Chula: História e a Dança
Por: GiselaFernanda • 6/6/2016 • Seminário • 4.160 Palavras (17 Páginas) • 5.407 Visualizações
CHULA
Introdução
A chula é um ritmo de dança que teve suas origens aproximadamente no século XVII em Portugal, e acredita-se que já era praticado no Brasil durante o século XIX. Ela se consolidou em dois lugares diferentes do país: no Rio Grande do Sul, onde é praticada até hoje como dança típica; e na Bahia, sendo nomeada de samba chula, uma das variações do samba de roda.
Apesar de ter as mesmas origens, a chula é praticada de maneiras diferentes de acordo com sua localidade. No Rio Grande do sul a chula é executada em forma de desafio entre dois homens que fazem passos de sapateado sobre uma lança, sem poder tocá-la. Já na Bahia, a chula consiste em desafio cantando entre duas duplas de homens, no qual um canta e o outro responde, e geralmente retrata a vida cotidiana. Além disso, na chula baiana só as mulheres podem dançar na parte instrumental, que sucede a cantada pelos homens.
Atualmente, há festivais de chula por todo o Rio Grande do Sul, nos quais as mulheres estão sendo inseridas, enquanto a chula baiana é mais comumente executada em festas populares.
Contexto histórico
Europa
Introdução
Durante o século XVI estava ocorrendo na Europa o renascimento Cultural e a reforma protestante. Como resposta, a igreja católica instaurou a contrarreforma, na qual perseguiu àqueles que não seguiam a sua fé. Consequentemente a cultura estava sendo muito vigiada,buscando ressaltar a legitimidade cristã por meio do movimento barroco e proibir os católicos de ler diversos livros por meio do INDEX. Além disso, Portugal estava com dificuldades em suas rotas comerciais com o oriente e disputando territórios do novo mundo com outros países europeus. Tudo isso refletiu no cenário português do século seguinte.
Aspecto econômico
Por encontrar-se totalmente dependente de suas colônias, a economia portuguesa do século XVII estava mal estruturada. No início de seiscentos, o sistema financeiro português acusava certo cansaço e um desequilíbrio, que persistiria até ao final do século. Gastos com a importação de alimentos como cereais, um estado dispendioso, uma burocracia numerosa, uma nobreza parasitária, a falta de trabalhadores qualificados como construtores de navios e artesãos prejudicaram ainda mais a situação do país.
O cenário comercial estava entrando em crise e Portugal resolveu fazer uma aliança com a Espanha. Surgia então a união ibérica, que durou de 1580 à 1640. Nesse meio tempo, a concorrência açucareira com as colônias holandesas estava subindo cada vez mais e o açúcar português estava sendo preterido em relação ao holandês. Por isso, Inglaterra e Holanda, inimigas da Espanha e Portugal, atacaram vários domínios coloniais portugueses. Importantes partes de seu império foram perdidas, e o que ficou não proporcionava os mesmos lucros. Mais tarde, a Inglaterra concordou em ajudar os portugueses nas investidas contra a Holanda e para tanto eles tiveram que assinar um contrato com os ingleses, permitindo que seus navios negociassem nas colônias portuguesas e concorressem com seus comerciantes.
Para tentar sair dessa crise, Portugal tomou muitas medidas, como a criação do Conselho Ultramarino; órgão encarregado de ampliar o controle sobre os domínios coloniais que fez com que o tabaco deixasse de ser comercializado livremente e passasse a ser monopólio da Coroa; a criação da Companhia Geral de Comércio do Brasil, que obteve o monopólio do comércio em toda a região entre o Rio Grande do Norte e o sul da colônia (vinho, azeite, farinha e bacalhau); a criação da Companhia de Comércio do Estado do Maranhão, cujo objetivo era abastecer os proprietários de terra do Estado com escravos africanos; além do fim da autonomia das Câmaras Municipais, incentivo as manufaturas em Portugal, fundação da Colônia do Sacramento para facilitar o acesso à prata extraída na América espanhola e o incentivo às expedições para descobrir metais e pedras preciosas na colônia, que passou a ser a principal economia do país no século seguinte.
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Bandeira adotada por Portugal e suas colônias durante a União Ibérica
Aspecto político
Desde a morte de D. Sebastião em 1578, e do seu tio-avô D. Henrique em 1580, e da fracassada tentativa de D. Antonio assumir a Coroa portuguesa, o Rei espanhol, Felipe II, através de força militar e de alianças com grande parte da nobreza lusa, estabeleceu a união das duas Coroas, tornando-se Felipe I de Portugal. Esta “união” Ibérica duraria sessenta anos, de três gerações filipinas. No início, grande parte de Portugal teve algumas vantagens nesta união, mas com a quebra do Juramento de Tomar[1] pelos sucessores de Felipe II da Espanha, as manifestações de independência ganharam cada vez mais força.
Perda da individualidade cultural, crise no Império ultramarino, perseguição espanhola ao crescimento português e altos impostos são alguns dos problemas pelos quais os lusos culpavam a Espanha. Esse pensamento foi evidenciado na revolta de 1637, na qual o povo entrou em conflito com parte da nobreza, exigindo ações e medidas para a separação Ibérica. A revolta popular foi reprimida, mas deixou a sociedade em alerta e a nobreza preocupada em realizar a independência antes que o próprio povo a realizasse.
A revolta da Catalunha[2], em 1640, enfraqueceu militarmente os espanhóis em Portugal, sendo o momento propício para os lusos, liderados por parte da nobreza, investirem na Restauração. Em 1º de dezembro de 1640, Portugal proclamou sua independência e aclamou seu novo Rei, entrando num conflito com a Espanha que duraria até 1668. Nesse período de 28 anos, Portugal teve vários desafios, como consolidar sua independência perante a Espanha e recuperar suas colônias ultramarinas.
A França apoiou Portugal nos primeiros anos da Restauração, mas com o fim da Guerra dos Trinta Anos houve um abandono político francês, o que fez Portugal procurar outras alianças, sobretudo com a Inglaterra, em 1661. Por representarem uma potência militar, os britânicos foram fundamentais nos tratados de paz com a Holanda, em 1663, e com a Espanha, em 1668, ajudando Portugal a restabelecer parte do seu império ultramarino. Em troca, houve uma aliança matrimonial entre o Rei inglês, Carlos II, e a filha de D. João IV, Dª. Catarina , com o reino luso pagando um dote de 2 milhões de cruzados , além de transferir para a Inglaterra a posse de Tânger, no atual Marrocos, e Bombaim, na Índia, e conceder privilégios aos mercadores ingleses nas possessões ultramarinas portuguesas.
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