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Titãs E Seus Espaços De Socialização

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Por:   •  18/3/2015  •  7.018 Palavras (29 Páginas)  •  140 Visualizações

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O circuito social frequentado pelos “titãs”

Após a passagem dos “titãs”pelo Equipe, eles frequentaram vários ambientes sociais e culturais pela cidade de São Paulo. Nesse capítulo rastrearemos esses espaços de sociabilidade. Com a intenção de demarcarmos as buscas dos agentes sociais, bem como as pretensões culturais e artísticas que estavam colocadas em jogo.

O Equipe proporcionou vários aprendizados, também proporcionou relações importantes, para que os “titãs” tivessem acesso a meios sociais e também a meios de produção, promoção, divulgação e critica cultural.

MS: Então, por vocês estarem cercados por estes artistas, houve um ambiente que proporcionou vários aprendizados à vocês neste sentido de ampliar a visão artística de vocês?

Ciro Pessoa: Ah sim. Mesmo o Equipe fez isso com a gente. A gente tinha a visão amplificada porque a gente era muito ligado em cinema, entendeu, em literatura, sobretudo em literatura. Sempre, sempre lendo poesia e estudando, enfim, foi uma formação sólida cultural, sempre com todas as artes, não tinha esse negócio só de música, entendeu?

Pela aplicação dessa visão pedagógica, a instituição abria os espaços do colégio para manifestações artísticas. Dessa forma os “titãs” obtiveram oportunidade de estabelecerem contatos com pessoas, que se vincularam a diversas áreas, de produção, promoção, divulgação e critica cultural, como: Eduardo Elias e Paulo Milani ; Rodrigo Andrade, Nuno Ramos e Paulo Monteiro , no design e artes plásticas; além da grife Kaos Brasilis que vestia e colaborava com a estrutura performática no início da carreira da banda. Esses contatos os ajudaram a recorrer ou mesmo serem requisitados por essa rede de relações.

Dessa rede de relações foi criada uma sociabilidade cultural, a qual os “titãs” estavam inseridos, isso possibilitou que configurassem as apresentações da banda, seguindo uma tônica performática, associada aos aprendizados absorvidos, tanto no Equipe, como pelos demais espaços que percorreram.

Podemos trabalhar a sociabilidade cultural almejada e absorvida pelos “titãs”, através da condição de existência deles. Pois essa se relaciona com o circuito que frequentavam, porque essa condição de existência orientou as práticas culturais, através de mecanismos que proporcionaram acessos às posições e possibilidades.

“Dito em outras palavras, através de indicadores – tais como, nível de instrução ou origem social, ou, mais exatamente, na estrutura da relação que os une -, apreendem-se também modos de produção de habitus culto, princípios de diferenças não somente nas competências adquiridas, mas igualmente nas maneiras de implementá-las, conjunto de propriedades secundárias que, por serem reveladoras de condições diferentes de aquisição, estão predispostas a receber valores muito diferentes nos distintos mercados”. (BOURDIEU, 2008, p.64)

As buscas que realizaram tinham a finalidade de contemplarem suas condições de existência, isso os levou a frequentarem vários espaços artísticos e culturais existentes na cidade de São Paulo.

Um desses espaços frequentados pelos “titãs” foi o teatro Lira Paulistana, onde Arnaldo Antunes, Paulo Miklos e Branco Mello, realizaram suas primeiras apresentações, em propostas artísticas que misturavam músicas e performances teatrais, além da apresentação dos Titãs do Iê-Iê.

Assim como o Lira Paulistana foi importante para o convívio cultural e artísticos dos “titãs” e posteriormente para projetar a banda, outros espaços também tiveram atuação similar, casos do programa da TV Cultura, Fábrica do Som e as casas de show, exclusivas aos rock, que surgiram na capital paulista na década de 1980.

Analisaremos o envolvimento dos “titãs” com os agentes socais que frequentavam esses espaços, pois através dessas relações o que estava em jogo eram as trocas sociais, artísticas e culturais. Essas trocas se relacionam com o capital social dos indivíduos, bem como a rede social estabelecida, que foi de grande valia para a projeção e melhores ocasiões de atuação, que atuam em conjunto com as disposições sociais, econômicas e mesmo políticas de cada individuo.

1. Os agentes sociais:

Podemos analisar a busca pelos projetos de execução artística e cultural através dos passos dados pelos agentes sociais. Para tal, daremos um breve preâmbulo sobre cada “titã”.

Paulo Miklos, Paulo Roberto de Souza Miklos, nasceu no dia 21 janeiro 1959, em São Paulo.

Em 1979, participou de um festival na extinta TV Tupi, onde fez sua primeira apresentação, com um arranjo musical para um reggae de Chico Evangelista.

Em São Paulo, no cenário underground, participou como musico auxiliar participante, como: Arrigo Barnabé, banda Dom Quixote e apresentações com voz e violão em muitos bares pela cidade, chegando a ter direito a cachê no café-teatro A Pulga, no centro de São Paulo. Paulo Miklos, desde que concluiu seus estudos no Equipe, passou a atuar como músico de apoio, atuando semi profissionalmente.

Arnaldo Antunes, Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho nasceu no dia 2 de setembro de 1960, em São Paulo.

Em 1979 muda-se com sua família para o Rio de Janeiro, mas no ano seguinte voltou para São Paulo, junto com Go, sua primeira mulher, com quem fica casado por sete anos. Ambos residiram por dois anos na casa do artista plástico José Roberto Aguilar, com quem realizam diversas performances, inclusive na formação da Banda Performática. Arnaldo, em parceria com Go produziram artesanalmente, pequenos livros impressos em fotocópias. Participa da edição da revista Almanak 80, em parceria com Beto Borges e Sergio Papi.

Participou dos vídeos Kataloki, realizado por Walter Silveira especialmente para o lançamento da revista, Sonho e contra-sonho de uma cidade, de autoria de Aguilar.

Branco Mello, Joaquim Claudio Corrêa de Mello Junior, paulista, nasceu no dia 16 de março de 1962. Desde criança recebeu influências artísticas, ligadas a produção de shows e peças teatrais, que eram promovidos pela mãe, Lu Brandão.

Durante a adolescência, após estudar no Equipe, formou uma banda com Marcelo Fromer e Tony Bellotto, o Trio Mamão.

Marcelo Fromer, nasceu em São Paulo, no dia 3 de dezembro de 1961, em uma família de origem e tradição judia. No colégio Equipe participou da revista “Papagaio”, que combinava poesia, histórias em quadrinhos e textos sarcásticos que tangiam o universo do colégio.

Outro

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