A SEMÂNTICA DAS CORES NA PROPOSIÇÃO DA CRIAÇÃO DO LOGOTIPO MISTO PARA A DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR
Por: Julio Matos • 30/10/2019 • Artigo • 3.910 Palavras (16 Páginas) • 162 Visualizações
A SEMÂNTICA DAS CORES NA PROPOSIÇÃO DA CRIAÇÃO DO
LOGOTIPO MISTO PARA A DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR
Júlio César Gomes de Matos [1]
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a construção. ” (Freire apud 2006, Brito Júnior, 2014 p.187)
Resumo: Este artigo versará sobre o uso da cor na imagem gráfica do logotipo misto como elemento condutor para mensagens subliminares portadoras de significados. Partindo das primeiras teorias do espectro das cores sólidas e percorrendo um longo caminho até chegar nas cores pigmentares. As temperaturas das cores: frias e quentes; e a influência da luz, bem como suas aplicações fundamentadas.
Palavras-chave: cor; signo; mensagem; logotipo; significante;
Abstract : This article will focus on the use of color in the graphic image of the mixed logo as a driving element for messages that carry meaning. Starting from the first theories of the spectrum of solid colors and going a long way until arriving at pigmentary colors. Color temperatures: cold and hot; And the influence of light as well as its grounded applications.
Keywords: color; sign; message; logo; significant;
1 Introdução
As cores dos aros entrelaçados dos jogos olímpicos, dos arcos do restaurante Mc Donald’s, na letra cursiva do refrigerante Coca-Cola não foram colocadas lá por uma mera preferência dos seus fundadores, mas sim carregadas de valores semióticos que o consumidor põe e dispõe em fatias mentais. Processo cerebral que leva frações de segundos numa mente educada de acordo a sócio-gênese de Vygotsky.
Buscar-se-á na revisão bibliográfica, na análise de logotipos mistos e seus argumentos de concepção a problematização deste artigo. Desde as teorias das cores de Aristóteles da Grécia antiga que teorizava que as cores eram raios de luz enviados por Deus. Para ele, as cores simples seriam as dos elementos: terra, ar, fogo e água.
Passando por Isaac Newton que criou a chamada “Nova Teoria da Luz e Cores” em que ele ao colocar um prisma transparente próximo a sua janela, projetando um espectro, criado pela refração de um raio circular de luz branca, em uma parede, mostrando as cores componentes: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. Sendo o primeiro a organizar tais cores em um círculo.
Enquanto que a contribuição de Goethe foi modificar o círculo de Newton que possuía sete cores sustentadas sob ângulos desiguais. Criando um círculo simétrico, onde as cores complementares localizam-se em posições diametralmente opostas no círculo, de acordo com a Biblioteca Virtual de Antroposofia.
Nesta jornada científica, que tem o intuito de retificar ou ratificar os saberes aí postos, numa líquida e mutante sociedade pós-revolução tecnológica digital, onde as cores ganham milhões de matizes eletrônicas devido aos modernos processos CMYK, RGB, cores pigmentares na síntese subtrativa e cores luz na síntese aditiva respectivamente.
Este artigo buscará nesta problematização uma investigação mais metódica, visto que a produção de artigos que abordam este tema é incipiente ou quase inexistente. Serão colocadas teses de autores e teóricos pesquisadores do tema para que se chegue às respostas satisfatórias e por ora conclusivas.
2 Cores na fisiologia humana
Assume-se a noção de enunciado que Pedrosa (1982, p. 17) apresenta, como “a cor não tem existência material: é apenas sensação produzida por certas organizações nervosas sob a ação da luz – mais precisamente, é a sensação provocada pela ação da luz sobre o órgão da visão. Seu aparecimento está condicionado, portanto, à existência de dois elementos: a luz (objeto físico, agindo como estímulo) e o olho (aparelho receptor, funcionando como decifrador do fluxo luminoso, decompondo-o através da função seletora da retina) ”.
As cores, sem dúvida influenciam o ser humano nos aspectos tanto psicológico como no fisiológico. Podendo exprimir de forma antagônica os sentimentos à sua percepção, dentre os quais a alegria ou a tristeza, passividade ou atividade. Exaltação ou depressão e etc.; e nas marcas não é diferente, elas estão presentes com um fim, uma proposição: ocupar uma fatia na mente do consumidor.
Sobre a pessoa que recebe a comunicação visual, a cor exercerá uma ação com três vetores: a de impressionar, a de expressar e a de construir. Farina, Perez e Bastos (2006) colocam que a cor é vista: impressiona a retina. E sentida: provoca uma emoção. E é construtiva, pois tendo um significado próprio, tem valor de símbolo e capacidade, portanto, de construir uma linguagem própria que comunique uma ideia.
A abordagem persuasiva vai buscar na necessidade humana fontes para uma abordagem eficaz para que sua atividade fim seja concretizada: a venda ao consumidor do produto ou serviço.
3 Aspectos psicológicos e culturais da cor
As cores já existiam antes da percepção do homem: o verde das árvores, vermelho do pôr do sol e o azul do céu; porém esse mesmo humano inventou os processos cromáticos pelas tecnologias: computadores, tintas, televisão, internet dentre tantas. De acordo com Farina, Perez e Bastos (2006, p. 97): ”O termo cor é sempre equivalente à expressão cor-luz. Podemos dizer que a cor - essa palavra mágica e lúdica que invade e participa de todos os domínios da nossa vida - constitui um evento psicológico”.
Temos o aspecto cultural, em que as pessoas têm internalizado como verdade quase que absoluta. O exemplo vem desde o berço, como no caso das cores azul e rosa usadas por meninos e meninas respectivamente como representatividade da simbologia e afirmação do macho e da fêmea. E em recente convenção informal, consolidada pela comunidade LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros, optou pela multiplicidade de cores do arco-íris simbolizando diversidade sexual.
Nesta linha de raciocínio, cores como roxo, rosa, ou tons pastéis não podem ser associadas ou impressas, por exemplo, nas ferramentas de oficinas destinadas ao público masculino, pois já ficou comprovado o sério risco de ficar acumulando poeira no estoque não vendendo nenhum item sequer.
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