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A Internet como potencializadora da Televisão: Globo Play e a hiper televisão Globo

Por:   •  4/2/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.126 Palavras (13 Páginas)  •  294 Visualizações

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Internet como potencializadora da Televisão: Globo Play e a hipertelevisão Globo

Resumo:

Este artigo tem como objetivo, através de um breve regate histórico do Telejornalismo, fundamentar as mudanças tecnológicas que a televisão tem sofrido. Neste sentido, utilizamos a nova plataforma de notícias da Globo, Globo Play, como objeto de estudo. A grande questão abordada neste trabalho é discutir a forma como a internet e a revolução tecnológica pode potencializar a tv. Neste sentido, acreditamos que essas novas ferramentas não são concorrência da televisão, mas sim atributos para intensificar e incrementar o telejornalismo.

Palavras-chave: Telejornalismo; Globo Play; Inovação; Hipertelevisão

INTRODUÇÃO

A palavra televisão foi inventada pelo francês Constantin Perskyi. Vem da junção das palavras tele “longe” em grego e visão “ver” em latim (XAVIER; SACCHI, 2000) o fazermos um resgate histórico sobre a televisão, nota-se que ocorreram mudanças significativas não só no aparelho em si, mas na maneira como as pessoas se relacionam com o dispositivo.

O momento mais significativo das transformações ocorreu a partir dos anos de 1980, consolidando-se nos anos de 1990. Muitos autores caracterizam as mudanças de diversas formas, entretanto, partimos da distinção, inicialmente proposta por Umberto Eco (1984) e, posteriormente, desenvolvida por Francesco Casetti e Roger Odin (1990), entre dois momentos específicos da televisão, a paleotelevisão e a neotelevisão, como ponto de partida para pensar no que se constitui o terceiro e atual momento da televisão: a hipertelevisão.

Podemos compreender que a paleotelevisão foi o espaço mais característico da TV generalista e destinada ao coletivo. Neste modelo, a televisão era monopolista e estabelecia uma relação hierárquica com os telespectadores. Já a neotelevisão, a tv era mais destinada ao indivíduo do que ao coletivo. Neste momento, a televisão sai da sala para o quarto, surgiram programas específicos da televisão, como os talk shows e os reality shows. Torna-se uma televisão de contato: é mais importante estar diante dela do que ver um programa determinado, o que favorece uma percepção mais sensorial e informativa.

Na conjuntura atual, podemos considerar o surgimento de um momento novo, a hipertelevisão (SCOLARI, 2009). Para explicar seu conceito, Scolari (2008) destaca a experiência hipertextual, onde uma mídia terá sempre relação com outras. Sendo assim, desta experiência, pressupõe espectadores acostumados com a interatividade e as múltiplas plataformas. A hipertelevisão, portanto, é consequente da multitela: televisão, computador e smartphones, ou seja, ao mesmo tempo que o telespectador está vendo TV, ele não só também consome um conteúdo convergente no celular ou computador, mas como também pode assistir televisão por esses dispositivos.

Hoje a televisão está presente em 95% dos lares no Brasil, e 43% dos brasileiros fazem da TV sua companhia por mais de três horas diárias[1]. Isso sem contar uma série de dispositivos, como smartphones e tablets, que também recebem o sinal e permitem uma audiência portátil e móvel.

O número de pessoas com acesso à internet no Brasil chegou a 82,4 milhões no primeiro trimestre de 2012, segundo pesquisa do Ibope, em parceria com a Nielsen Online[2]. O número representa um aumento de 5% em comparação ao primeiro trimestre de 2011, quando o levantamento estimou que 78,2 milhões de brasileiros com acesso à rede mundial de computadores no país.

Se considerados os dados recolhidos do censo demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pesquisa indica que aproximadamente 43% dos brasileiros têm acesso à web.

A seguir faremos uma breve apresentação da plataforma Globo Play e como a Rede Globo a administra. Logo, discutiremos inovação no telejornalismo, trazendo as alterações marcantes que a televisão sofreu e que a configuram como ela é hoje, bem como a discussão baseada no conceito hipertelevisão. Por fim, utilizaremos da prática das previsões para poder avaliar hipóteses de como estará o telejornalismo daqui a alguns anos.

Rede Globo e o Globo Play

A Rede Globo surgiu em 1965, procedente do jornal O Globo e na Rádio Globo, ambas da família Marinho, no Rio de Janeiro.  Desde o fim dos anos 60, a TV Globo é líder de audiência no Brasil, com o dobro de telespectadores que a somatória de todas as outras TVs de sinal aberto juntas.

Desde os anos 90, porém, a audiência tem caído, graças à concorrência com outras emissoras e a dispersão do público para outras plataformas de audiovisual. De 2002 a 2012, a Globo perdeu 22% de sua audiência em rede nacional[3]. De fato, a variedade de acesso à informação do brasileiro mudou graças à internet. Dos 204 milhões de brasileiros, 115 milhões tem acesso à internet, no trabalho ou em casa. Deste

total, 38% têm acesso à banda larga e 80 milhões, a smartphones[4].

Devido aos números e a perda de audiência, o grupo Globo apostou em uma estratégia multimídia e multiplataforma, o Globo Play. Lançado em novembro de 2015, trata-se de uma plataforma freemium[5] com a programação da TV Globo disponível online, graças ao site para PCs e TVs conectadas e um aplicativo disponível para smartphones e tablets. Oferece transmissão em streaming[6] dos programas ao vivo da TV ou simulcasting[7] e a possibilidade de assistir trechos de programas já exibidos de graça ou na íntegra para assinantes do serviço Globo.com.

No topo da página do site, há um slideshow subdividido em três partes: últimas notícias relacionadas ao jornalismo, ao entretenimento e por último conteúdos exclusivos para assinantes.

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Figura 1: Topo da página da Globo Play.

Mais abaixo, o conteúdo está dividido em diversas seções, entre elas Programas (Novelas, Séries, Humor, Variedades, Reality Shows, Jornalismo, Espertes e Especiais), Mais Vistos e Replay.

A plataforma além de oferecer a antecipação de séries e novelas que ainda não entraram no ar, também oferta conteúdo exclusivo que não será transmitido na televisão. Estes somente para assinantes.

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