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Trabalho Toxoplasmose UAM

Por:   •  30/11/2020  •  Resenha  •  1.091 Palavras (5 Páginas)  •  140 Visualizações

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TOXOPLASMOSE

A zoonose conhecida como Toxoplasmose é considerada uma doença sistêmica causada por um protozoário intracelular obrigatório, ou seja, este pode parasitar qualquer célula nucleada de mamíferos e é denominado Toxoplasma Gondii, pertencente à classe Sporozoa.

Por ser uma afecção que a maioria dos acometidos possuem de forma crônica e assintomática, acaba sendo de difícil diagnóstico e como consequência disso, pouco conhecida, visto que 70% da população Brasileira é considerada positiva e a maior parte destes, não tem consciência desse fato. A toxoplasmose tem distribuição mundial, sem preferência por sexo ou raça, tem alta frequência pela facilidade de contaminação por produtos de origem animal, principalmente carne mal cozida e leite “in natura” ou seja, preparados de forma inadequada, por ser um parasita extremamente pequeno, não pode ser detectado no frigorífico a olho nu, o que dificulta ainda mais o seu controle.

 Outras formas de transmissão deste agente são, a presença de ovos nas fezes dos felídeos, pois a reprodução sexuada ocorre exclusivamente no epitélio digestivo deles, tornando-os hospedeiros definitivos, liberam oocistos ao defecar e contaminam o local, podendo o humano se infectar através da ingestão destes oocistos presentes na areia, solo, água e jardins onde os gatos evacuam. Ocorre também a transmissão transplacentária, onde 40% dos fetos são acometidos quando sua mãe é infectada durante a gravidez.(Figura 1)

[pic 1]

Figura 1: Formas de transmissão do agente Toxoplasma Gondii (Fonte:     )

Para este protozoário existem três tipos de formas infectantes, Esporozoítos, que possuem forma de esporos, onde são encontrados nos oocistos infectantes no solo que vão acometer os hospedeiros intermediários, Bradzoítos que são em forma de cistos, têm o metabolismo lento e estão presentes na fase crônica da doença, podendo permanecer viáveis por anos e por último os Taquizoítos  que são a forma livre e proliferativa do protozoário presentes na fase aguda da doença, podendo ser encontrada na corrente linfática e sanguínea. Sua multiplicação é realizada por divisão binária.

Na fisiopategenia dessa doença no hospedeiro definitivo veremos a ingestão de cisto presente na musculatura de outros animais (alimento)  e o ciclo sexual do parasita, quando a parede do cisto é rompida pelos sucos digestivos, as formas de Bradzoítos são liberadas e penetram nas células epiteliais do Intestino Delgado, ali ocorre a reprodução sexuada, onde o gameta feminino é fertilizado e formado o zigoto (oocisto) que por sua vez é liberado nas fezes,  podemos observar que após a ingestão dos oocistos por hospedeiros intermediários (carnívoros, hervívoros, roedores, primatas e humanos) há o rompimento da membrana do oocisto, liberando a forma infectante no lúmen intestinal, ocasionando a invasão de Taquizoítos nas células, onde ocorre a multiplicação deste agente  rompendo a célula parasitada, extravasando para o meio extra celular e infectando as células vizinhas, isso ocorre de maneira constante até que o agente chega ao tecido linfoide e é disseminado para a corrente sanguínea, nesse momento Macrófagos são recrutados, é necessário pelo menos duas semanas para que o paciente produza anticorpos, enquanto isso os Bradzoítos (cistos) são fixados na parede celular, se o paciente estiver imunocompetente produzirá uma resposta imune compatível para se tornar assintomático (80%-90%), se o paciente for imunodeficiente terá a doença em formas graves, como cistos pulmonares e cerebrais.

O período de incubação desta afecção é de dez a vinte e três dias pela fonte de infecção por ingestão de carne mal cozida e de cinco a vinte dias pela fonte de infecção por contato das fezes dos hospedeiros definitivos.

Além dos hospedeiros intermediários e do hospedeiro definitivo, ainda temos os hospedeiros de transporte que são aqueles que somente carreiam o agente, como por exemplo os insetos e minhocas, existem também os reservatórios que são aqueles que não desenvolvem os sintomas porém possuem o agente, são eles os gatos, aves, ovinos, bovinos, cães, roedores e o homem, ou seja, qualquer infectado que se tornou assintomático, porém é importante ressaltar que os hospedeiros definitivos (gatos) só irão transmitir a doença no período de 10 dias após serem infectados.

São encontrados vários tipos de toxoplasmose, entre elas, temos a toxoplasmose febril e/ou aguda, Linfadenite toxoplásmica, Toxoplasmose ocular (congênita), Toxoplasmose neonatal(congênita), Toxoplasmose no paciente imunodeprimido e Toxoplasmose na gravidez.

A sintomatologia da doença é encontrada somente em pacientes com imunodepressão, e são características para cada espécie, dentre elas temos as principais:

Gatos: abortamento, moléstia neonatal, febre, anorexia, perda de peso, pneumonia e distúrbios neurológicos (SNC).

Cães: sintomas semelhantes com os da cinomose. São observados transtornos gástricos, cerebrais e pneumônicos; os cães jovens (entre 2 meses e 2 anos) são mais susceptíveis.

Suínos: leitões podem apresentar simples eczema de pele, vertigens, debilidade, tremores musculares, dispnéias, tumefação testicular, febre alta, pneumonia, enterites e nefrites.

Bovinos: febre, taquipnéia, dispinéia, tosse, inapetência ou decúbito permanente.

A forma assintomática é acompanhada de aborto, em alguns casos podem ocorrer mortalidade neo-natal, natimorto, reabsorção embrionária e nascimento de fetos mumificados.

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