Trabalho Sobre Weber
Por: Fernanda Moraes • 25/3/2021 • Trabalho acadêmico • 915 Palavras (4 Páginas) • 178 Visualizações
1. Defina forma, conteúdo, sociação e sociabilidade. Comente esta frase de Simmel: "a sociabilidade resulta da eliminação tanto do inteiramente pessoal quanto do inteiramente objetivo, isto é, resulta da eliminação do próprio material da sociação”.
A dicotomia entre indivíduo e sociedade, se dá quando os indivíduos entram em interação (que é recíproca e se produz por determinados instintos e determinados fins), formando uma unidade: a sociação.
A sociação é uma forma social realizada de diversas maneiras na qual a existência individual passa a fazer parte de uma cooperação, de uma colaboração. Seu conteúdo ou matéria é tudo que existe no indivíduo e o torne capaz de originar ações sobre os outros bem como receber suas influências.
A relação social pode ser determinada a partir da inter-relação entre forma e conteúdo, onde a forma revela o modo como ocorre a relação ou ação recíproca e o conteúdo é a necessidade, o impulso, o interesse ou a motivação a partir do qual forma é realizada. As formas de socialização são padrões de ações reciprocamente orientadas para estabelecer suas condições sociais de possibilidade, princípios, causas e efeitos, enquanto Simmel se interessa pela construção do espaço social como resultado histórico e cultural. e social dos significados atribuídos pelos indivíduos em sua inter-relação, em meio a uma proximidade espacial de onde conseguem captar o outro a partir de sua sensibilidade corporal.
Os fenômenos históricos devem ser analisados sob três pontos de vista fundamentais: a existência individual, as formas de interação e os conteúdos das situações e acontecimentos, no sentido objetivo.
Para Simmel, o conjunto dessas formas de relacionamento, sejam elas conscientes ou inconscientes, transitórias ou duradouras, superficiais ou com consequências, espontâneas ou planejadas, moldam a sociedade. Entendida desta forma, a sociedade em Simmel não é uma abstração, mas sim uma síntese palpável das formas de socialização que os indivíduos geram entre si, cada uma a partir das suas próprias trincheiras psicológicas e lógicas. para que seja a relação entre os indivíduos aquele que condiciona o tipo de sociabilidade, ao mesmo tempo que dela emerge a sociedade.
Esta forma de ver e estudar a sociedade convida-nos a centrar a atenção nas condições que tornam possível a socialização, não a partir das configurações sociais -sem ignorá-las-, mas sim da psicologia e da lógica particular de cada indivíduo que, seguindo o outro não pode ser representado integralmente na medida em que estabelece com ele uma espécie de relação de referência baseada em si mesmo que impede o seu conhecimento perfeito ou completo. Isso indica que para Simmel, as relações sociais entre os indivíduos sempre ocorrem, a partir da qual a realidade do outro é sempre velada pela generalização que fazemos dele via representação individual.
O que Simmel leva em consideração, mas não diz quando fala em sociabilidade, é que, além dos véus sociais, existem filtros individuais que são em grande parte aqueles que condicionam a sociabilidade.
Nesse sentido, para falar de sociabilidade é necessário recorrer à análise da subjetividade dos indivíduos, pois ela também emerge em todas as relações sociais, e principalmente na hora de estabelecer relações “puras” de socialização, onde o outro está sempre presente. da representação subjetiva do indivíduo, mas no nível sensorial.
2“Eis porque as cidades grandes, centros da circulação de dinheiro e nas quais a venalidade das coisas se impõe em uma extensão completamente diferente do que nas situações mais restritas, são também os verdadeiros locais do caráter blasé. (...) Nelas de certo modo culmina aquele resultado da compressão de homens e coisas, que estimula o indivíduo ao seu máximo de atuação nervosa. Mediante a mera intensificação quantitativa das mesmas condições, esse resultado se inverte em seu contrário, nesse fenômeno peculiar de adaptação que é o caráter blasé, em que os nervos descobrem a sua derradeira possibilidade de se acomodar aos conteúdos e à forma da vida na cidade grande renunciando a reagir a ela — a autoconservação de certas naturezas, sob o preço de desvalorizar todo o mundo objetivo, o que, no final das contas, degrada irremediavelmente a própria personalidade em um sentimento de igual depreciação”. Comente esta passagem para Simmel destacando o caráter das grandes cidades e a subjetividade de seus indivíduos.
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