Cultura Brasileira
Por: Aline Rípoli • 30/4/2016 • Seminário • 1.533 Palavras (7 Páginas) • 303 Visualizações
Florestan Fernandes: tem relação com Caio Prado Jr (USP), com Marx e Weber.
Florestan critica Gilberto Freire, que, de certa forma, ajudou a criar uma ideia de democracia racial. Ele possui uma temporalidade diferente pois começa na abolição (não estuda a colônia).
- Macroestrutural: estuda a sociedade como um todo para entender o que acontece com o negro da transição escravo/livre.
- Não foram criadas condições (oportunidades) para que o negro se torne cidadão, ele fica limitado a subtrabalhos.
- Omissão do branco mantém a condição desigual do negro: não foi preciso uma lei segregacionista como nos EUA
- Democracia racial diz que, pela miscigenação, não temos preconceito; igualdade. Foi criticada por Florestan, que considera a democracia racial uma falácia
- Método funcionalista: foca em São Paulo, cidade industrial e urbana que, segundo Florestal, pode explicar o Brasil todo.
A integração do negro na sociedade de classes
- Cap 3: Heteronomia racial na sociedade de classes.
→ Ordem social competitiva e o regime de classes sociais: Não são implantados de forma instantânea e homogênea (São Paulo). Se dá de forma lenta e descontínua; resistência seletiva a inovações socioculturais.
Cidade em bloco: mudança gradativa, ritmo desigual, conservou aspectos do passado e estruturas arcaicas reconstruíam o antigo regime em diversos níveis de consciência → círculos sociais (elites) e setores dependentes da plebe.
→ Isolamento sociocultural das famílias tradicionais:
** As tendências históricas de diferenciação e de reintegração da ordem social não favoreciam nenhum agrupamento étnico ou racial (só acontece em vias indiretas (meio econômico).
- Negro e mulato: como “trabalhavam” como escravos e executaram atividades manuais, eles já entram neste processo com desvantagens.
** A desorganização social no “meio negro” e a integração deficiente à vida urbana agravam o peso da desvantagem e aniquila a possibilidade de crescimento do “homem de cor”.
** Degradação pela escravidão, anomia social (perda de identidade) e a integração deficiente formam, juntas, um padrão de isolamento econômico e sociocultural do negro e do mulato.
Padrão de isolamento sociocultural separa bem o “branco” e o “nego”, de forma a manter intacta a relação em tempos escravocratas: o regime não desaparece na abolição; permanece na mentalidade, no comportamento e nas relações sociais.
** Após a abolição, o negro é taxado como “liberto”. Na sociedade de classes, o homem de cor encontra-se em uma posição ambígua semelhante a dos escravos recém libertos: raízes da degradação social.
** Desigualdade econômica, social e política entre “branco” e “negro” não é fruto do preconceito de dor e da discriminação racial: se dá como forma de manter a distância social e o padrão de isolamento cultural. Não buscava dar privilégios aos brancos, mas defendia as barreiras de raças dominantes e dominadas.
** “Omissão do branco”, e não ação, que manteve a condição submissa do negro; a preservação da ordem racial em benefício do branco e não se proteger do negro: mecanismo de acomodação das elites permitiu que se fechassem os olhos diante do drama da “população de cor”
“Preconceito de não ter preconceito”: preconceito de achar que aqui não existe racismo – o Estado não combate. Ignorar o preconceito no Brasil é irresponsável por não discutirmos estas questões básicas.
- Projeto de um grupo de estudos sociológicos (grandes temas da sociedade): relações raciais → questão chave para estudar o Brasil (identidade/caráter nacional).
Desigualdade racial: democracia racial está no senso comum, mas não corresponde à realidade brasileira, onde há casos de extrema desigualdade. Esta ideia de igualdade nos impede de discutir questões sociais.
→ Livro publicado em 1964 onde Florestan defende sua tese de doutorado dias depois do golpe militar. O autor analisa o Brasil a partir da abolição (1888).
→ Fernando Henrique Cardoso e Octávio Ianni estudam a escravidão no sul do país. Lá, a escravidão também se dá de forma violenta, assim como nas outras regiões.
Florestan + Roger Bastide: pesquisam as relações sociais em cada região de São Paulo. Os dois escrevem o livro “Brancos e Negros em São Paulo).
Método histórico funcionalista: Brasil a partir da abolição.
São Paulo: lugar onde as mudanças são mais fortes (moderna, industrial e capitalista).
→ Mudança de uma sociedade tradicional/escravista para uma sociedade moderna/capitalista.
Negro: mercado de trabalho (não tem preparo/capacitação) e cidadania (mesmo com a abolição, o negro não se tornou cidadão; não participava economicamente, não entrava nas discussões;
- Não houve lei de segregação no país: não havia divisão regulamentada por lei entre brancos e negros, mas a lógica de poder senhorial foi mantida.
- Democracia racial: não existe preconceito; racismo acaba com a abolição; harmonia vinda da miscigenação. → Ideia de uma elite que deseja manter as estruturas como estão. A elite cria a ideia de harmonia para não mudar ou causar desordem. → senso comum do brasileiro.
Roberto da Matta: tem relação com Louis Dumont e Victor Turner (ritual/drama social). Sua principal questão é: somos igualitários (teoria) e hierárquicos (prática).
- Metáfora da peça de teatro: ritual como cenas que se destacam. Roberto pega cenas: Carnaval e “Você sabe com quem está falando?” (autoritário; imposição de status).
- Quem é indivíduo sofre mais no Brasil, sofre com os serviços públicos.
- A pessoa é beneficiada.
- Carnaval de rua = igualitário. Momento em que indivíduo pode se tornar pessoa; suspensão da rotina.
Livro: “Carnaval, malandros e heróis”
Capítulo: “Você sabe com quem está falando?” → status social superior ao do outro, numa tentativa de se diferenciar. Quase todos usam no Brasil, e não depende da classe social.
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