RESENHA DO FILME “AMOR POR CONTRATO” SEGUNDO BAUMAN
Por: L777 • 21/10/2018 • Resenha • 1.142 Palavras (5 Páginas) • 558 Visualizações
O FILME “AMOR POR CONTRATO” SEGUNDO BAUMAN
RESUMO E RESENHA CRÍTICA
Por: Victoria Salerno Lermen
RESUMO DO FILME “AMOR POR CONTRATO”
O filme americano, dirigido por Derrick Borte em 2010, Amor por Contrato, conta a história da família Jones. A família é formada pela mãe Kate (Demi Moore), o pai Steve (David Duchovny) e os filhos Jen (Amber Hard) e Mick (Ben Hollingsworth). O filme começa com a mudança dessa família aparentemente perfeita para um bairro de elite de uma pequena e próspera cidade. Os Jones chegam no bairro chamando atenção por possuírem bens melhores e mais novos do que seus vizinhos, como carros, cortadores de grama, enfeites de decoração, roupas, joias, maquiagens e até uma privada de banheiro moderna. Eles não formam uma família real e são, na verdade, vendedores profissionais contratados por uma secreta agência de marketing, chamada LifeImage. E toda essa ostentação, nada mais é que uma estratégia de marketing dessa empresa, que insere os Jones no mercado de luxo para dar visibilidade aos seus produtos e estimular o consumo de maneira nada convencional. O objetivo é fazer com que as pessoas que convivem com a família queiram comprar o seu “estilo de vida”. A empresa de marketing comandada pela “vovó”, KC (Lauren Hutton), pressiona os Jones a bater as metas de vendas de maneira competitiva. Porém essa estratégia de marketing, manipulativa e calculada, possui uma falha, o fator humano. Os Jones não são apenas vendedores, eles são seres humanos com sentimentos reais e isso quer dizer que de uma hora para outra toda essa superficialidade pode mudar. Além disso o filme mostra até que ponto o marketing pode influenciar a vida das pessoas, aguçando o consumismo e a inveja. Que é ilustrado com o personagem do vizinho Larry Symonds (Gary Cole), que enlouquece com a pressão da mulher Summer Symonds (Glenne Headly) e dos Jones para ostentar e consumir coisas das quais ele não tinha condições financeiras.
Palavras-chave: consumismo, marketing, superficialidade
O FILME “AMOR POR CONTRATO” SEGUNDO BAUMAN
O filme Amor por Contrato traz uma crítica ao mundo consumista que vivemos, buscando a felicidade nos bens materiais e não nas pessoas. Ele mostra essa incessante busca por status, em uma sociedade caracterizada pelo consumismo. Podemos analisar a partir do filme a modernidade líquida trabalhada pelo filósofo e sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Para o filósofo e sociólogo a modernidade líquida, se refere as relações, instituições, estilos de vida, crenças e convicções que mudam antes que tenham tempo de se solidificar. Nesse contexto, as vidas humanas são transformadas em objetos de consumo. Com esse conceito, ele mostra que o ser humano deixa de ser sujeito e passa a ser objeto na relação de compra e venda. A família Jones do filme, personifica essa relação de vidas humanas transformadas em objetos de consumo, através da estratégia de marketing da empresa LifeImage.
Como é retratado no filme, a empresa de marketing LifeImage, cria a família fictícia, os Jones, que aparentemente representam uma família perfeita. Constituída por personagens carismáticos e bonitos com o intuito de tornar os produtos do mercado de luxo mais interessantes para seus vizinhos. É preciso que tenha pessoas como os Jones, pessoas bonitas e interessantes, dando vida as mercadorias e persuadindo o público para tornar a necessidade da compra irresistível. É como se a família Jones fosse uma vitrine viva. Para Bauman (2008), personagens carismáticos como a família Jones, são chamados de “figuras emblemáticas”. O que é oferecido por estas figuras extremamente influentes e atraentes é uma forma de pertencer a um grupo, identificar-se com uma determinada parte da sociedade e se sentir automaticamente seguro.
Bauman (2008) defende que, nestes tempos “líquidos”, o problema das relações afetivas na sociedade de consumidores seguem praticamente as mesmas regras das relações comerciais. Assim, sendo estas atualmente movidas pela velocidade com que uma mercadoria é lançada, consumida e logo descartada para que outras mais novas possam tomar o seu lugar. E essa identificação com o ato de consumir sem limites acaba criando nas pessoas uma insatisfação permanente, pois as novidades nunca se esgotam. Fazendo com que as pessoas pensem que precisem “ter” para “ser”. Como é o caso do vizinho, Larry Symonds que começa a investir nos itens de luxo iguais a do Steve Jones, como cortador de grama, carro entre outros.
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