Washinton Olivetto- Uma história carismática

23 de abril de 2019

Escrito por: Éster Ávila da Silva

Estudando primeiro semestre de Publicidade e Propaganda

Washington Olivetto: Uma história carismática.

Nasce no dia 29 de setembro do ano de 1951 no bairro da Lapa, estado de São Paulo, Washington Olivetto, que já estava destinado a se tornar um dos maiores publicitários da história da comunicação brasileira dia que curiosamente caiu no mesmo dia do Anunciante.

Descendente de italianos que vieram da região da Ligúria, seu pai foi um vendedor que por fim inspirou na carreira do filho. E não é porque existe uma bibliografia dele que significa que ele esteja morto. Mais vivo que nunca o próprio Washington escreveu sua autobiografia: "Direto de Washington-Por Ele Mesmo".

E tamanha é sua contribuição para o mundo publicitário, que o célebre Olivetto também já foi homenageado, além de ser matéria de estudo de gerações de comunicólogos.

Quando criança ,por volta dos quatro ou cinco anos de idade, Washington passou quase um ano na casa dos tios, a tia Lígia em especial ,amava o sobrinho por ser o único e era irmã de Virso Olivetto, pai de Washington. A irmã mais nova estava para nascer. Sem contato com crianças ou escola por conta de uma febre que o deixou sem andar esse tempo inteiro, passou seus dias apenas dentro de um quarto deitado por suspeita de poliomielite, mas sem dúvida essa é uma fase importante em sua vida.

Nessa época seus únicos companheiros foram os livros, o que de certa forma o ajudaram a aprender a ler incrivelmente rápido. Mas também foi uma fase muito carinhosa já que seus tios não tinham filhos ,sendo assim muito paparicado pela tia Lígia e seu marido ,Armando. E foi do tio Armando que herdou a fanatismo pelo futebol e passou a ser torcedor do Corinthians.

No primário estudou em um colégio de freiras. Depois foi para um colégio de padres. Primeiramente era um garoto de classe média, mas já que o pai deixou de estudar para trabalhar e a tia o mimava, então de certa forma desenvolveu-se bem em sua infância e adolescência e como amava ler, estudar foi fácil ,até demais. E por volta de seus 17 anos de idade ,em 1968, já estava na faculdade, e como ele próprio uma vez disse: "eu entrei em tudo que foi faculdade com 17 anos de idade ,sem ter estudado".

Este é um trecho de sua história que ele pessoalmente contou para Museu da Pessoa:

"Quando acabei o ginásio, cometi um erro. Como todos os meus amigos iam pro curso Científico, eu fui. E fui um fracasso rotundo no primeiro ano! Quando chegou no segundo semestre, eu percebi que seria reprovado e me transferi para o curso Clássico de um colégio chamado Colégio Paes Leme, na Rua Augusta, que tinha umas meninas lindas na classe e só tinha coisa que eu gostava. Fui muito feliz por muito tempo. Eu lia muito e era uma coisa que desembocou na minha profissão: um bom fazedor de frases, o que, naturalmente, encantava quem eu queria encantar, fossem possíveis namoradinhas ou mães de namoradinhas. Eu era um menino de classe média, muito média, muito bem abastecido de privilégios de meninos de classe mais alta porque somava os esforços do meu pai com os paparicos da minha tia. Aí eu já saía muito. Eu já tinha uma relação muito forte com a galera da música popular. E fui ficando amigo de todo mundo. "- Washinton Olivetto no Museu da Pessoa.

Foi nessa idade que Olivetto descobriu a paixão pela publicidade:

 "Na adolescência, misturando a vontade de escrever com o trabalho de vendedor do meu pai, eu descobri que queria ser publicitário. Tanto assim, que eu credito o fato do reconhecimento profissional que fui obtendo como publicitário ao fato principal de que, da turma com algum talento da minha geração que foi pra publicidade, eu era, sem dúvida nenhuma, o que mais queria ser um grande publicitário." - Washinton Olivetto no Museu da Pessoa

A tia o havia obrigado a fazer duas faculdades uma pela manhã e outra pela noite, e eram as faculdades Comunicação e Psicologia. Foi em um desses dias que ia para a faculdade de manhã que o pneu do carro furou ,um Karmann-Ghia 69. Meio rebelde ele disse:" Ah, não vou trocar o pneu!". E bem na frente dele havia uma agência de publicidade. A HGP publicidade(Harding-Gimenez Propaganda), era uma agência pequena ainda, então nesse momento de rebeldia quis ir lá e falar com o dono.

Eu estava com 18 anos, duas faculdades, matando aula em todas. Constrangidíssimo de viver de mesada, porque eu queria ter individualidade. Eu falei: “Ah, preciso pedir um estágio”.

E ele falou com o dono:

 “Olha, eu queria um estágio aqui porque meu pneu furou e o senhor está no seu dia de sorte, porque eu vou ser muito bom se o senhor me der o estágio. Meu pneu não fura na mesma rua duas vezes.” Ele gostou. Eu comecei o estágio e dois meses depois eu fui contratado."-Washinton Olivetto no Museu da Pessoa.

O que encantou o dono e ele começou o estágio e sendo em seguida contratado como redator. E ganhando o próprio dinheiro passou a morar sozinho em uma apartamento que ele caracterizou como minúsculo aos 19 anos de idade. Mais tarde desistiu das duas faculdades, psicologia no terceiro ano e comunicação na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), no segundo ano, nessa ele fazia dois cursos, mas não chegou a concluiu nem o primeiro. Em uma entrevista ele disse "Eu mesmo me chamo analfabeto antes que alguém o faça".

Em 1971,aos 20 anos de idade conquistou seu primeiro prêmio no Cannes, estava agora na Lince Propaganda. O que também pode ser considerado seu primeiro filme para televisão, feito para as torneiras Deca com o filme "PINGO", o que lhe rendeu o Leão de Bronze no Cannes daquele ano.

Ainda passou pela Casabranca antes de 1974, que foi o ano em que entra na DPZ . Apenas sairia em 1986 e seria o ano em que fundaria a própria agência de publicidade, a W/GGK.

O primeiro comercial que eu escrevi ganhou um prêmio em Cannes, um Leão de Bronze. Aí, eu fiquei conhecido e fui parar na DPZ, que era a grande agência, a grande escola. Eu fui pra DPZ prepotentemente, querendo ser o melhor publicitário do mundo, ser o mais bem pago. No momento que