Сompreender a importância dos serviços sociais no Brasil

Sumário

a) Introdução ........................................................................................... 03

b) Desenvolvimento ................................................................................ 04

c) Considerações finais .......................................................................... 08

d) Referências bibliográficas .................................................................. 09

 

a. Introdução

Para entendermos a profissão do Assistente Social na contemporaneidade, é indispensável conhecer a origem da profissão, em meados da década de 1930, o contexto sócio político que envolve o processo de renovação crítica e reconceituação profissional, culminando com a aprovação do Código Ético-Político da profissão, o de 1986 que posteriormente passou por transformações, em um período de crise da sociedade brasileira e reinserção da classe trabalhadora no cenário de lutas sociais.

É mister iniciar esta pesquisa refletindo brevemente sobre o contexto sociopolítico onde se gesta a profissão. O Serviço Social foi introduzido no Brasil entre os anos 30/40 decorrente de fatores econômicos, políticos, sociais e religiosos. Aspectos relacionados a questão social, assalariamento, miséria, decorrentes da infiltração do sistema capitalista.

Surgiu do trabalho de ação social da igreja, fundamentados no assistencialismo, que se mostraram incapazes de conter o agravamento da questão social. Onde, no anos de 1936, em São Paulo, e 1937, no Rio de Janeiro, surgem as primeiras escolas de Serviço Social no Brasil.

Em determinado momento, nas décadas de 1970 e 1980 em contexto de ditadura militar no país, os profissionais se questionam e desejam aperfeiçoamento técnico-científico, haja vista denúncia de conservadorismo profissional no interior da profissão.

É o início do processo de renovação critica que culminou com o processo de reconceituação do Serviço Social brasileiro, influenciado pelo Movimento de Reconceituação do Serviço Social Latino Americano cujo contexto conjuntural da época era semelhante.

Na contemporaneidade o Serviço Social se constrói, de acordo com seu projeto-ético-político, com alternativas e estratégias que façam frente à questão social seu objeto de intervenção. Deixou de atender aos interesses de uma classe privilegiada – que participou de sua criação – e se tornou um dos maiores aliados no atendimento às necessidades dos menos favorecidos.

 

b. Desenvolvimento

A proposta do presente trabalho é compreender o significado do Serviço Social no Brasil, na contemporaneidade, e seu papel na construção das políticas sociais no Brasil. Trata-se de uma análise da realidade e da profissão, que conforme apresentamos passou por um período de efervescência, que Martinelli (2007, p. 142) brilhantemente resume:

Os anos 60, ao longo dos quais se processou um agravamento do quadro político nacional, encontraram o Serviço Social recuado do cenário histórico, produzindo e reproduzindo práticas incapazes de se somarem aos esforços de construção e preservação de espaços democráticos em uma sociedade oprimida por uma ditadura militar.

Entretanto esta conjuntura social o fez repensar, se articular ao movimento de classes sociais, já que o Estado, que é o responsável pelas políticas sociais, não garantia os direitos da população mantendo-a alienada ao sistema.

Essa tomada de posição, mais crítica e profunda da profissão assumiu uma perspectiva de mudança social, admitindo as limitações teóricas metodológicas e interventivas que fundamentavam sua prática, e sobretudo, desejosos de conquistar a transformação no quadro social-político da época.

Neste sentido emerge uma nova prática profissional, onde estabelecem vínculos da ação profissional com a luta por mudanças societárias aliados à luta de classes. O questionamento apresenta duas vertentes conservadora e Mudancista.

A primeira atua no sentido de preservação das concepções do Estado, tendo como objetivo de intervenção as disfunções do individuo e da sociedade. A segunda vertente é o processo de renovação que faz novos questionamentos, desejo de mudanças sociais, percebendo-se as contradições do Estado e das políticas sociais.

Esta mudança provoca renovação profissional que assume três dimensões:

 Perspectiva modernizadora, caracterizada pela busca da adequação do serviço social;

 Perspectiva de reatualização do conservadorismo que se refere à fenomenologia, com destaque na subjetividade; e

 Perspectiva de ruptura com serviço social tradicional, que possui uma critica sistemática ao desempenho tradicional e aos seus suportes teóricos, metodológicos e ideológicos. A conjuntura brasileira convida os profissionais a assumir uma prática modernizadora.

Essas discussões atingem um patamar nacional através dos seminários, que contribuíram para definições profissionais: o de Araxá, Teresópolis, Sumaré e Alto da Boa vista. Foi um grande passo para se tornar uma profissão respeitada no país inteiro.

O Assistente Social se via excluído da elaboração e do planejamento das políticas sociais voltadas à população, devido à centralização política dos setores governamentais, o que fragmentava as ações institucionais e a operacionalização das políticas sociais. Era um mero executor.

Martinelli (2007, p. 145) notavelmente acrescenta que “assim, ao mesmo tempo que se desenvolvia o Movimento de Reconceituação, como projeto social mais amplo, desenvolvia-se também o processo organizativo da categoria profissional”. Período de intensas mudanças não somente para o Serviço Social, mas também para o país que vivenciava um período ditatorial.

A ditadura não garantiu o desenvolvimento nacional, o Serviço Social caminhou, se desenvolveu, as oposições se reorganizaram e todos exigiram de volta a democracia, obtendo êxito. O serviço social é partícipe essencial nesta proposta, onde definitivamente rompe com os laços religiosos, abandona a nuance de caritativismo e assume o caráter de profissional capacitado inserido na divisão sócio técnica do trabalho, desvinculando-se das ideias de assistência