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Aulas 1 à 5 Assessoria

Por:   •  28/11/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  5.702 Palavras (23 Páginas)  •  221 Visualizações

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Por isso, é cada vez mais comum investir no relacionamento com a imprensa, pelo poder que os meios de comunicação têm de estabelecer os temas discutidos pela sociedade, conforme observa a hipótese de agendamento, também conhecida como agenda setting. De acordo com esta hipótese, o jornalismo agenda os temas discutidos pela sociedade.

História do surgimento da assessoria de comunicação

A dinâmica do mundo moderno fez com que já em 1906 o jornalista norte-americano Ivy Lee criasse o que é considerado o primeiro escritório de Relações Públicas ou de Assessoria de Imprensa do mundo. O que Lee fez e permitiu que entrasse para a História foi identificar uma oportunidade fantástica de negócio.

Como repórter de um grande jornal americano, na cidade de Nova Iorque, ele observou que os empresários da época, embora fossem ricos e conhecidos, tinham uma péssima imagem.

Daí veio a ideia de criar uma empresa dedicada a cuidar da imagem e da reputação das empresas e de seus donos e, assim, melhorar a imagem junto à opinião pública.

Entre os empresários que Lee conquistou como cliente estava o temido John Rockfeller, que costumava andar com seguranças.

Com a ajuda de Lee, Rockfeller se transformou de magnata presunçoso e arrogante, considerado o mais odiado empresário americano, em um homem respeitado e venerado pela opinião pública.

Além disso, nomeou uma das mais importantes fundações dedicadas à pesquisa na área de saúde do mundo: a Fundação Rockfeller.

Ivy Lee fez história. Para marcar o trabalho que se dispunha a realizar, enviou às redações uma declaração de princípios que até hoje serve de parâmetro para a atividade profissional. A base da declaração é o princípio da confiança, que Lee tenta estabelecer com os jornalistas.

No Brasil, os presidentes  Campos Salles (1898-1902) e Nilo Peçanha (1909-1910) são considerados precursores da atividade. O primeiro, por divulgar uma viagem que fez à Europa e o segundo, por registrar as ações realizadas no Ministério da Agricultura.

Em 1914, a empresa canadense The Light and Power Co. Ltda., que cuidava da iluminação pública em São Paulo, criou um departamento de Relações Públicas para cuidar das relações com a imprensa.

Na década de 1950, outras empresas do exterior que aportaram no Brasil também trouxeram a estrutura e a prática da comunicação, servindo de referência às que existiam no país.

Mas é no Governo Militar que se expande de forma considerável, chegando a um novo auge nos anos 1980, quando vários jornalistas experientes deixam as redações rumo às assessorias.

É claro que de 1906, quando a atividade surgiu, até os dias de hoje muita coisa mudou.

A necessidade de se comunicar bem, construir e preservar uma boa imagem passou a ser requisito indispensável para o sucesso ou fracasso de qualquer empresa e também de profissionais liberais, organizações sociais, do terceiro setor ou empresas públicas e governos.

O advento da web e, em especial, o surgimento das redes sociais tem provocado mudanças consideráveis na dinâmica da comunicação que envolve organizações e pessoas. Cada vez mais, é preciso saber se comunicar bem e sempre.

Em um mundo cada vez mais competitivo e com tanta sobrecarga de informação, saber estar em evidência e “aparecer” de forma positiva são atitudes indispensáveis para quem deseja mais do que apenas sobreviver: ser vitorioso.

As assessorias se expandem e ocupam cada vez mais lugar de destaque em organizações públicas e privadas de diferentes tamanhos.

Também se destacam na vida de profissionais que precisam de visibilidade, como é o caso de advogados, médicos e outros profissionais de saúde. Sem falar dos artistas e das celebridades, que buscam, a todo custo, projetar-se e conquistar mais do que os cinco minutos de fama.

Não há dados oficiais sobre o mercado de trabalho das Assessorias de Comunicação, mas estima-se que hoje elas representam a maior e melhor oportunidade de trabalho para jornalistas e relações públicas. Publicitários também encontram espaço nesta área.

A atuação pode se dar em estruturas próprias de comunicação, criadas e mantidas por empresas e órgãos públicos, ou em agências ou empresas de comunicação que prestam serviços variados, de acordo com a necessidade das organizações ou das pessoas.

Há ainda estruturas mistas, que combinam recursos e profissionais próprios e contratam serviços mais complexos ou pontuais, como veremos mais adiante.

Há muitas formas de denominar as atividades realizadas no âmbito da comunicação corporativa ou organizacional: assessoria, departamento, gerência, superintendência etc. Normalmente, a denominação depende do tipo de organização onde o serviço funcionará.

As atividades envolvidas no âmbito desse tipo de comunicação são variadas, contemplando os diferentes stakeholders. Em geral, as assessorias de comunicação envolvem atividades de comunicação interna e externa.

Stakeholders são públicos de interesse de uma organização: impactam suas ações e também são impactados por elas. Contemplam, portanto, os públicos internos e externos.

Os aspectos relativos à comunicação interna e parte da externa são contemplados na disciplina Comunicação Empresarial Integrada.

Nela, apresenta-se a necessidade de a comunicação ser pensada com um mix de atividades variadas, que contemplem a comunicação administrativa, interna, mercadológica e institucional.

É o que pode ser definido, de acordo com a autora Margarida Kunsch, como comunicação integrada e que será visto com mais detalhes na aula 2.

A importância da imprensa

Sua importância é resultado da visibilidade e da credibilidade que ela alcança na sociedade. Afinal, vivemos em uma sociedade da informação e necessitamos o tempo todo saber o que acontece à nossa volta.

Aliás, foi justamente esta percepção que levou Ivy Lee, o criador da atividade, a propor assessoria a empresários ricos e mal falados. Para Lee, a má fama dos empresários da época era decorrente, entre outros motivos, da falta de conhecimento da sociedade sobre aquilo que fazem em prol da coletividade.

Segundo Chaparro, “o jornalismo tornou-se, pois, espaço público de socialização dos discursos particulares, para os confrontos da atualidade, em todos os campos da atividade humana organizados sob a lógica da competição (...)”.

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