RESENHA DO LIVRO-REPORTAGEM: ROTA 66
Por: Izabelle Antunes • 6/10/2021 • Trabalho acadêmico • 873 Palavras (4 Páginas) • 266 Visualizações
RESENHA DO LIVRO-REPORTAGEM: ROTA 66
O Jornalista Caco Barcellos é autor do livro 'Rota 66' e em seu livro apresenta os crimes cometidos pela Polícia Militar de São Paulo, mencionando uma "crueldade tática" em suas ações. Uma narrativa da qual trata histórias da polícia que atira e mata, muitas vezes, abordam indivíduos de maneira violenta e equivocada segundo a visão do autor. Caco se apropria do jornalismo investigativo e descobre mais de 4 mil vítimas que a polícia fez durante os anos de 1970 a 1990. Ele apurou e explorou as ações das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), unidade de elite da Polícia Militar.
A obra de Barcellos é iniciada com o caso ‘Rota 66’, em que três jovens da elite econômica são perseguidos e depois, mortos brutalmente, pela polícia militar no bairro Jardins. Área nobre da zona sul paulistana. Caco conta em seu livro, que um dos jovens quando saiu do veículo, pediu por clemência, porém, ele e seus comparsas foram calados ao som da metralhadora, deixando em seus corpos inúmeras marcas de tiros. pois policiais que ficavam na 'Rota 66', não desistiram até eliminarem de vez com os supostos criminosos.
Ao longo dos capítulos, relatos de crimes bárbaros são apresentados, cenas de crimes que foram forjadas, morte de pessoas inocentes, ações extremamente violentas para combater o crime, o número alto de policiais que participavam de forma desnecessária de ações, injustiças, agressões, comoção, dor.
Barcellos traz duras críticas a ação da polícia militar. A qual repete atitudes como esta, aniquilando "supostos criminosos" e saindo como heróis da sociedade. o caso do 'Rota 66' ficou conhecido e só virou notícia, porque os envolvidos pertenciam a uma classe mais elevada, onde a família das vítimas chegou a entrar na Justiça, porém não obteve êxito.
No entanto, essas vítimas não são um acaso. Foi justamente para matar que a tropa mais letal da PM foi constituída. Fundada nos anos 70, na ditadura militar, o objetivo da fundação era de combater guerrilhas urbanas que fossem contrárias ao regime autoritário do período. E é neste ensejo que Caco iniciou suas buscas para construção do seu livro e das confirmações às críticas realizadas a forma de atuação da polícia.
A construção da narrativa ao longo do seu desenvolvimento é abordada pelo autor de forma intensa e dinâmica, prende o leitor fazendo-o mergulhar na história, imaginando as cenas que são cuidadosamente detalhadas no livro, através da especificação dos personagens envolvidos apresentando detalhes das roupas, comportamentos, costumes, pensamentos, permite o leitor entender o contexto que o personagem está inserido. Também situa o espaço da cena, e detalha os elementos do cenário, o que possibilita uma interação maior do leitor com o livro. Porém, há poucos detalhes das figuras policiais.
A estrutura da escrita prende a atenção do leitor porque trabalha com tons fictícios, fazendo o leitor se emocionar com as vítimas, sentir a dor dos familiares e se revoltar com a (in)justiça do país. Apesar da ficção, as histórias são verídicas e permite o leitor a ter uma noção real, e refletir sobre as relações que permeiam as autoridades. Faz com que nos coloquemos no lugar das pessoas que passaram por essas situações. E se fosse eu? E se fosse algum familiar?
Outra reflexão que surge a partir da leitura é como os meios de comunicação reportam tais assuntos. É muito comum os portais
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