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Tráfico de drogas no Rio

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Por:   •  27/11/2014  •  Artigo  •  840 Palavras (4 Páginas)  •  387 Visualizações

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Tráfico de Drogas

O tráfico de drogas no Rio está ligado diretamente às três maiores facções criminosas da cidade: Comando Vermelho, Terceiro Comando e Amigos dos Amigos.

Tudo indica que o tráfico começou mesmo no Rio nos anos 1980, quando alguns moradores de favela passaram a vender cocaína. Como num passe de mágica, aqueles que eram pobres tornaram-se ricos e poderosos. A rotina do tráfico de drogas tornou-se comum ao longo dos anos. Mais e mais pessoas foram atraídas pelos benefícios associados a ele, como dinheiro, poder e reconhecimento. Hoje, a insegurança e o medo fazem com que as pessoas ligadas ao tráfico praticamente não saiam da favela. Elas sabem que o caminho do comércio ilegal de drogas geralmente leva à prisão ou à morte.

A vida no tráfico é um ciclo vicioso. A falta de oportunidade, somada à chance de ganhar dinheiro, resulta muitas vezes na entrada em uma facção criminosa. A atração começa já na infância, quando as crianças ficam seduzidas pelas motos, dinheiro e pelas namoradas dos traficantes.

Muitas crianças entram no mundo do tráfico sem nem mesmo notar. Envolvem-se com pessoas ligadas ao crime, levam recados dentro das favelas e acabam virando o que os traficantes chamam de “aviõezinhos”. É o primeiro posto na hierarquia do tráfico. Uma vez dentro do ciclo do tráfico, fica difícil sair. O tráfico de drogas gera uma dependência parecida com a do uso de drogas. O poder, o reconhecimento, as informações privilegiadas, a hierarquia, as regras e o medo da morte são características difíceis de deixar.

Muitas crianças crescem nesse meio até se tornarem adolescentes. Em qualquer classe social a adolescência é uma fase complicada. É uma época de construção de identidade, quando se começa a aprender quem se é. Para um adolescente de classe baixa, que vive em uma sociedade racista e elitista, tudo fica mais difícil. Ele se sente ignorado, invisível e muitas vezes rejeitado. O tráfico acaba preenchendo essa lacuna. Valoriza esses jovens, coloca-os num grupo onde são notados e respeitados. O adolescente se torna protagonista, produz reações nas pessoas, se torna alguém visível. Para muitos, a entrada no mundo do tráfico é uma tentativa desesperada de construir uma identidade.

Esses jovens convivem com a realidade do tráfico e aprendem as regras dentro deste sistema. Depois de “aviõezinhos”, crescem e assumem novas posições, viram “fogueteiros”. Ficam no alto da favela e disparam fogos quando avistam a polícia, são olheiros para o tráfico.

O próximo passo é trabalhar dentro da boca de fumo (lugar onde a droga é vendida) e virar ajudante do gerente. Assim, eles vivenciam o dia-a-dia do tráfico, ganham bastante dinheiro e começam a ser respeitados dentro do grupo. Quando o chefe da boca é morto, um desses meninos assume a venda das drogas e fica completamente envolvido no tráfico. Mas muitos não chegam a ser gerente de boca, pois antes disso morrem em confrontos com a polícia ou com facções rivais. Se eles conseguem escapar dos tiroteios, algumas vezes acabam mortos em disputas dentro da própria quadrilha.

A rede de hierarquia é muito respeitada dentro do tráfico. São regras feitas dentro da rotina, que não precisam ser escritas para serem obedecidas. O dono do ponto é o grande chefe e controla toda uma rede de “funcionários”, cada

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