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UM BREVE RELATO SOBRE O FUTURO DO JORNALISMO IMPRESSO

Por:   •  27/2/2016  •  Projeto de pesquisa  •  528 Palavras (3 Páginas)  •  374 Visualizações

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UM BREVE RELATO SOBRE O CENÁRIO ATUAL DO JORNALISMO IMPRESSO

Recentemente um grande número de jornais impressos migraram para a plataforma digital.  Os que já possuíam, passaram a dar exclusividade a esse formato, como aconteceu com o Jornal do Brasil. Considerado uma referência da imprensa nacional, o jornal encerrou sua produção imprensa no dia 1º de setembro de 2010, após 119 de circulação. Os motivos para essa decisão foram a queda na circulação e o acúmulo de dívidas. O autor Philip Meyer (2002) explica que os impactos dos avanços tecnológicos foram tão fortes que mudaram o próprio emprego do jornalista. Chamada de convergência, essa mudança fez com que os jornalistas começassem a produzir para todos os tipos de mídia.

Esse possível fim do impresso em função da queda no número de leitores e e principalmente de anunciantes, junto com o avanço tecnológico, refletiram diretamente nas redações, provocando a demissão de vários profissionais.  Desde o início do ano diversos veículos de influência no mercado de comunicação anunciaram o corte de profissionais da redação, entre eles os jornais “O Estado de São Paulo”, Folha de São Paulo e Veja. A queda da verba publicitária foi um dos principais motivos que fizeram com as empresas tomassem essa decisão.  

Os jornais impressos sempre sofrerão com o fato de ser uma empresa manufatureira. Para circular, ele precisa adquirir matéria-prima, tinta e papel, acrescentar valor ao produto com as notícias, informações e publicidade e ainda é necessário transportar e vender o produto final. Talvez um dos maiores problemas enfrentados pelos produtores de jornais é com seus valores que não são fixos, mais sim variáveis. A cada novo consumidor acarreta um aumento significativo de custos com matéria-prima e transporte. Já a televisão e a internet possuem a maioria dos seus gastos fixos. Caso o número dos leitores que acessa uma determinada página aumente, os custos para mantê-la não mudam.

Em uma pesquisa divulgada recentemente pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), com dados disponibilizados pelo Instituto Verificador de Comunicação (IVC), foi constatado que houve uma queda considerável no número de jornais impressos que circulam no Brasil. Em contrapartida, a audiência digital teve um grande crescimento. O relatório mostrou que desde janeiro de 2014, as publicações online passaram de 427.370 para 641.776 (+50%), enquanto as edições impressas diminuíram de 3.834.613 para 3.505.838 (-8,6%), resultando numa diminuição da circulação total de 4.261.983 para 4.147.614 (-2,7%). Segundo a ANJ, esse aumento no número de publicações digitais se deve a grande quantidade de assinaturas online e também pelo fato de muitas empresas estarem adotando o método “paywall”, ou seja, a venda de conteúdo online.

Uma pesquisada divulgada no início do ano pelo IBOPE a pedido da Secretaria de Comunicação Social (SECOM), da Presidência da República, mostra que 58% dos entrevistados confiam muito no jornal. Em relação às mídias socias, respectivamente, 71%, 69% e 7% dos entrevistados disserem confiar pouco ou nada nas notícias veiculadas nas redes sociais, blogs e sites. Ou seja, mesmo tendo que enfrentar diariamente uma série de dificuldades, o jornal impresso ainda é considerado o veículo com maior credibilidade por parte do público e deve viver por mais alguns, até que seja substituído por novas mídias.  

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