Trabalho Administração Pública

3º Fórum              

REBECA BRANDAO – Mª 21852325

ARTIGO: METAS E REMUNERAÇÃO VARIÁVEL POR DESEMPENHO: COMPREENDENDO MECANISMOS, EFEITOS E LIMITES A PARTIR DO CASO DA SEGURANÇA PUBLICA EM MINAS GERAIS.

O artigo analisa os efeitos da adoção de remuneração variável e da contratualização de resultados no desempenho das organizações públicas.  O principal objetivo da pesquisa é analisar a implementação de sistemas de metas e remuneração variável por desempenho no setor público, evidenciando seus efeitos organizacionais previstos e não previstos, utilizando a Segurança Pública em Minas Gerais como estudo de caso.  O artigo evidencia o funcionamento dos mecanismos relacionados a metas e remuneração variável no contexto da burocracia e suas respectivas consequências sobre o desempenho dos colaboradores.

O artigo faz menção tanto aos efeitos positivo, como por exemplo, na polícia militar foi a constatação que as metas pactuadas geraram uma mobilização institucional importante e direcionaram o esforço das equipes dentro das instituições de segurança pública, o que dentro do contexto de hierarquia militar que se baseia num sistema explicito de cumprimento de regras e comandos funciona efetivamente – as fortes cobranças e o acompanhamento da liderança em relação as metas estabelecidas são fatores que contribuem para um ambiente onde a tal hierarquia prevalece e o descumprimentos à ela sinalizam a quebra da mesma

Quanto aos efeitos negativos decorrentes da implementação de metas e remuneração variável por desempenho, temos como exemplo, o fato de que ao criar-se um ambiente baseado em excessivas cobranças (como apontado no artigo no qual cita a cobrança pela diminuição de crimes considerados violentos como: estupro consumado, roubo e homicídio) tem se um ambiente onde os colaboradores podem procurar utilizar-se de outros meios para que a meta seja cumprida. Esses outros meios acabam por mascarar dados (a famosa reclassificação de crimes, como exposto no artigo) que seriam essenciais para uma prestação de serviço eficiente e eficaz por parte das instituições públicas de segurança.

Bergue (2007), entende que no debate em torno da remuneração variável, em especial no serviço público, é importante destacar a importância de uma maior incursão da ciência da administração na gestão pública, em especial a gestão de pessoas, para que haja devida análise e reflexão sobre as práticas vigentes e na formulação de modelos alternativos que observem as especificidades do setor público. Concordo que na sociedade capitalista que vivemos atualmente, a remuneração é importante, mas é preciso estar atento que ela continua sendo um fator higiênico, ou seja, ela sozinha não é capaz de motivar as pessoas, muito menos cria ambientes que sejam capazes de o fazê-lo

É possível adotar uma remuneração estratégica que leva em conta as competências individuais e o resultado das pessoas dentro do setor público, como o artigo menciona que diferentes grupos de pessoas que atuam na gestão pública podem perceber seu trabalho de maneira diferente (há os engajados e os não engajados) e possuir uma percepção de satisfação diferente também, caberia a Gestão de Pessoas saber reconhecer esses grupos distintos e desenvolver um conjunto de instrumentos de recompensas, como PRP, mas não apenas ela, enfim, precisam ser condizentes com a realidade das instituições e dos servidores que a compõem.

A remuneração variável está dentro do que se entende por remuneração estratégica, e esta, por sua vez, é uma forma de pensar a remuneração além daquele valor fixo estipulado ao colaborador, mas também fazê-lo perceber que a organização está disposta a reconhecer seu trabalho tornando-o um agente ativo que eleva o desempenho tanto individual (ao comprometer-se em buscar sempre novos conhecimentos, habilidades e competências) e coletivo (se cada um se esforça para fazer o melhor possível, o grupo conseguirá atingir um nível de excelência, ao menos, na teoria, sabe-se que há certas limitações)