Vencendo estereótipos

Vencendo estereótipos

O jornalista Vladimir Ramos rompeu conceitos de aparência da televisão

Quem olhava para a tela da TV Subaé, a certa distância, com o som baixo, e no momento em que o jornalista Vladimir Ramos estava apresentando o telejornal local, não acharia que ele era um repórter ou apresentador. Ele poderia ser confundido à primeira vista com um médico, um padre ou até mesmo um professor, aliás, era o que ele gostaria ser antes de se tornar jornalista. Seus olhos protuberantes, levemente dentuço, nariz grande e com uma dicção que deixa a desejar, esse carioca de Resende rompeu alguns estereótipos de beleza instituídos pelas televisões, especialmente o chamado “padrão Globo de jornalismo”.

No final dos anos 80, quando prestou vestibular na Faculdade de Barra Mansa, atualmente Gama Filho, para educação física, Vladimir colocou como segunda opção o curso de jornalismo. Para sua infelicidade, passou para a primeira, mas foi reprovado no teste de aptidão porque nele constavam esportes como basquete, vôlei e futebol, e ele não sabia nada nenhum! Desse modo, não cursou na época nenhuma coisa, nem outra.

Em 1990, sucedeu o primeiro contato de Ramos com o mundo televisivo, quando conseguiu um cargo de editor de imagem na TV Rio Sul, afiliada da rede Globo. Nessa época trabalhava em um banco e cursava economia. Como não houve identificação com o curso, logo o abandonou e também deixou seu emprego de bancário. Estava tomando gosto pela profissão e os números não lhe seduziam mais – o encantamento pela TV era mais forte e sedutor.

Estava decidido! Em 1991, Vladimir volta a fazer um novo vestibular, dessa fez para o curso jornalismo, na Faculdade Gama Filho, onde se formou em 1994. Trabalhando na TV Rio Sul, chegou a ser editor de reportagem, mas faltava aparecer no vídeo, entretanto antes que isso viesse a acontecer, foi demitido.

Mas Vladimir não se abateu, antes buscou novas experiências. Foi chamado para trabalhar na rádio Agulhas Negras, na cidade de Resende, lá ganhou mais experiência como jornalista, logo depois estaria de volta à televisão. Agora na TV Sul Fluminense, afiliada da TV Bandeirante, onde ficou um ano e meio. Depois foi para a TV Montes Claros, Minas Gerais, pela primeira vez experimentava ficar longe da família. Após dois anos estava de volta ao Rio de Janeiro.

A próxima oportunidade de trabalho foi na TV Alto Litoral, em Macaé, Rio de Janeiro, lá ficou quase dois anos, indo depois foi para a TV Roraima. No Estado de Roraima, foi apresentado de telejornal e também foi editor, depois disso foi para Manaus, na TV Manaus, mais uma repetidora da Rede Globo, ficou mais de um ano. Nesse lugar, disse que foi até ameaçado de morte porque denunciou a venda irregular de terrenos invadidos. Em Manaus trabalhou em campanha política do candidato ao governo do estado, Eduardo Braga. Passado algum tempo saiu de lá e voltou ao Rio

De volta a Resende, trabalhou em um jornal e na assessoria de comunicação da prefeitura, mas sua busca em uma emissora de TV continuava. Foi quando por meio de uma amiga soube que a TV Subaé estava precisando de repórter. O primeiro passo foi mandar uma fita com os trabalhos realizados para o editor de jornalismo da emissora, Marcilio Costa. Ramos