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Trabalho, Alienação, Ideologia

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Por:   •  23/2/2014  •  602 Palavras (3 Páginas)  •  625 Visualizações

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Passamos pelo feriado que acontece no dia Primeiro de Maio. É o Dia do Trabalho, no qual, curiosamente, ninguém trabalha. Mas o que é o trabalho? O que ele representa?

Na origem da palavra, trabalho vem de “tripalium”, um antigo instrumento de tortura que consistia em três paus colocados em formato de pirâmide no qual eram castigados principalmente os escravos. Apesar de algumas tentativas de dissociar a origem da palavra trabalho de uma condição de tortura, é difícil não pensar em como, nos dias de hoje, a maioria das pessoas necessitam se sacrificar em seu trabalho todos os dias para garantir a sua subsistência. “Sacrifício”, aliás, vem de Sacro Ofício, ou seja, o Dever Sagrado, numa curiosa inversão: o que devia ser sagrado, o trabalho, é na verdade tortura; o que, por outro lado, devia ser Santo, é uma espécie de punição.

O pensador alemão Karl Marx percebeu que a sociedade capitalista estava dividida em dois grupos: a burguesia e o proletariado. Seriam, a grosso modo, a classe dominante, possuidora dos meios de produção e a classe dominada, a mão-de-obra, os trabalhadores. A dominação da classe trabalhadora pela burguesia se dá através da alienação e da ideologia. Alienação (do grego “alien”, que significa “outro”), enquanto conceito marxista – que considera principalmente sua manifestação econômica –, significa, em resumo, não perceber como pertencente a si o fruto do próprio trabalho. Um exemplo que ilustra isso é uma pequena anedota que circulou pela internet.

Ao se deparar com uma situação entre empregador e empregado, o filósofo perguntou: “o que você disse a ele?”, ao que o empregador respondeu: “disse-lhe que trabalhasse mais depressa!”. O diálogo prossegue: “E quanto o senhor lhe paga?”.

“200 reais”, respondeu o empresário.

O filósofo insiste: “e onde o senhor consegue esse dinheiro?”.

“Vendo a mercadoria”.

“Por quanto?”

“1.000 reais”

“Então não é o senhor que lhe paga 200 reais, ele é quem paga ao senhor 800 reais para que lhe diga que deve trabalhar mais rápido!”, concluiu sabiamente o filósofo.

“Mas eu sou o dono das máquinas!”, replicou o burguês, já irritado.

“E como conseguiu o dinheiro para comprar as máquinas?”.

“Vendi a mercadoria!”.

“E quem foi que fez a mercadoria?”.

E o empregador, com fogo pelas ventas: “Fique quieto! Eles podem ouvi-lo!”.

Através da alienação, a classe trabalhadora adota a ideologia (conjunto de valores e verdades) da classe dominante, que não lhe favorece. A marca principal dessa ideologia é a afirmação de que quem tem mais bens materiais – e consequentemente mais dinheiro – é uma pessoa melhor. Sob o ponto de vista daqueles que muito têm, é uma afirmação confortável. Mas por que alguém que não tem concordaria com isso? Bem, culpa da alienação.

O que acontece a partir daí vai culminar numa série de fatos sociais que funcionam para manter o dominado sempre aprisionado e o dominante sempre no poder. Um deles é a Moda. Quando alguém

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