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Feedback da Exposição: O Rio de Janeiro de Debret

Por:   •  1/3/2016  •  Resenha  •  764 Palavras (4 Páginas)  •  225 Visualizações

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Feedback da Exposição: O Rio de Janeiro de Debret

        O Centro Cultural dos Correios apresenta, até o dia 3 de maio, O Rio de Janeiro de Jean-Baptiste Debret. Nas 120 aquarelas expostas, pertencentes ao acervo dos Museus Castro Maya, o pintor francês narra o período monárquico brasileiro de forma artística, rica nos detalhes e precisa nas pinceladas. Mas também crítico, Debret ilustra os contrastes de uma sociedade que promovia grandes festas para nobreza às custas da miséria dos escravos.

        Nascido na França em 1768, Debret é filho de burgueses e primo de Jacques-Louis-David (grande nome da escola neoclássica). A influência de um artista na família recai sobre Jean que, com apenas 17 anos, ingressa na Academia de Belas Artes de Paris e recebe prêmios por sua inclinação à arte. Logo mais, cursa Engenharia e vem a ser desenhista técnico e professor de desenho. Em 1816 parte com destino ao Brasil e por aqui fica 15 anos, sendo que em 1826 instaura no Rio de Janeiro a, atualmente, Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

        “Debret dedicou-se a retratar personalidades e momentos da família real, como Dom João VI – uma pintura em dimensões reais, a coroação de Dom Pedro I e os primeiros anos do Império. Mas, sensível às questões sociais, era no cotidiano das figuras comuns que o neoclássico e, por vezes romântico, aquarelava em harmoniosos traços e cores suas singulares obras”. Nas palavras da curadora, Anna Paola Baptista, o trabalho do artista fica claro como crítico e denunciador dos problemas vividos pelo Rio de Janeiro monárquico.

Durante os 15 anos vividos no Brasil, os diversos olhares de Debret permitiram que um catálogo da vida cotidiana carioca do século XIX fosse criado. Divida em, basicamente, três ambientes, a exposição subdivide-se em oito cenários testemunhados e retratados pelo francês:[pic 1]

  1. O primeiro Rio de Debret.
  2. O Rio à beira-mar.
  3. Marcos arquitetônicos e ruas.
  4. Cercanias da cidade.
  5. Testemunha ocular da história.
  6. Repórter do cotidiano.[pic 2]

        Observa-se a linha do tempo formada através das obras, iniciada pelos retratos de paisagens como a do Corcovado e da Baía da Guanabara até ilustrações de festas da corte. Entre as pinturas, temos água forte colorida e sépia, aguada e grafite, aquarela e aquarela monocroma. Debret explora os detalhes, a minuciosidade com tanto intimismo que mal parece um estrangeiro, mas sim o dono da terra. As obras, na maioria em tamanhos inferiores a 20 x 20cmm, muitas vezes requerem lupas para que se possa apreciar os cuidadosos traços do artista.

        Na figura abaixo, por exemplo, o quadro Cerimônia da faustíssima aclamação de S.M. o Senhor D. João VI, 1818 retrata toda a nobreza numa celebração. Nela é possível ver as pinceladas de Debret que se estendem desde o céu a pessoas no coreto em tamanhos que nos levam a perguntar: como é possível pintar em tal miniatura e ainda manter na escala da perfeição? E a cada papel de aquarela que é apreciado se confirma ainda mais o potencial do artista que Debret foi e o porquê de sua colocação no cenário mundial da pintura.[pic 3]

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