TRABALHO ADPF 153
Casos: TRABALHO ADPF 153. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: vanpereira123 • 24/7/2014 • 3.446 Palavras (14 Páginas) • 337 Visualizações
Resumo: O presente trabalho se propõe a analisar a decisão do STF na ADPF 153, no que tange o voto do Ministro Ricardo Lewandowski. Destarte, o trabalho será dedicado à reconstituição histórica do processo e ao levantamento dos principais argumentos colocados pelo Ministro do STF Ricardo Lewandowski no julgamento da ADPF 153.
Acórdãos citados: ADPF 153;
Palavras-chave: Anistia; ditadura militar; crimes conexos; crimes políticos
1) INTRODUÇÃO
A anistia pode ser definida como um ato pelo qual se extinguem as
consequências de um fato punível. Trata-se de uma clemência soberana
adotada para a “pacificação dos espíritos” após motins e revoluções ou para
por fim a guerras civis e insurreições. Pode ser coletiva ou individual1, e se
estende às penas que as determinaram, como se o anistiado jamais tivesse
sido condenado. A palavra tem sua origem no substantivo grego amnestia,
e traz implicitamente no seu conceito, adotado desde tempos remotos, as
idéias de esquecimento, de redenção.
No Brasil, dezenas de anistias políticas foram concedidas antes da
promulgação mais recente, em 1979. Tida como um gesto de alta sabedoria
política, no dizer de Ruy Barbosa (ele próprio um anistiado da Revolta da
Armada, em 1895), a anistia esteve presente em praticamente todos os
momentos da história nacional e em todas as suas fases (Colônia, Reino,
Império e República).2
O mais recente processo de anistia no Brasil iniciado em 1979, foi
realizado pelas próprias forças políticas dominantes à época, havendo uma
tentativa de construir uma nova sociedade com a reintegração de todos.
Assim, esse “acordo tácito” existente entre sociedade e militares, está
cercado de polêmicas até os dias atuais, mesmo já tendo se passado mais
de 30 anos da promulgação da lei.
Prova disso é a recente3 provocação feita pela Ordem dos Advogados
do Brasil ao Supremo Tribunal Federal. A propositura e o consequente
julgamento improcedente da ADPF 153 trouxeram à tona importantes
temas referentes à questão da anistia.
De acordo com a obra de Glenda Mezzarobba4, a anistia no Brasil é
um processo político de longa duração, orientado por legislação Federal e
composto por três momentos fundamentais: a Lei 6683/79 (a Lei de
Anistia), a Lei 9140/94 (Lei dos Desaparecidos) e a Lei 10552/2002. O
questionamento da interpretação dada à referida Lei na instância máxima
do Judiciário brasileiro é um dos indícios de que o processo ainda não está
acabado.
Disponível em http://www.ibase.br/modules.php?name=Conteudo&pid=902 Acessado em:
10.06.11
2 MEZAROBBA, Glenda. Um acerto de contas com o futuro. A anistia e suas consequências:
2) JUSTIFICATIVA
O estudo da ADPF 153 é de extrema importância devido aos
questionamentos que surgiram oriundos da Lei de Anistia. A
inconstitucionalidade da referida Lei seria decorrente da violação dos
preceitos fundamentais da Constituição, ou seja, do princípio da dignidade
da pessoa humana, do direito à vida, da proibição da tortura ou de
tratamento desumano ou degradante e do direito à segurança. A violação
desses preceitos fundamentais é inadmissível em um Estado Democrático
de Direito. Essa tese, sustentada tanto pela OAB quanto pelos atores
envolvidos no processo, se acatada pelo STF, resolveria pendências sempre
barradas pela Lei de Anistia.
Destarte, serão abordados os principais argumentos colocados pelo Ministro do STF, Ricardo Lewandowski, no julgamento da ADPF 153.
A análise do acórdão da ADPF 153 foi feita da seguinte maneira:
Primeiro os pontos suscitados no pedido formulado pela Ordem dos Advogados do Brasil. Em seguida as preliminares, explicando o entendimento da Corte sobre as questões invocadas pela Advocacia Geral da União, pela Procuradoria Geral da República e pelo Ministério Público.
Após a análise das preliminares, foi analisado o mérito.
Para esse momento, foi extraído do voto do ministro Ricardo Lewandowski os principais argumentos.
3) O Processo de Anistia no Brasil:
O mais recente processo de anistia em 1979 inicia-se com a Lei 6.683
de 28 de agosto de 1979. Para se ter a exata compreensão do contexto
histórico em que ocorreu a concessão da Lei de Anistia, importa explicitar o
regime político no qual a lei se inseria: a ditadura.
No Brasil, constituiu-se uma ditadura militar a partir do golpe de
1964. Com um discurso de manutenção da segurança interna, os militares
apostavam que os inimigos do país estavam dentro do próprio território, e
que caberia a eles, os militares, combater
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