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Trabalho de Antropologia Visual

Por:   •  21/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.288 Palavras (6 Páginas)  •  218 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

RAYOGRAMA E SOLARIZAÇÃO EM MAN RAY

HZ265-A TÓPICOS ESPECIAIS EM ANTROPOLOGIA XVI: “LINGUAGEM FOTOGRÁFICA E PESQUISA ANTROPOLÓGICA: TEORIA E PRÁTICA

PROFESSORA IARA ROLIM

ALUNO VICTOR MANZATO RA 158480

CAMPINAS

6/2019

        Man Ray (1890-1976), foi um artista que trabalhou com obras de diferentes linguagens. Pintor, fotógrafo, object-maker, escultor, cineasta norte-americano, e um dos mais destacados artistas dos movimentos artísticos de vanguarda do século XX: o Dadaísmo em Nova York e do Surrealismo em Paris. Seu nome artístico era, na verdade, pseudônimo de Emmanuel Rudnitsky, nascido na Filadélfia em 27 de agosto de 1890, mudou-se ainda jovem para Nova Iorque e em 1909 iniciou seus estudos na The Social Center Academy of Art. Em 1912, iniciou sua carreira artística e logo se tornou amigo dos artistas da vanguarda da pintura e da fotografia em Nova Iorque. Em 1915, os franceses Marcel Duchamp e Francis Picabia se mudaram para Nova Iorque e viraram o foco do Movimento Dadaísta, ao qual Man Ray se uniu. O Movimento deliberadamente provocativo, cujo lema era “a destruição também é a criação”, visava o rompimento com os modelos tradicionais e clássicos. Ainda em 1915, funda a primeira revista dadaísta dos Estados Unidos, The Ridgefield Gazook.

        Em 1921 separa-se de sua mulher, a poeta belga Adon Lacroix, e muda-se para Paris, onde junto com Duchamp se integra ao Movimento Dadaísta francês. Realiza seu primeiro “Ready- made” (termo usado por Duchamp para designar o uso de objetos do cotidiano como obra de arte). Depois de diversos experimentos, fazendo uso de tinta spray na pintura, Man Ray dedica horas pesquisando métodos em busca de aperfeiçoamento da fotografia. Em 1924 com o surgimento do Surrealismo em Paris, Man Ray recebe influências do movimento. Nesse mesmo ano, produz “Le Violon d’Ingres” (figura 1), uma de suas obras mais famosa. Quando se vê a imagem, Man Ray notou claramente a ligação dos buracos nas costas como uma referência às aberturas dos instrumentos musicais. Assim, ele transforma a nudez original num simbolismo engraçado, devido aos grosseiros traços pincelados nas costas da modelo fotografada, que foi comparada com as formas de um violino ou violoncelo. É numa espécie de encenação que Man Ray sugere a comparação do instrumento musical às formas do corpo feminino, tornando a imagem potencialmente contemplativa.

        Enquanto cineasta, Man Ray produziu filmes surrealistas, como o curta “L’Étoile de Mer” (1928), e durante muitos anos viveu no bairro de Montparnasse, em Paris, e foi lá começou a revolucionar a fotografia, quando começou a fazer os nus de Meret Oppenheim, uma artista surrealista que se deixou fotografar pelas lentes de Man Ray. Em 1932, criou a foto “Lágrima” (figura 2), um close de um rosto voltado para cima, com gotas de vidro que imitavam lágrimas. A obra representa uma clara demonstração por parte de Man Ray pela narrativa Cinematográfica. O olhar para cima da modelo fotografada provoca em quem vê a imagem perguntas como “para onde ela está olhando?” e “qual a fonte de sua distração?”, segundo o site Wiki Art, “The piece was created soon after the artist's break-up with his assistant and lover, Lee Miller. Ray created multiple works in an attempt to "break her up" as a revenge on a lover who left him (similar to Indestructible Object)” [1].

        No período da Segunda Guerra Mundial, Man Ray volta para os Estados Unidos e nessa época, produziu inúmeras fotografias de moda, incluindo estrelas de cinema de Hollywood, como Ava Gardner, Marylin Monroe e Catherine Deneuve. Depois de seis anos na América, ele retorna à Paris. Finalmente, seu tão esperado reconhecimento internacional por seus experimentos somente veio em 1961, com a Medalha de Ouro da Bienal de Fotografia de Veneza. Em 1963 publica a autobiografia “Autorretrato”. Em 1966 realizou sua primeira grande retrospectiva em Los Angeles, no LACMA Los Angeles County Museum of Art. Man Ray faleceu em Paris, no dia 18 de novembro de 1976.

        Suas fotografias estão muito ligadas a técnicas intervencionistas na produção das imagens, trabalhando muito com técnicas fotográficas de solarização e principalmente os fotogramas, que depois rebatizou com suas iniciais “rayogramas” (CARVALHO, sem data, p.71)[2]. Dessa forma, os fotogramas, segundo Carvalho é uma das técnicas mais antigas da fotografia e por essa razão foi uma das mais utilizadas no viés artístico, pois permitia diversos recursos e facilidades na manipulação da luz. Carvalho explica:

[são] necessárias apenas material sensível à luz e material para a revelação e fixação da imagem. Distribuem-se em cima do suporte fotográfico, objetos planos ou tridimensionais que organizados acima deste impedem ou não a sensibilização do suporte, que pode ocorrer por intermédio de uma ou mais fontes luminosas para obtenção do registro das silhuetas dos objetos que estavam dispostos na superfície do suporte. As silhuetas dos objetos serão gravadas em negativo e a relação das entre as  massas dos objetos em valores de preto e branco serão dados dependendo da qualidade dos objetos que podem ser opacos ou translúcidos (CARVALHO, sem data, p. 87)

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