Grandes Tragedias do Rio de Janeiro

ENCHENTES NO RIO DE JANEIRO - 1966

“O Maior Temporal de todos os tempos” como foi conhecido este acontecimento na historia do Rio de Janeiro, acontecia no inicio de janeiro de 1966; foram cinco dias de chuvas torrenciais que paralisaram o antigo Estado da Guanabara (denominação da Cidade do Rio de Janeiro enquanto foi Capital do Brasil). O temporal provocou estragos consideráveis em diversas localidades, mais de mil desabamentos e inundações em diferentes bairros causados pelo transbordamento de rios e canais como o do Mangue, só no dia 02 de janeiro foi registrado um total de 245 mm de chuva em menos de 12 horas.

O caos no transporte foi imediato, operações nos serviços de trem e metrô foram suspendidas, a perda do abastecimento de energia elétrica e o colapso do sistema de emergia estadual colocaram à cidade em um estado de calamidade pública. A demanda das emergências acrescentava-se a cada hora, mas o Corpo de Bombeiros e outras organizações que tinham a finalidade de garantir o bem-estar social limitavam-se exclusivamente às consideradas “emergências mais graves”.

Como resultado, diversos deslizamentos de terra ocorriam nas favelas localizadas nos morros espalhados pela cidade, e na Zona Sul do Rio alguns prédios do bairro de Laranjeiras ficaram soterrados, consideraram-se ações preventivas como o deslocamento de famílias inteiras que se viram obrigadas a sair de suas casas, enfrentando diversos problemas como o racionamento de gás e energia, no entanto o numero de vitimas seguia em aumento.

As enchentes de 1966 evidenciaram a vulnerabilidade da cidade do Rio na época de chuva. A complexa mobilização das entidades governamentais e privadas deu origem a diversas campanhas comunitárias, como foi o caso da TV Globo que fez uma ampla cobertura das consequências do temporal, informando com detalhe o que acontecia em tempo real e participando pela primeira vez em campanhas que centralizavam a coleta de donativos em seus estúdios. Estatísticas globais contabilizaram um total de 250 pessoas que perderam a vida e mais de 50 mil pessoas ficaram desabrigadas.

DESABAMENTO DO ELEVADO PAULO DE FRONTIN

Visando a melhoria do transito no Rio de Janeiro e como parte das grandes obras realizadas na Cidade entre os anos 60 e 70, o projeto do Elevado Engenheiro Freyssinet mais conhecido como viaduto Paulo de Frontin foi idealizado em 1962 como uma das primeiras etapas da Linha Vermelha, no entanto somente em 1969 as obras tiveram início.

Durante a fase final de sua construção, ao meio dia do 20 de novembro de 1971, 17 automóveis, três táxis, um caminhão e um ônibus, aguardavam abrir o sinal de alto localizado na Rua Haddock Lobo com a Avenida Paulo de Frontin, enquanto na parte superior do elevado um camião betoneira de 2,5 toneladas avança lentamente carregando 8 toneladas de cimento e pedra, o peso fez a construção quebrar desabando com as vigas e o concreto um trecho de 122 metros, esmagando os veículos que cruzavam a avenida, o que deu origem a uma das maiores tragédias registradas na cidade.

O acontecimento causou a morte de 28 pessoas e 30 pessoas ficaram feridas solicitando ajuda no meio da confusão e dentro de uma nuvem de poeira que permaneceu por aproximadamente 15 minutos abalando os prédios próximos. A Força Armada foi acionada para resgatar as vitimas, equipamentos utilizados na Ponte Rio-Niterói, do metrô e de companhias construtoras foram utilizadas nas operações de socorro.

A tragédia deixou uma cidade inteira em luto, a população acompanhava o passo a passo a retirada dos escombros e o resgate dos corpos das vitimas. Uma das televisoras que fazia ampla cobertura era a TV Globo, Gloria Maria quem se tornou a primeira repórter negra da TV brasileira foi uma das primeiras repórteres a cobrir a tragédia, conta como foi: “Era um sábado e nós estávamos saindo para almoçar. O telefone tocou, e alguém avisou que o elevado caíra. Pensei que fosse brincadeira. Mas era preciso apurar. Telefonamos para moradores das redondezas e confirmamos o acidente. Fomos para lá e, pouco depois, chegou uma unidade móvel da Globo”.

O trecho foi reconstruído ao mesmo tempo em que se realizou o reforço estrutural de todo o viaduto, foi estendido até em 2.450 metros e só seria inaugurado pelo Governador Chagas Freitas no dia 27 de dezembro de 1974, ligando o Túnel Rebouças à Praça da Bandeira.

As famílias dos passageiros do ônibus foram indenizadas pela transportadora mas outras vítimas frequentaram os tribunais e não tiveram solução para seus casos. Até há alguns anos, ações indenizatórias dos feridos e das famílias dos mortos eram ainda escutados na justiça.

INCENDIO DO GRAN CIRCO AMERICANO.

Estreava-se na Cidade de Niteroi O Gran Circus Norte-Americano no dia 15 de dezembro de 1961. Era o maior