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LPT AULA TEMA 6

Por:   •  19/5/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  959 Palavras (4 Páginas)  •  495 Visualizações

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AULA TEMA 8 DPP

Você provavelmente não teve dificuldade em identificar os textos acima, respectivamente, como propaganda, poema e piada. Sabe que o primeiro utiliza linguagem verbal e não-verbal, visa a convencer a pessoa a comprar um produto. A poesia, por exemplo, está estruturada em versos e ou estrofes, tem uma preocupação com a forma, pois o mais importante é a expressividade, utilizando uma linguagem subjetiva e ritmada. O último tem função humorística e geralmente utiliza-se de elementos da narrativa (personagem, cenário, tempo, narrador etc) para atingir seu objetivo de fazer rir. A essa capacidade que temos tanto de reconhecer quanto de produzir diferentes gêneros textuais dá-se o nome de competência metagenérica.

Também pode-se imaginar em que suporte, isto é, local material – ou virtual – por meio do qual eles são disponibilizados para a leitura. Os três gêneros exemplificados acima podem aparecer em vários tipos de suporte: TV, livro, revista, outdoor, jornal, internet, cartão etc. O suporte é fundamental para a circulação do gênero na sociedade e influi na natureza do gênero por ele veiculado. Há alguns casos em que, a depender do suporte, um gênero receberá denominações distintas. Uma dissertação escolar com viés argumentativo, por exemplo, se publicada em um jornal, assinada por quem a escreveu, passa a ser um artigo de opinião.

Você também reconhece nos textos acima uma estrutura relativamente estável e uma função sóciocomunicativa específica. Isso ocorre porque existe uma infinidade de textos em circulação na sociedade responsáveis por organizar todas as situações que envolvem comunicação. Possuem finalidades, tema e formato próprios e estão num suporte textual específico. A essas formas particulares de organização de um texto dá-se o nome de gênero textual. Todo usuário de uma língua dispõe de um rico repertório de gêneros, orais e escritos, que domina livre e naturalmente.

Se não dominássemos os gêneros textuais e tivéssemos de criá-los em todas as situações, seria quase inviável a comunicação. Considerando que esses gêneros são usados em contextos sociais específicos, existem tantos gêneros quantas forem as situações sociais. Intuitivamente, todo falante sabe que gênero usar em momentos específicos de interação, de acordo com a função social que ele deve preencher. Assim, se você precisa se comunicar com alguém de sua família, de forma rápida, pode escrever um bilhete ou dar um telefonema; se deseja falar com um amigo que não encontra há muito tempo, pode mandar uma carta ou escrever um e-mail.

Apesar de a noção de gênero estar associada à determinada forma composicional, isto é, a uma estrutura, ele não é estático, já que é produzido em um tempo e espaço sócio-historicamente determinados. Ele é, portanto, um produto social e por isso está sujeito a modificações decorrentes principalmente de transformações históricas, culturais e sociais. Hoje, por exemplo, na era da informática, o computador é, sem dúvida, um instrumento histórico-cultural, responsável pelo surgimento de novos gêneros como os ligados à esfera virtual – e-mail, blog, Orkut, Facebook etc – e transformações nos já existentes.

Esferas comunicativas

A utilização da língua é indissociável do gênero. É por meio dele que nos comunicamos, seja na forma oral ou escrita. Ele não se apresenta isolado, mas está contido em um conjunto ideológico de várias forças, chamadas de esferas comunicativas (Bakhtin, 1992)[3]. Algumas dessas esferas são:

a) esferas do cotidiano: familiares, íntimas, comunitárias etc.

b) esferas dos sistemas ideológicos constituídos: ciência, arte, religião, política etc.

c) esfera jornalística: informação, opinião, investigação

d) esfera jurídica: leis, decretos, regulamentos, direitos e deveres etc.

E a cada esfera corresponde um conjunto específico de gêneros. Por exemplo, na esfera jornalística, há a notícia e a reportagem, a carta do leitor, o artigo de opinião; na esfera do cotidiano, há saudações, despedidas, bate-papo com amigos no bar ou conversas familiares. Em maior ou menor grau, todas as esferas dialogam entre

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