais temáticos

Temática do Serviço Social

O Brasil é a perdurancia das diversas expressões da questão social e suas formas de enfrentamento no sentido de amenizar os impactos causados pelo capitalismo desacerbado que polariza a distribuição do capital na sociedade.

Com a Revolução Industrial o mundo sofreu muitas modificações no que diz respeito ao convívio social, no Brasil estes reflexos podem ser percebidos até os dias de hoje: o desemprego, a exploração da classe trabalhadora, a miséria e a marginalização de indivíduos sem qualificação profissional.

O Filme Tempos Modernos de Charlin Chaplin, retrata muitas destas expressões de questão social. Durante as primeiras cenas o protagonista, vive o papel de operário em uma fábrica, submetido a um subemprego cumprindo jornadas de trabalho exaustivas de movimentos repetitivos e sempre pressionados por superiores hierárquicos que buscavam maior produtividade, visando maiores lucros sem dar importância a qualidade de vida dos funcionários. Cenas como esta ainda podem ser vistas no Brasil, em canaviais do sudeste ou no norte do país em fazenda de criação de gado, onde boias-frias e junqueiros trabalham exaustivamente e são remunerados com valores irrisórios baseados na produtividade da atividade laboral a fim de gerar uma alienação destes indivíduos e garantir a disponibilidade de mão de obra e maiores lucros.

O enfrentamento desta expressão vem sendo cada vez mais eficaz com o acompanhamento dos Assistentes Sociais em parceria com o Ministérios do Trabalho que juntos fazem valer os direitos destes trabalhadores segundo a consolidação da Leis do Trabalho.

Tempos Modernos também mostra o cotidiano de uma pessoa desempregada em busca incessante por trabalho, tendo que enfrentar a fome, a falta de respeito da dignidade humana. Uma cena comum nos grandes centros urbanos do Brasil, onde moradores de rua são subjugados, agredidos verbalmente, fisicamente e em alguns casos condenados a morte, como índio Pataxó em Brasília, queimado vivo por um grupo de rapazes de classe média-alta.

Uma das formas de enfrentamento ao desemprego vem sendo a aplicação de políticas públicas de distribuição de renda como o Bolsa Família no intuito de desenvolver a estas pessoas a dignidade necessária para a sua inserção no mercado de trabalho.

A miséria retratada no filme ainda hoje é figurante no cenário brasileiro, a precariedade das moradias nos bairros periféricos nas capitais brasileiras é uma realidade triste, uma vez que falta de planejamento urbano e abandono social para com estas comunidades geram grandes problemas sociais, tais como analfabetismo, fome, violência, proliferação de doença, mortalidade infantil entre outras mazelas.

Essas expressões se deram dentro de um contexto político-social conturbado do século XX, mas ganharam maior expressividade em 1917. Quando o Brasil entrava em mais um conflito antagônico e a classe operária ganhava cada vez mais expressividade. O operariado organizava-se e promovia greves e protestos reivindicando melhores condições de trabalho e salários mais dignos.

A repressão policial já não era mais capaz de conter tanta força e organização em movimentos cada vez mais frequentes. Houve então a necessidade de desenvolver mecanismos mais sutis e eficientes para o enfrentamento a estas expressões que desencadeavam um clima de tensão e instabilidade política.

Surgia em 1930 o Ministério do Trabalho, Indústria e Comercio, e em 1932 as juntas de conciliação e julgamento, que ao lado de um sindicalismo oficializado, transformaram os sindicatos em marionetes manipuladas pelo estado que defendia os interesses da classe dominante.

Neste mesmo período as práticas assistenciais e alguns benefícios foram dedicados à classe operária como, empréstimos, assistência médica e social, auxílio material. Estes benefícios foram adotados pelo estado a fim de conter o avanço da classe trabalhadora que há muitos vinha ameaçando a hegemonia da classe dominante.

Diante da fragilidade da República Velha, o operariado ganha ainda mais forças e o clima de tensão no país culmina na queda da República Velha e surge um Estado Novo com o Tenentismo.

A partir do Militarismo, o estado absorve a responsabilidade da busca pelo reequilíbrio social. Para isto buscou o apoio da Igreja Católica e de alguns setores mais abastados da burguesia. A igreja por sua vez conta com o apoio dos movimentos leigos que se encontravam bem estruturados e dispostos ao enfrentamento.

Em 1932 havia sido criado o Centro de Estudo de Ação Social em São Paulo – CEAS, que foi de fundamental importância no sentido de qualificar os agentes sociais para a prática da assistência.

Nesse período a burguesia sofria um certo desprezo por parte estado, porém com a chegada do curso de qualificação para agentes sociais, houve uma reaproximação entre os mesmos, uma vez que a maioria dos alunos eram jovens senhoritas de famílias burguesas. Essas defendiam os interesses de sua classe. Segundo Maria Lucia Martinelli, este foi o evento que marcou o início do Serviço Social no Brasil, já trazendo em sua bagagem o vínculo com a classe dominante.

A princípio esse vínculo se manteve camuflado e funcionou relativamente bem, controlando na medida do possível, o desequilíbrio social. Mas com o avanço do capitalismo, as desigualdades sociais se fizeram mais visíveis e houve a necessidade, por parte do Serviço Social, de abrir novos horizontes buscando uma visão exógena deixando de lado a visão endógena, para encontrar saídas mais coerentes para a defesa dos interesses da classe operária.

Nos dias atuais a questão social é tratada com maior fervor, uma vez que não já não se pratica com o paternalismo caridoso e sim a busca por direitos adquiridos ao longo de todo este processo histórico-social.

Muitas das expressões presentes no início do século XX ainda podem ser vistas nos dias atuais, entretanto o enfrentamento a estas vem se dando de forma mais atuante e atingindo melhores resultados hoje. Já investimos em qualificação profissional, em oficinas, em qualidade de vida e distribuição de renda, dando a classe proletária condições de inserção social e promovendo a justiça social.

A Influência do Capitalismo.

O capital é a relação social e o capitalismo um determinado modo de produção. As Revoluções Inglesa e Francesa, causaram várias mudanças na economia, na estrutura social e nos modos de produção.

Ao longo da Idade Média predominou-se a manufatura o que gerou um aumento na produtividade do trabalho, devido à divisão social da produção. Com a ampliação