RESENHA CRÍTICA DO FILME O ABUTRE

Resenha: O Abutre (2014)

Resumo

O Abutre - Nightcrawler, em seu título original -, é um filme policia de drama e suspense em que o personagem principal, Louis Bloom (Jake Gyllenhaal) decide entrar no agitado submundo do jornalismo criminal independente de Los Angeles, logo após enfrentar dificuldades para conseguir um emprego formal. Seu objetivo é conseguir as melhores imagens de crimes e acidentes chocantes e a vender para os veículos interessados.

Resenha

Por instinto, somos capazes de muitas coisas para sobreviver, mas o filme O Abutre nos mostra que as pessoas podem ultrapassar tudo e todos. O filme nos mostra os limites morais e éticos da mídia e até onde a individualidade e frieza humana podem chegar, além de a obsessão por alguma coisa poder afetar nossas atitudes.

O personagem principal se utilizava de pequenos furtos e crimes para sobreviver, mas suas ambições eram maiores. Neste processo de buscar emprego, Louis conhece os chamados freelancers que produzem vídeos policiais para programas jornalísticos, ao mesmo tempo em que ele se interessa pelo tema e já esboça o que poderia fazer em um trabalho desses. Ele entra em um mercado questionável eticamente, porém com seu espaço garantido nos jornais da cidade. Após muitas pesquisar, juntando o dinheiro, Louis compra uma câmera e começa a trabalhar como freelancer, filmando cenas de crimes, acidentes e até assassinatos.

Uma das questões mais importantes que envolvem ética para se discutir na contemporaneidade, é a ética jornalística. Como saber até onde vai o direito de um repórter fotografar ou filmar a desgraça - por assim dizer - de um acidentado, ou o rosto deformado de alguém que recebeu uma facada? E por que este tipo de conteúdo chama a atenção das pessoas, como se elas precisassem disso pra viver? Bem, se os programas que exibem esse tipo de conteúdo estão no ar, é porque o público aprova e colabora com a audiência. Todos os programas têm o seu público fiel, que, alimentando a audiência diariamente, leva muitos anunciantes e consequentemente lucro para as emissoras e os jornalistas.

Nós, como espectadores acompanhamos o personagem correndo atrás de assaltantes, filmando incêndios, acidentes de carro, assassinatos, e seu lema de trabalho é ‘quanto maior o close, maior o preço do vídeo’. Ele representa uma ideia incômoda socialmente de que as pessoas gostam de ver as desgraças dos outros. O novo trabalho e a busca por ganhar dinheiro e sobreviver, o transformam em uma figura absolutamente imoral, que em momento algum reflete sobre a ausência de ética no que faz. Não existe culpa, conflitos internos e não muito menos limites. Dessa forma, o protagonista se reveste de seu espírito empreendedor, e a soma desses dois fatores garantem seu sucesso.

Os detalhes, como seu trabalho em mostrar o rosto das vítimas, sua superioridade e até mesmo o modo como manipula e convive com as pessoas, mostra que as atitudes e a natureza humana é capaz de ultrapassar valores para conseguir algo que seja de seu interesse, provando que a intenção desde o começo era apenas o benefício próprio, deixando o restante de lado. Até que para se manter no mercado de trabalho, sem concorrentes, ele foi capaz de tirar matar seu adversário, contribuindo para um